Qual é a estrutura das pteridófitas?

Você pode achar o nome "pteridófita" um pouco estranho e complicado. Mas, com certeza, ao menos uma pteridófita certamente você conhece bem: são as samambaias. Outros exemplos, bem menos conhecidos, são as espécies pertencentes ao grupo dos Equisetum e dos Psilotum.

Os registros fósseis indicam que essas plantas já eram comuns desde o período Carbonífero, há cerca de 360 milhões de anos. No Carbonífero superior, a vegetação da Terra era em grande parte dominada por pteridófitas de grande porte. Estas chegavam a medir cerca de 8 metros de altura, assemelhando-se a árvores.

Atualmente, existem cerca de 11.000 espécies de pteridófitas; a grande maioria ocorre em regiões tropicais. Porém, existem algumas espécies que habitam regiões temperadas ou semidesérticas. Muitas espécies são epífitas, ou seja, crescem sobre outras plantas, porém, não se alimentam dos tecidos ou da seiva de seu hospedeiro. Existem desde espécies muito pequenas até algumas que chegam a atingir mais de 20 metros de comprimento, cujas folhas possuem mais de 5 metros!

As pteridófitas são as primeiras plantas a apresentar tecidos especializados na condução de água e nutrientes. Ou seja, diferentemente das briófitas, as pteridófitas são plantas vasculares. Existem vasos especializados em conduzir a água e os sais minerais, chamados de xilema (ou lenho), e outros que conduzem a seiva elaborada, o floema (ou líber). A presença de vasos condutores permite que a água e os nutrientes sejam transportados de maneira eficiente por longas distâncias. Esta característica permite que elas atinjam tamanhos muito maiores do que os musgos.

O corpo das pteridófitas já apresenta a diferenciação em raiz, caule e folhas. As raízes formam o sistema radicular, responsável por fixar a planta ao substrato e pela absorção de água e nutrientes.

O caule sustenta o corpo vegetal e realiza o transporte de substâncias entre raízes e folhas e vice-versa. Em muitas espécies, o caule cresce abaixo da superfície do solo, ou seja, é um tipo de caule subterrâneo chamado de rizoma. Em outras espécies, o caule é aéreo e pode atingir vários metros de altura.

As folhas muitas vezes são divididas em pequenas partes, chamadas de folíolos. As pteridófitas não possuem flores, frutos ou sementes.

Reprodução das pteridófitas

Algumas espécies de pteridófitas apresentam reprodução assexuada através do brotamento. O novo broto surge a partir do caule da planta mãe e, após se desprender desta, origina um novo indivíduo.

Assim como nos demais vegetais, na reprodução sexuada das pteridófitas ocorre a alternância entre dois tipos de gerações, uma haplóide (n) e outra diplóide (2n). Por isso o ciclo é chamado de haplodiplobionte. A geração haplóide é o gametófito, estrutura que produz gametas através da mitose. A geração diplóide é o esporófito, que produz esporos através da meiose.

Se você ainda se lembra, nas briófitas o gametófito é a geração dominante. O esporófito é ligado ao gametófito e é dependente deste. Já nas pteridófitas, o esporófito é a geração dominante e de vida livre. Esta característica se mantém em todas as demais plantas vasculares. O gametófito das pteridófitas é chamado de protalo. Ele possui a forma de um coração, é bem menor que o esporófito e é de curta duração.

Quando os esporófitos amadurecem, eles produzem esporos haplóides (n) através de meiose, no interior de estruturas chamadas de esporângios. Os esporângios encontram-se reunidos ao longo dos folíolos. Os conjuntos de esporângios formam os soros, que são aqueles pequenos pontos pretos que podemos observar ao longo das folhas das pteridófitas. Os esporângios se rompem e liberam os esporos no ambiente. Quando estes encontram um substrato com condições adequadas de umidade e luminosidade, germinam e dão origem ao gametófito haplóide (n).

O gametófito (ou protalo) é hermafrodita, e, através de divisões mitóticas, produz os gametas masculinos, chamados anterozóides (n), e os femininos, as oosferas (n). Quando maduros, e na presença de água, os anterozóides são liberados e fecundam as oosferas. Pode ocorrer tanto a autofecundação quanto a fecundação cruzada, entre gametófitos que estejam próximos um do outro. Em seguida, o gametófito se degenera.

A fecundação, ou seja, a união dos anterozóides com as oosferas, origina um zigoto diplóide (2n). O zigoto se desenvolve originando um novo esporófito (2n), que corresponde à planta adulta.

Veja também

Briófitas

As pteridófitas (do grego pteridon = feto e phyton = planta), também chamadas de plantas vasculares sem sementes, são um grupo vegetal que se destaca pelo surgimento de uma importante novidade evolutiva: os vasos condutores de seiva (xilema e floema). Com essa nova característica, as plantas começaram a ser capazes, diferentemente das briófitas, de atingir grandes tamanhos.

Estima-se que existam mais de 10.000 espécies diferentes de pteridófitas, sendo encontradas no Brasil cerca de 1100 espécies. Como exemplo de pteridófitas, podemos citar as avencas, samambaias e cavalinhas. Muitas das espécies de pteridófitas são utilizadas para ornamentação. Há algumas espécies que podem ser usadas como medicinais, alimentícias e, até mesmo, como bioindicadoras de poluição.

Leia também: É perigoso dormir com plantas no quarto?

→ Características das pteridófitas

Qual é a estrutura das pteridófitas?

A avenca é um exemplo de pteridófita.

  • Possuem vasos condutores de seiva: característica que diz respeito à presença de xilema e floema, dois tecidos especializados no transporte de substâncias dentro do corpo do vegetal. O xilema está relacionado com o transporte de água e sais minerais (seiva bruta), enquanto o floema transporta seiva elaborada (substância rica em açúcares). Esses vasos condutores surgem nas pteridófitas e são observados também nas gimnospermas e angiospermas.

  • Apresentam raiz, caule e folhas, mas não possuem flores e frutos.

  • Vivem, em sua maioria, em locais úmidos, poisdependem da água para sua reprodução.

  • Todas as pteridófitas apresentam anterozoides móveis, que necessitam de água para nadar até a oosfera.

  • Possuem fase esporofítica dominante, isto é, a fase de vida da planta que dura mais tempo é aquela em que o vegetal está produzindo os esporos. São os esporos que germinam e originam uma nova planta. Nas samambaias e avencas, eles são encontrados dentro dos soros (os pontinhos pretos na folha).

→ Habitat das pteridófitas

As pteridófitas podem ser terrestres, epífitas (plantas que vivem sobre outras plantas), rupícolas (vivem sobre paredes, muros e rochas) e aquáticas. Entretanto, é importante destacar que a maioria das pteridófitas vive em locais úmidos, com solos capazes de reter uma maior quantidade de água.

→ Ciclo de vida das pteridófitas

Qual é a estrutura das pteridófitas?

O ciclo de vida das pteridófitas envolve alternância de gerações, sendo possível observar uma fase sexuada, na qual há a produção de gametas (células especializadas na reprodução), e uma fase assexuada, na qual há produção de esporos. Nesse ciclo, a fase dominante é esporofítica, a qual produz esporos. Observe as principais etapas do ciclo de uma samambaia, um dos principais exemplos de pteridófitas.

  • Inicialmente ocorre a liberação dos esporos, os quais estão contidos no interior dos soros, localizados na planta na fase esporofítica (veja figura a seguir). Nas samambaias, a fase esporofítica é aquela que utilizamos para a ornamentação.

Qual é a estrutura das pteridófitas?

No interior dos soros, são produzidos os esporos.

  • Os esporos caem no chão e germinam se encontrarem condições adequadas.

  • Forma-se o prótalo, uma estrutura com formato que lembra um coração e que produz gametas (gametófito).

  • Quando uma gotinha de água cai na superfície do prótalo, o anterozoide (gameta masculino) nada até a oosfera (gameta feminino). Na maioria das pteridófitas, o prótalo produz tanto anterozoides quanto a oosfera, mas eles amadurecem em momentos distintos. O que se observa nesses casos é que o anterozoide produzido em um gametófito fecunda a oosfera de outro gametófito.

  • Ocorre a fecundação.

  • Forma-se o zigoto.

  • Desenvolve-se o esporófito, que inicialmente está conectado ao gametófito. Assim que as raízes surgem, o gametófito desintegra-se.

Para saber mais sobre o tema, leia: Ciclo de vida das pteridófitas

→ Gametófito das pteridófitas

O gametófito é a fase da planta onde se observa a produção dos gametas, que, no caso das pteridófitas, são os anterozoides (gametas masculinos) e a oosfera (gameta feminino). O gametófito, que é chamado de prótalo em alguns grupos, surge após a germinação do esporo. Por produzir os gametas, o gametófito apresenta os anterídios (estrutura que forma os gametas masculinos) e os arquegônios (estrutura que forma os gametas femininos).

→ Esporófito das pteridófitas

O esporófito das pteridófitas é a fase dominante do ciclo de vida dessas plantas e apresenta como característica marcante a produção de esporos. Nessa fase, observam-se caules, folhas e raízes verdadeiras. Quando vemos uma samambaia com todas as suas folhas, estamos verificando a fase de esporófito dessa planta.

→ Classificação das pteridófitas

Segundo os autores Ray Evert e Susan Eichhorn, podemos classificar as plantas vasculares sem sementes atuais em dois filos: Lycopodiophyta e Monilophyta. No filo Lycopodiophyta, temos os licopódios e as selaginelas. No filo Monilophyta, temos as samambaias e as cavalinhas. Ainda de acordo com os autores, o termo “samambaia” é utilizado para identificar Ophioglossales, Marattiopsida e Polypodiopsida.

→ Diferenças entre pteridófitas e briófitas

As briófitas e pteridófitas são plantas relativamente simples e que se assemelham pela ausência de semente, flor e fruto e pela necessidade de água para a reprodução. Como principais diferenças entre esses dois grupos ,podemos citar:

  • Briófitas não possuem vasos condutores de seiva, sendo, portanto, avasculares. Em pteridófitas, xilema e floema são observados, sendo essas plantas, portanto, vasculares.

  • Nas briófitas, a fase do ciclo mais duradoura é a fase de gametófito; nas pteridófitas, a fase de vida mais duradoura é o esporófito, ou seja, a fase de vida produtora de esporos.

  • As briófitas não possuem corpo diferenciado em caule e folhas verdadeiras, diferentemente das pteridófitas, que apresentam essas estruturas.

Leia mais sobre esse grupo: Briófitas

Qual é a estrutura da pteridófitas?

Estrutura. O corpo das pteridófitas já pode ser dividido em raiz, caule e folhas. No caule, estão presentes os vasos condutores que nutrem todo o organismo. O caule pode ser subcutâneo e crescer abaixo do solo, ou, ainda, paralelo à sua superfície, sendo, assim, chamado de rizoma.

Qual o nome da estrutura reprodutiva das pteridófitas?

As pteridófitas não apresentam flores ou sementes, sendo que as folhas, que são divididas em folíolos, apresentam função reprodutiva. Na parte inferior dos folíolos, encontram-se distribuídos esporângios, os soros. Cada esporângio é uma estrutura fechada onde células-mãe sofrem meiose e originam esporos.

Quais as características de pteridófitas?

Pteridófitas são plantas vasculares, ou seja, que apresentam vasos condutores de seiva. Essas plantas não possuem flores, sementes ou frutos e sua reprodução é dependente de água, uma vez que apresentam anterozoides flagelados que precisam nadar até a oosfera para que a fecundação ocorra.

Quais são as estruturas Haploides das pteridófitas?

O gametófito é a fase de vida da planta na qual se observa a formação dos gametas masculino (anterozoide) e feminino (oosfera). É a fase haploide desse ciclo e é chamada de prótalo em alguns grupos, como as samambaias. Essa estrutura é talosa e, geralmente, tem o formato que lembra um coração (cordiforme).