Qual é o papel de um historiador?

Arte pensante

“A História é a mestra da Vida”

No último dia 19, comemoramos o Dia do Historiador, uma belíssima e respeitável profissão de alguns conhecidos e caríssimos amigos. Catarina Oliveira, explica a função com clareza, ela é autora de um texto publicado no site infoescola.com que tomo a liberdade de reproduzir trechos. 

“O Historiador é o profissional encarregado de estudar, pesquisar e analisar os acontecimentos do passado e seus impactos e relevância para a época atual. Esses acontecimentos dizem respeito à sociedade, economia, cultura, natureza, espécies, ideias e demais circunstâncias pertencentes ao cotidiano do ser humano. O papel que esse profissional exerce é investigativo, analítico e crítico; feito através do resgate e compartilhamento de memórias importantes para a trajetória da humanidade. Para exercer a profissão é obrigatório portar diploma de curso superior em História em nível de graduação ou pós-graduação, oferecido por instituição de ensino superior devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). A maioria das graduações em História no país é ofertada em licenciatura, mas se o objetivo for trabalhar para empresas ou como pesquisador, o bacharelado é a opção mais apropriada. A rotina de um Historiador é permeada por diversos tipos de documentos pertencentes a diferentes épocas, como fotografias, manuscritos, filmes, objetos, selos, certidões, impressos, gravações e etc. O profissional é responsável por datar o fato ou o objeto estudado e assegurar sua autenticidade, analisando sua relevância e significado para a conexão dos fatos. Em suas atividades, selecionam os materiais, executam a devida classificação e relacionam os dados levantados em bibliotecas, estudos, entrevistas, pesquisas arqueológicas e outros meios. Também planejam, implantam e dirigem pesquisas históricas e serviços de documentação e catalogação, além de emitirem pareceres sobre temas históricos. A profissão requer perfil curioso, paciente, analítico, que goste de ler, seja imparcial e assuma uma postura de questionamento perante os fatos. Historiadores encontram muitas oportunidades de trabalho em instituições de ensino, públicas e privadas. Além da tradicional docência, existem outros campos de atuação: consultor de assuntos históricos para produções artísticas, elaboração de materiais didáticos, assessoria para turismo histórico, curadoria de museus, produção de livros didáticos e paradidáticos, organização de exposições e ações de preservação do patrimônio histórico são algumas possibilidades. O Historiador exerce uma missão que sempre será necessária e relevante, independente da época e progresso atingidos.

"No mundo em que vivemos diariamente, quem quer que estude o passado como um fim em si deve parecer ou um antiquário, que foge dos problemas do presente para consagrar-se a um passado puramente pessoal, ou uma espécie de necrófilo cultural, isto é, alguém que encontra nos mortos e moribundos um valor que jamais pode encontrar nos vivos. O historiador contemporâneo precisa estabelecer o valor do estudo do passado, não como um fim em si, mas como um meio de fornecer perspectivas sobre o presente que contribuam para a solução dos problemas peculiares ao nosso tempo." -

Hayden White

A escrita da história passou por algumas transformações, principalmente no final do século XIX, e ao longo de todo o século XX. Essas estão intimamente ligadas as angustias e tentativas de se explicar a história, para a nova geração da sociedade contemporânea.

Por mais que já tenhamos evoluído no que tange a história política, identifico que há uma falsa interpretação sobre o papel do historiador político - linha com a qual eu pertenço -.

Até o século XIX, a escrita da história era uma Narrativa, que enaltecia as grandes batalhas e imortalizava personagens ligados ao alto escalão da sociedade. Essa escrita narrativa, descritiva, estava ligada ao campo da história positivista. Após intensas criticas proferidas pela Escola dos Annales, a história política passou por transformações, inaugurando a Nova História Política a partir da década de 1970.

Destarte, o papel do historiador político, não é apenas de um narrador da história, que só analisa o que de fato ocorreu. Ele investiga, interroga as suas fontes, levanta hipóteses e como um investigador, ele busca entender os fatos, analisando "as verdades" apresentadas em documentos utilizando-se de um rigor técnico para verificar as suas fontes ,que são as metodologias. As metodologias, norteiam a investigação do historiador, que tem como papel interrogar suas fontes, trazer novos olhares e ainda assim, a história não poderá ser esgotada. Pois, a cada historiador, pertence um novo olhar, novas indagações.

Como uma historiadora da nova história política, posso dialogar com outros saberes acadêmicos, como por exemplo a Ciência Política, Relações Internacionais, Economia, Jornalismo, Geopolíticas, dentre outros. Mas, nossos métodos são próprios! Temos nosso rigor acadêmico e buscamos ver, até mesmo o que foi escondido, ou o que não está escrito. Pois, até na ausência e no silêncio, existem respostas, basta saber fazer as perguntas certas e ouvir com atenção.

Esse caminho, muitas das vezes é solitário e inquietante, pode nos levar a novas perguntas, e aí temos um carretel de linhas interminável. Por isso traçar um quadro teórico e metodológico é importante para nortear os caminhos no qual o historiador irá passar. Assim, como um bom investigador, cabe ao historiador analisar seu objeto e verificar as informações para que ele possa escolher qual caminho e linha seguir. somos escribas e críticos da história. E entendemos que com o passar do tempo, a história pode ser escrita e reescrita, pois todos querem ser representados pela história e a partir dela, identificamos quais são as ambições e transformações que a sociedade estava passando.

Eu, como historiadora política, já analisei a escravidão no século XIX, a energia e o governo Geisel no século XX e agora, me desafio a entender a história do tempo presente. Algo tão corriqueiro para os meus nobres colegas das Ciências Políticas e Relações Internacionais, mas tão desafiador para nós historiadores. Analisar a história do tempo presente, é estar muito próximo do objeto, e ao mesmo tempo que entendemos que é impossível ser neutro e/ou imparcial sobre a pesquisa - porque quando a escolhemos, já deixamos claro o nosso interesse -, devemos buscar ser o mais crítico e rigoroso, possível.

Eu hoje, não sou nem de longe uma especialista no tema que estou investigando, mas, isso que é interessante para mim,. Não conhecer a história, me permite entendê-la e não norteá-la, quero que no final da minha jornada de quatro anos no doutorado eu sai com novas aprendizagens e possa de fato, contribuir com a história e honrar o meu papel de historiadora.

Qual é o papel do historiador?

Os historiadores desempenham o relevante papel de investigar e esclarecer processos importantes que geraram o mundo em que vivemos hoje. Entender as ações de homens e mulheres no decorrer do tempo pode nos dar respostas preciosas sobre os problemas que enfrentamos no presente.

Quem é o historiador e qual é o seu papel?

Historiador é o profissional encarregado de estudar, pesquisar e analisar os acontecimentos do passado e seus impactos e relevância para a época atual. Esses acontecimentos dizem respeito à sociedade, economia, cultura, natureza, espécies, ideias e demais circunstâncias pertencentes ao cotidiano do ser humano.

Como é realizado o trabalho de um historiador?

O historiador investiga e interpreta criticamente os acontecimentos, buscando resgatar a memória da humanidade e ampliar a compreensão da condição humana. Seu trabalho se baseia, principalmente, na pesquisa de documentos, como manuscritos, impressos, gravações, filmes, objetos e fotos.