Qual foi a consequência da divisão do Império Romano em ocidental e Oriental?

A partir do século III o Império romano dava sinais de uma crise profunda em consequência dos problemas internos e externos: extensão do Império, enfraquecimento do poder militar, corrupção, instabilidade política, problemas económicos e, por fim, as invasões bárbaras que, no século V, ditaram o fim do Império Romano no Ocidente. Formaram-se vários reinos com sistemas políticos diversos, assumindo a Igreja um papel unificador nesta nova realidade.

O Império romano, no seu apogeu, estendia-se do Eufrates ao Oceano Atlântico e dos rios Reno e Danúbio ao deserto do Saara. O excelente sistema de redes viária e marítima, possibilitando a comunicação no Império, revelaram-se, no entanto, lentas para as deslocações do exército romano, necessárias para acudir às inúmeras situações de crise que espoletavam. As estradas e estruturas das vias de comunicação ficavam sem as reparações necessárias, dificultando ainda mais as deslocações dos militares.

A par desta situação, o enfraquecimento do poder militar, a partir de finais do século III, ficou a dever-se à dificuldade de recrutamento de soldados entre os cidadãos romanos para o exército.  Recrutaram-se por isso soldados de origem bárbara. e, aquando do saque a Roma, muitos tinham servido no exército romano.

Os problemas económicos, associados às guerras constantes e a uma economia em crise, marcada pela diminuição de mão de obra escrava, contribuíram para uma constante falta de dinheiro nos cofres do Estado. A solução encontrada foi o aumento de impostos, bem como o constante aumento nos preços de bens alimentares e outros. As diferenças entre ricos e desfavorecidos acentuaram-se contribuindo para o descontentamento social. O grupo social mais abastado instalou-se nos campos onde possuíam grandes propriedades e onde produziam praticamente tudo o que era necessário para a sua subsistência. Eram propriedades autónomas e autossuficientes, que antecederam os grandes domínios senhoriais na Idade Média.

Em 395 o imperador Teodósio, devido a questões relacionadas com a sucessão do império, dividiu-o em dois. O seu filho Honório tornou-se imperador do Império Romano do Ocidente e Arcádio do Império Romano do Oriente. A fronteira do Reno, mal defendida, foi atravessada em 407 por povos germânicos como os buris, suevos, vândalos e alanos, iniciando-se o período das Grandes Migrações. Estes povos chegaram à Península Ibérica em 409. Em 476, o imperador Rómulo Augústulo foi deposto pelo germano Odoacro, acontecimento que determinou o fim do Império romano do Ocidente.

No ano de 476, a data que assinala o fim do Império Romano do Ocidente, o poder militar, político e financeiro do império era quase inexistente. Formaram-se diversos reinos governados por monarquias de origem bárbara. Esta nova realidade implicou o aparecimento de disposições legais que regulamentaram as relações entre os povos invasores e a população de origem romana pois, apesar de romanos e germanos manterem contactos desde há séculos, as relações entre os invasores e as populações romanizadas nem sempre foram pacíficas. Os povos germanos, minoritários nas regiões, eram originariamente pagãos ao contrário da maioria da população que era católica. Com o tempo converteram-se ao catolicismo e a Igreja Católica assumiu um papel crucial enquanto elemento unificador numa Europa dividida em reinos pouco estáveis. A progressiva fusão das culturas romana e germana, abriu caminho para a constituição das nações europeias ocidentais que conhecemos.

Com o fim do Império Romano e com as invasões bárbaras a economia ruralizou-se. A dimensão das cidades diminuiu e a atividade comercial foi duramente afetada devido ao clima de insegurança e à dificuldade nas comunicações terrestres. A economia monetária do império foi substituída por uma economia de subsistência. A maioria das trocas comerciais passam a ser realizadas local e regionalmente, sem o recurso à moeda. Os conventos e mosteiros das ordens religiosas, com destaque para a ordem beneditina, tornaram-se essenciais não só na evangelização dos povos, mas também para as economias locais através da exploração das suas vastas propriedades. Desempenham anda outras funções tais como a proteção das populações, assim como um papel cultural importante, enquanto local de ensino e preservação de autores clássicos, copiando manuscritos, que guardavam nas suas bibliotecas. Eram os centros de difusão cultural na Alta Idade Média.

O império romano foi substituído por uma nova realidade política, económica e social.  A Europa ocidental dividiu-se em diversas unidades políticas, a economia ruralizou-se e a sociedade passou a estar organizada em três estados – Clero, Nobreza e Povo.

O feudalismo começou a afirmar-se enquanto principal sistema de governo, particularmente na Europa Ocidental.

A queda do Império Romano ocorre no ano de 476 d.C. com a destituição do Imperador Rômulo Augusto por Odoacro, líder do povo hérulo. O fim do Império Romano é resultado de crises econômicas e políticas e das invasões bárbaras no território romano.

O termo queda do Império Romano refere-se ao fim do Império Romano Ocidental. A parte oriental desse império, que ficou conhecida como Império Bizantino, continuou existindo, sendo derrubada apenas no final da era medieval.

A crise do Império Romano

O Império Romano existiu entre os anos 27 a.C. e 476 d.C. Ao longo dos séculos, este império conquistou um território imenso, que correspondia à grande parte do território europeu e partes da Ásia e África. Os principais acontecimentos que levam à desagregação do Império Romano são:

  • Crise do sistema escravista.
  • Instabilidade política.
  • Expansão do Cristianismo.
  • Invasão dos povos germânicos.

Qual foi a consequência da divisão do Império Romano em ocidental e Oriental?

Crise do sistema escravista

O extenso território romano - que circundava o mar mediterrâneo - era protegido pelo exército e estava interligado por estradas. O exército romano, ao longo dos séculos foi expandindo seu domínio e à medida que conquistava novos povos, capturava as pessoas para trabalharem como escravas.

A partir do século II, o Império Romano deixa de expandir seus territórios e como consequência, há uma diminuição no número de escravos. O sistema de produção romano era dependente do trabalho escravo e com a diminuição da oferta dessa mão-de-obra, se inicia uma crise econômica.

Com menos escravos trabalhando, menos produtos eram produzidos e mais caros eles se tornavam. Essa situação diminuiu o comércio - importante atividade econômica dessa civilização - e como consequência o Estado romano diminui sua arrecadação.

Com menos dinheiro para investir no exército, as fronteiras do território ficam enfraquecidas e se tornam mais vulneráveis às invasões estrangeiras.

Instabilidade política

A partir do século III, o Império Romano passa a enfrentar graves crises políticas para a manutenção do seu poder. Durante curtos períodos de tempo houve inúmeras sucessões de imperadores, assassinatos e conspirações.

A instabilidade enfrentada pelos romanos para administrar e exercer o poder no vasto território conquistado durante os séculos anteriores tornava mais fácil a invasão do território pelos povos estrangeiros.

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Expansão do cristianismo

Apesar de os cristãos terem sofrido perseguições durante séculos no Império Romano, o cristianismo cresceu e começou a ameaçar o poder dos imperadores, que eram considerados autoridades divinas.

Os cristãos não aceitavam esse caráter sagrado dos imperadores o que fazia com que o poder desses líderes fosse enfraquecido perante a sociedade.

Além disso, os cristãos eram contra a escravidão, o que representava uma ameaça ao Império Romano, que tinha toda sua estrutura de produção baseada no trabalho escravo.

Invasão dos povos germânicos (invasões bárbaras)

Os povos germânicos viviam no norte da Europa e eram chamados de bárbaros pelos romanos, pois sua língua e cultura eram diferentes. Esses povos já tentavam invadir os territórios romanos e em alguns casos eram autorizados a viver dentro do império em troca de se unir ao exército e defender as fronteiras romanas.

Mas a partir do século V o número de bárbaros que tentam invadir o território romano aumenta consideravelmente.

Não se sabe ao certo, mas acredita-se que esses povos tenham vindo em direção ao Império Romano em busca de terras melhores ou então fugindo dos hunos. Os hunos teriam vindo da Ásia Central e eram povos extremamente violentos, com elevada capacidade de movimentação no território.

Com o enfraquecimento político e militar do Império Romano, as invasões se tornam cada vez mais frequentes. Em 410, a capital do Império Romano - Roma - é invadida por diversos povos, dentre eles os visigodos, anglos, saxões, hunos e francos. À medida que esses povos entravam no território romano, eles iam estabelecendo seus reinos.

A queda de Roma se dá com a destituição do imperador Rômulo Augusto por Odoacro, líder do povo hérulo, em 476 d. C. A queda do Império Romano representa o fim do período histórico da antiguidade e inaugura a Idade Média.

Qual foi a consequência da divisão do Império Romano em ocidental e Oriental?
Abdicação da coroa do imperador Rômulo Augusto.

A queda do Império Romano também é chamada de desintegração por ter sido o momento em que o território se dividiu em dois. O Império Romano do ocidente caiu e deu início à Idade Média, mas o Império do Oriente, conhecido como Império Bizantino, só chegaria ao fim em 1453.

Assim como em Roma, ao longo dos séculos, diversos povos tentaram invadir a capital do Império Bizantino, Constantinopla. Enfraquecida pelos constantes ataques, a cidade é tomada pelos turcos-otomanos em 1453, dando fim ao Império Romano do Oriente.

Saiba mais sobre a Idade Média, Império Romano e características do Império Romano.

Quais as consequências da divisão do Império Romano?

A partir do século II, o Império Romano deixa de expandir seus territórios e como consequência, há uma diminuição no número de escravos. O sistema de produção romano era dependente do trabalho escravo e com a diminuição da oferta dessa mão-de-obra, se inicia uma crise econômica.

Quais foram as consequências da queda do Império Romano do Ocidente?

O Império Romano do Ocidente agonizou até 476, quando a cidade de Roma foi invadida pelos hérulos e o último imperador romano foi destituído. O estabelecimento dos povos germânicos nas antigas terras romanas levou ao surgimento de novos reinos, que originaram as nações modernas da Europa.

Qual foi a finalidade de dividir o Império Romano em Ocidente e Oriente?

Inicialmente, a construção de Constantinopla (pelo imperador Constantino, no ano de 330) e, posteriormente, a divisão do Império em duas partes (executada pelo imperador Teodósio, em 395) tinham como principal objetivo evitar, controlar e manter a preponderância do Império Romano.

O que aconteceu com a parte Oriental do Império Romano após sua divisão?

A parte oriental do Império manteve-se unificada até 1453, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos. Entretanto, a influência do chamado Império Bizantino sobre a Europa foi rapidamente esvaindo-se.