Quem é a esquerda e quem é a direita

Recorrentemente podemos observar, tanto em discussões entre políticos de carreira quanto entre formadores de opinião pública, professores universitários ou mesmo pessoas comuns, por meio das redes sociais, os termos direita e esquerda sendo utilizados para qualificar ou desqualificar a postura político-ideológica de uns e de outros. O problema é que, na maioria dos casos, os debatedores empregam mal essas expressões, por não conhecerem a carga ideológica que elas comportam, e também raramente sabem em que contexto elas nasceram.

Pois bem, a origem dos termos direta e esquerda no âmbito político ocorreu durante a RevoluçãoFrancesa. A seguir saberemos como.

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Origem dos termos direita e esquerda

Sabemos que a Revolução Francesa foi um dos acontecimentos mais impactantes da história, haja vista que foi a partir dela que novos modelos políticos, sociais e culturais surgiram na Europa, “enterrando” o Antigo Regime absolutista e espalhando-se para outros continentes. A estrutura do Antigo Regime era composta por três Estados: a nobreza (primeiro), o clero (segundo) e a burguesia (terceiro), que se dividia entre alta e baixa burguesia e incluía também os trabalhadores urbanos e os camponeses.

Quem é a esquerda e quem é a direita
Os termos “direta” e “esquerda” remetem ao contexto da Revolução Francesa.

A Revolução Francesa estourou, em 1789, por causa da busca de legitimidade e representatividade política por parte do Terceiro Estado. Os membros do Terceiro Estado reuniram-se em Assembleia Constituinte para redefinir os rumos da França, levando em conta o protagonismo da burguesia. No salão em que a Assembleia reuniu-se, dois grupos principais debatiam.

Do lado esquerdo, encontravam-se os mais exaltados e radicais, alinhados com a baixa burguesia e os trabalhadores. Os principais representantes desse grupo eram os jacobinos. Do lado direito, estavam aqueles mais moderados, com tendência à conciliação e com boa articulação com a nobreza e a alta burguesia . Eram conhecidos como girondinos.

Desse modo, dessas divergências entre jacobinos (radicais) e girondinos (moderados, tendendo à manutenção de certa ordem institucional tradicional) derivaram as noções de esquerda e direita, que perduram até hoje no debate político. Entretanto, há algumas particularidades de ordem ideológica que precisam ser ressaltadas.

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Conservadorismo X progressismo

Quando falamos de direita e esquerda no âmbito da discussão política, é preciso, também, além de saber como esses termos originaram-se, ter o cuidado de entender a quais vieses ideológicoseles estão associados. Por exemplo, a própria Revolução Francesa, se observada em seu todo, era uma revolução expressamente progressista, influenciada pelo iluminismofrancês.

Mesmo os girondinos, que podiam ser mais ligados à tradição e moderados, estavam inseridos nessa perspectiva do progressismo, que, grosso modo, tinha em vista a crença no futuro, no progresso crescente e ininterrupto da humanidade em suas maiores qualidades e valores, como a liberdade e a igualdade etc. Esses traços típicos da ideologia progressista ainda podem ser observados em muitos discursos de esquerda ainda hoje.

Por outro lado, contrário ao progressismo, está o conservadorismo. Aquele que é considerado o pai do conservadorismo moderno, o britânico EdmundBurke (1729-1797), foi um dos principais críticos da Revolução Francesa, sendo contemporâneo dela. As críticas de Burke tinham por alvo exatamente o conteúdo progressista dos revolucionários, a aposta no futuro e a fé no progresso e na razão, encarados como novos “deuses” para os anticlericais da revolução.

Tal “fé”, advertiu Burke, acabou por conduzir ao terror jacobino de 1792-94. O conteúdo do conservadorismo burkeano acabou por dar base de sustentação às ideologias ditas “de direita” no século XIX, sobretudo na Inglaterra e nos Estados Unidos.

A defesa da ordem moral, da tradição e dos valores religiosos, da liberdade econômica, da livre iniciativa e da propriedade privada estão entre as premissas básicas do pensamento conservador.

Nesse sentido, as categorias direita e esquerda precisam ser avaliadas por meio de estudos mais profundos sobre o progressismo e o conservadorismo. Só assim é possível entender como se originaram o comunismo, o liberalismo, o libertarianismo, o anarquismo, o fascismo etc.

Quem apoia o PT é de direita ou esquerda?

O Partido dos Trabalhadores (PT) é um partido político brasileiro de centro-esquerda à esquerda. Fundado em 1980, integra um dos maiores e mais importantes movimentos de esquerda da América Latina.

Quem é de esquerda e quem é direita?

Há um consenso geral de que a esquerda inclui progressistas, sociais-liberais, ambientalistas, social-democratas, democrático-socialistas, libertários socialistas, secularistas, socialistas, comunistas e anarquistas, enquanto a direita inclui neoliberais, liberalismo econômico, conservadores, reacionários, ...

O que é partido de direita?

A política de direita envolve, em graus variados, a rejeição de objetivos igualitários da política de esquerda, alegando que a desigualdade econômica é natural e inevitável, ou que é até mesmo benéfica para a sociedade. As ideologias de direita, e seus movimentos, apoiam a ordem social.

O que é ser de esquerda?

No espectro político, a esquerda se caracteriza pela defesa de uma maior igualdade social. Normalmente, envolve uma preocupação com os cidadãos que são considerados em desvantagem em relação aos outros e uma suposição de que há desigualdades injustificadas que devem ser reduzidas ou abolidas.