Que importância a Semana de Arte Moderna teve para a arte brasileira o que os artistas modernistas pretendiam com esse evento?

Essa arte nova aparece inicialmente através da atividade crítica e literária de Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e alguns outros artistas que vão se conscientizando do tempo em que vivem. Oswald de Andrade, já em 1912, começa a falar do Manifesto Futurista, de Marinetti, que propõe “o compromisso da literatura com a nova civilização técnica”.

Mas, ao mesmo tempo, ele alerta para a valorização das raízes nacionais, que devem ser o ponto de partida para os artistas brasileiros. Assim, cria movimentos, como o Pau-Brasil, escreve para os jornais expondo suas ideias renovadoras de grupos de artistas que começam a se unir em torno de uma nova proposta estética. Antes dos anos 20, são feitas em São Paulo duas exposições de pintura que colocam a arte moderna de um modo concreto para os brasileiros: a de Lasar Segall, em 1913, e a de Anita Malfatti, em 1917.

A exposição de Anita Malfatti provocou uma grande polêmica com os adeptos da arte acadêmica. Dessa polêmica, o artigo de Monteiro Lobato para o jornal O Estado de S. Paulo, intitulado: “A propósito da Exposição Malfatti”, publicado na seção “Artes e Artistas” da edição de 20 de dezembro de 1917, foi a reação mais contundente dos espíritos conservadores.

No artigo publicado nesse jornal, Monteiro Lobato, preso a princípios estéticos conservadores, afirma que “todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude”. Mas, Monteiro Lobato vai mais longe ao criticar os novos movimentos artísticos. Assim, escreve que “quando as sensações do mundo externo transformaram-se em impressões cerebrais, nós ‘sentimos’; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em ‘pane’ por virtude de alguma grave lesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no homem, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá ‘sentir’ senão um gato, e é falsa a ‘interpretação que do bichano fizer um totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes”.

Em posição totalmente contrária à de Monteiro Lobato estaria, anos mais tarde, Mário de Andrade. Suas ideias estéticas estão expostas basicamente no “Prefácio Interessantíssimo” de sua obra Pauliceia Desvairada, publicada em 1922. Aí, Mário de Andrade afirma que:

“Belo da arte: arbitrário convencional, transitório – questão de moda. Belo da natureza: imutável, objetivo, natural – tem a eternidade que a natureza tiver. Arte não consegue reproduzir natureza, nem este é seu fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes (Rafael das Madonas, Rodin de Balzac, Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do Braz Cubas) ora inconscientes (a grande maioria) foram deformadores da natureza. Donde infiro que o belo artístico será tanto mais artístico, tanto mais subjetivo quanto mais se afastar do belo natural. Outros infiram o que quiserem. Pouco me importa”. (Mário de Andrade, Poesias Completas).

Embora existisse uma diferença de alguns anos entre a publicação desses dois textos, eles colocam de uma forma clara as ideias que dividiram artistas e críticos diante da arte. De um lado, os que tendiam que a arte fosse uma cópia fiel do real; do outro, os que almejavam tal liberdade criadora para o artista, que ele não se sentisse cerceado pelos limites da realidade.

Essa divisão entre os defensores de uma estética conservadora e os de uma renovadora prevaleceu por muito tempo e atingiu seu clímax na Semana de Arte Moderna realizada entre os dias 11 e 16 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.

No interior do teatro, foram apresentados concertos e conferências, enquanto no saguão foram montadas exposições de artistas plásticos, como os arquitetos Ântonio Moya e Georg Przyrembel, os escultores Victor Brecheret e W. Haarberg, os desenhistas e pintores Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Martins Ribeiro, Zina Aita, Yan de Almeida Prado, Vicente do Rego Monteiro e Di Cavalcanti (o idealizador da Semana e autor do desenho que ilustra a capa do catálogo), os músicos Villa-Lobos e Guiomar Novais, os escritores Ribeiro Couto, Ronald de Carvalho, Graça Aranha, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia.

Certamente não foi a Semana, em si mesma, a causadora das profundas mudanças que iriam ocorrer na cultura brasileira do século 20. É no período que se segue a ela, até perto de 1930, descrito por Mário de Andrade como “a maior orgia intelectual que a história artística do país registrou”, que ocorrem os principais desdobramentos teóricos do Modernismo Brasileiro.

Em relação à arte acadêmica, as transformações eram evidentes, como: pinceladas mais soltas, desenho mais livre, cores mais intensas e maior expressividade. Os temas brasileiros são valorizados: lendas, índios, costumes urbanos e rurais, festas populares, paisagens com independência da fidelidade ao real. As emoções passam a ter seu lugar na manifestação artística.

Depois do impulso inicial dado pela Semana, muitos grupos diferentes foram surgindo, com propostas às vezes um pouco divergentes, mas sempre ligadas à ideia de modernidade. Assim surgem inúmeros manifestos e textos que propunham programas estéticos, entre os quais os mais importantes são: Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) e Manifesto Antropofágico (1928).

A Semana de Arte Moderna é considerada um marco importante da presença de uma nova concepção do fazer e compreender a obra de arte no Brasil.


Que importância a Semana de Arte Moderna teve para a arte brasileira o que os artistas modernistas pretendiam com esse evento?
O Manifesto da Poesia Pau-Brasil, regido pelo escritor brasileiro Oswald de Andrade, apresentava as noções estéticas que iriam nortear o seu trabalho em poesia e o de outros modernistas brasileiros. Foi publicado no mesmo ano que o Manifesto Surrealista, do escritor André Breton. Ele defende uma poesia ingênua, ou seja, não contaminada por regras preestabelecidas para pensar e fazer arte, também possui o desejo de revelar o primitivo do ser humano, propondo uma poesia revolucionária, embora não política, como no Manifesto Antropofágico.

A minissérie “Um só coração”, produzida e exibida em 2004 pela TV Globo, trouxe com riqueza de detalhes vários momentos, acontecimentos, perfis das personalidades que, de certa forma, construíram esse momento importante da arte brasileira que teve como marco a Semana de Arte Moderna.

Que importância a Semana de Arte Moderna teve para a arte brasileira o que os artistas modernistas pretendiam com esse evento?

Que importância a Semana da Arte Moderna teve para a arte brasileira?

Alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só ganhou sua importância com o passar dos anos, e o seu principal legado foi desprender a arte brasileira da reprodução de padrões europeus, dando início à construção de uma cultura essencialmente nacional.

O que pretendiam os artistas modernistas brasileiros com suas obras de arte?

O objetivo do movimento modernista era romper com o tradicionalismo e se livrar dos paradigmas e das regras sobre como fazer arte que prevaleciam no momento.

O que pretendiam os artistas que idealizaram a Semana de Arte Moderna de 1922?

A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas europeias mais conservadoras.

O que motivou os artistas produzirem o evento a Semana de Arte Moderna?

Contexto histórico da Semana de Arte Moderna Ao mesmo tempo, as pessoas ricas que podiam estudar na Europa estavam fazendo exatamente isso. Oswald de Andrade e Anita Malfatti eram dois dos artistas brasileiros que foram à Europa e trouxeram uma nova idéia do que era arte, razão pela qual organizaram o evento.