Quando foi o último caso de poliomielite no Brasil e quando ela foi considerada erradicada?

Também conhecida como Paralisia Infantil, a Poliomielite é uma doença causada pelo polliovírus, na qual ele invade o sistema nervoso, e nos casos mais graves, causa a paralisia permanente. A doença afeta principalmente crianças menores de 5 anos. A Polio, é extremamente contagiosa, e a única forma de prevenção é a vacinação.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o último caso de polio no Brasil foi no ano de 1989. No país, ela foi considerada erradicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1994, junto com outros países das Américas.

Entretanto, a doença corre sério risco de ser reimplantada no país. Isto porque, os índices de cobertura vacinal em todo país estão baixos. Tubarão é um péssimo exemplo do atual cenário, visto que, menos de 60% das crianças da cidade foram levadas para receber a vacina. O estado de Nova York (EUA), declarou nesta semana estado de emergência, devido ao surto da doença na região.

É responsabilidade dos pais levar as crianças para serem vacinadas contra a Poliomielite. Também será irresponsabilidade dos pais, deixar que os filhos fiquem paralisados para o resto da vida.

Portanto, se você é pai, mãe ou responsável de alguma criança, entre 1 e 4 anos 11 meses e 29 dias, é seu dever levá-lo para vacinar. Se você faz parte do círculo social que envolva crianças dessa idade, oriente e instrua os pais das mesmas para que sejam imunizadas.

Vítima da Polio ressalta a importância da vacinação

Guto Nuernberg, vice-presidente do Grupo GAM, de Tubarão, gravou um vídeo alertando a população tubaronense sobre o risco da doença. Guto contraiu o vírus na infância, com 2 anos de idade, e convive com a paralisia durante a vida inteira.

Até os dias de hoje, ele sofre com as complicações que a doença o trouxe. Guto ressalta que a necessidade de levar a criança para vacinar é dos pais, e também destaca que a criança não pode ser prejudicada por uma irresponsabilidade dos mesmos. “Se você ama seu filho, você não deve imaginá-lo com as limitações que eu tenho.”

O vídeo será divulgado nas redes sociais da Prefeitura Municipal de Tubarão e pode ser conferido na íntegra no anexo.

Situação da Polio em Tubarão

Atualmente na Cidade Azul, pouco mais da metade da população infantil foi vacinada contra o vírus. A estimativa daqueles que devem receber o imunizante é de 5.021 crianças, mas apenas 2.958 tomaram a gotinha, totalizando 58,91% da cobertura vacinal completa.

Do número citado acima, são 712 doses aplicadas em crianças de 1 ano (52,62%), 750 doses em crianças de 2 anos (61,73%), 742 em crianças de 3 anos (60,47%) e 754 doses aplicadas em crianças de 4 anos (61,50%).

Confira os locais para vacinar e pegar o comprovante para matrículas/rematrículas das crianças

Neste sábado (17), as salas de vacinação da cidade vão abrir, das 09 às 13 horas, para avaliação e atualização das vacinas. Segue a lista dos lugares:

- Campestre – Morrotes – Sertão dos Corrêa - São Martinho 2 - Vila Esperança - São Martinho 1 - Morro Da Caixa – Dehon – Revoredo - São Cristóvão - Oficinas 2 – Congonhas - Fábio Silva - Humaitá - São João - Bom Pastor – Policlínica - Monte Castelo.

Além deste sábado, de segunda a sexta-feira, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), preferencialmente com salas de vacinas, os pais ou responsáveis também podem levar as crianças junto com a caderneta de vacinação para verificação e atualização das demais vacinas, caso necessário.

Ao imunizar a criança, o responsável deve pegar a declaração comprovando a vacinação em dia, para que possa ser feita a matrícula e rematrícula da mesma, nas escolas municipais. A partir desta quarta-feira (14), estará aberto o período para rematrícula, e na próxima segunda-feira (19).

A declaração deve ser pega preferencialmente no ato da vacinação, mas pode ser obtida em até dois dias úteis pós-vacina.

As unidades que não possuem sala de vacinação irão orientar os responsáveis para qual unidade mais próxima os pais/responsáveis devem se dirigir. Tais unidades podem verificar se há necessidade de atualização e também enviar uma cópia da caderneta ao restante da equipe, porém, é o usuário que deve pessoalmente pegar a declaração em uma unidade com sala de vacinação.

Você pode conferir a lista das salas de vacinas e os horários de atendimento clicando aqui e o cronograma do ônibus “Saúde Mais Perto de Você” aqui.

Cobertura vacinal contra a pólio no Brasil (2012-21)

Dado considera as três primeiras doses, dadas no primeiro ano de vida

Fonte: DataSUS

A primeira dose da vacina da pólio é aplicada a partir dos 2 meses de vida, com mais duas doses aos 4 e 6 meses, além do primeiro reforço entre 15 e 18 meses e do segundo reforço entre 4 e 5 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Considerando todas as doses, a cobertura vacinal era de 96,55% em 2012. Em 2021, caiu para 59,37%. A mais baixa foi a da dose de reforço dada aos 4 anos: apenas 52,51% das crianças receberam essa dose no ano passado, segundo os dados computados no DataSUS até 6 de março.

"Uma menina de 3 anos foi diagnosticada com poliomielite por poliovírus selvagem no Malaui, é o primeiro caso na África em 5 anos. O Brasil é um dos 6 países das Américas com alto risco de reintrodução da pólio, no nosso caso pela queda da cobertura vacinal", alerta o infectologista Gerson Salvador, do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP).

Ele lembrou que, até 2015, a cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil se aproximava de 100%". A partir de 2016, ocorreu uma "queda vertiginosa".

Desde 2014, a cobertura vacinal contra a pólio no Brasil está abaixo de 95%, considerada a meta para proteção contra a doença, explica Isabela Ballalai, pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Para a médica, "o Brasil tem vários fatores de risco para a poliomielite. O mais novo deles é a baixa cobertura vacinal", afirma.

O g1 entrou em contato com o Ministério da Saúde para entender quais medidas estão sendo tomadas para evitar a retomada da doença no Brasil. Até a mais recente atualização desta reportagem, não havia recebido posicionamento.

Disparidade regional

Além de registrar queda na cobertura nacional, também há uma disparidade entre as regiões brasileiras.

No Norte, por exemplo, a cobertura vacinal das três primeiras doses da vacina no ano passado era de apenas 59,43%, a mais baixa do país, conforme os dados até 6 de março.

No Nordeste, era de 64,27%. As três mais altas foram no Sul (76,52%), no Centro-Oeste (72,15%) e no Sudeste (68,53%).

Para efeito de comparação, em 2012, todas as regiões brasileiras tinham cobertura acima de 90%. A mais baixa naquele período era no Sul, que registrava 94,82% das crianças de até um ano vacinadas com as três primeiras doses necessárias.

Esse cenário foi semelhante em 2013 e 2014. O ano de 2015 foi o primeiro em que uma região – o Norte – não alcançou o índice de 90% das crianças com as três primeiras doses de vacina (com 88,16% de cobertura).

Casos em Israel e no Malaui

O Ministério da Saúde de Israel informou no domingo (6) um novo caso de poliomielite em uma criança de 4 anos em Jerusalém. O paciente não estava imunizado contra a doença, apesar da vacina fazer parte do calendário de rotina do país.

Além disso, o governo de Israel informou que começou uma investigação para rastrear os contatos próximos à criança e descobrir se há necessidade de novas recomendações para enfrentar a transmissão.

"Ressalta-se que o vírus foi encontrado em amostras de água de esgoto coletadas na região onde ocorreu o caso, o que pode acontecer, mas, até o momento, não haviam ocorrido casos clínicos anteriores semelhantes", disse o Ministério da Saúde de Israel.

Já na quinta-feira (30), a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um informe a respeito de uma versão selvagem do vírus no Malaui. Uma criança de 5 anos foi diagnosticada com a doença em Lilongwe, capital do país africano, em 19 de novembro de 2021.

Em 26 e 27 de novembro, foram coletadas duas amostras de fezes e recebidas pelo laboratório de referência da África do Sul, o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD). Depois, em 14 de janeiro de 2022, elas foram encaminhadas para o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

Sobre a pólio

A poliomielite, também chamada de "paralisia infantil", é uma doença infectocontagiosa transmitida por um vírus. Ela é caracterizada por um quadro de paralisia flácida.

O início é repentino e a evolução do déficit motor ocorre, em média, em até três dias. A doença acomete, em geral, os membros inferiores, de forma assimétrica, e tem como principal característica a flacidez muscular.

O Brasil está livre da poliomielite desde 1990, segundo o Ministério da Saúde. Em 1994, o país recebeu a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Qual o último caso de poliomielite no Brasil?

Quando a doença poliomielite foi considerada erradicada no Brasil?

Quando foi registrado o último caso de poliomielite no Brasil e quando ela foi considerado erradicada?

Quando a poliomielite foi considerada erradicada no mundo?