A bolsa pode estourar mesmo nao tendo dilatação

A bolsa pode estourar mesmo nao tendo dilatação
Pilin_Petunyia/Thinkstock/Getty Images /

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Diferentemente do que pensam muitas mulheres, nem sempre o rompimento da bolsa é o primeiro sintoma do trabalho de parto. “Apenas 10% das grávidas em final de gestação têm a ruptura repentina, antes de o processo propriamente dito começar, e vivenciam aquela ‘cena de novela’, encarando o aguaceiro. Na maioria das vezes, a bolsa se rompe durante o trabalho de parto”, explica a ginecologista e obstetra Daniela Moreira, de São Paulo.

  Seu colega Jorge Góes, também da capital paulista, complementa: “São as contrações do útero que normalmente sinalizam que é chegado o momento de dar à luz . Mas, se a mulher sentir ou desconfiar que está perdendo líquido amniótico em qualquer momento da gestação, deve procurar um hospital. O mesmo vale caso ela perceba que  a bolsa estourou, porque isso significa que ela já está ou vai entrar em trabalho de parto”.

  De forma geral, depois que a bolsa se rompe, o parto ocorre, no máximo, em 48 horas. No entanto, alguns obstetras optam por induzir o nascimento logo em seguida. “Se  o bebê estiver maduro, o ideal é não prolongar a espera”, diz Daniela. Mas, para isso, o pré-requisito é que a mulher esteja com, no mínimo, 34 semanas de gestação. Antes de completar esta idade gestacional, se não houver sinal de sofrimento nem de infecção para a mãe e bebê, o parto é adiado. Podem ser necessários medicamentos para segurar o bebê mais um pouco dentro do útero. Como o líquido amniótico continua a ser produzido pela placenta, a mulher terá de ficar em repouso para mantê-lo.

  Então, calma: a enxurrada não significa que o bebê irá nascer imediatamente! O obstetra é quem irá avaliar a necessidade de fazer o parto ou esperar mais um pouco, em condições controladas para evitar infecções.

  A sensação
Quando a bolsa estoura, a mulher sente um líquido quente escorrendo pelas pernas.  “O processo é indolor. É como se estivesse fazendo xixi, mas sem controle do fluxo”, explica a ginecologista obstetra Tânia Schupp, de São Paulo.

“O líquido amniótico é transparente e tem um odor parecido com o da água sanitária”, descreve Daniela. Dessa forma, é importante reparar: caso o líquido esteja com alguma coloração ou sangue, a mamãe deve avisar imediatamente ao médico. Pode estar ocorrendo um descolamento de placenta ou algum outro tipo de lesão.

  O que fazer?
Mantenha a calma. Se o líquido for claro, coloque um absorvente, ligue para o seu ginecologista, tome um banho e peça para alguém te levar para a maternidade. Se o líquido estiver escuro, apresse-se e vá rapidamente ao hospital.

  Na maternidade
Ao chegar ao hospital, o médico irá avaliar o histórico da gestante, assim como o seu estado. Se a mulher não possuir contraindicações para um parto normal, acompanha-se o trabalho de parto por meio das contrações, do bem-estar fetal, das dilatações e da descida do feto pelo canal de parto.

  A dilatação é medida por meio do exame de toque, quando o médico introduz dois dedos na vagina da gestante. “Dez centímetros é o total necessário para que a cabecinha do feto passe”, explica Jorge. Caso a mamãe não atinja esta abertura, é realizada uma cesárea.

  Afinal, qual o primeiro sintoma do trabalho de parto, então?
Na realidade, o primeiro sintoma do trabalho de parto são as contrações do útero. Elas doem, começam com intervalos de 5 minutos e vão aumentando a frequência conforme a evolução do quadro. As contrações uterinas duram mais ou menos quarenta segundos. A dor se assemelha à de uma cólica menstrual.

  Conforme vai se aproximando a hora de parir, as dores e as contrações vão ficando mais fortes. Segundo  Jorge, “quando ocorrem duas dores fortes em um período de dez minutos, caracteriza-se o trabalho de parto”.

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Um dos maiores medos das mães durante a gestação é que aconteça alguma complicação que adiante o parto. Um exemplo é a bolsa rota, como especialistas chamam tecnicamente o que acontece quando uma das membranas que envolve o bebê dentro da mãe se rompe.

o que é bolsa rota

A bolsa é repleta de líquido amniótico e possui a função de amortecer choques térmicos e mecânicos. No caso da bolsa rota, há um rompimento da membrana amniótica antes mesmo de a gestante iniciar o trabalho de parto.

O problema é responsável por 40% dos nascimentos prematuros e 18% das mortes de bebês antes de completarem um mês de vida.

por que a bolsa estoura antes da hora

Entre as causas da bolsa se romper antes da hora estão as infecções bacterianas que podem atingir a vagina e acometer o útero durante a gestação e os choques mecânicos. O consumo de álcool, tabaco e drogas também podem ocasionar a situação. Os especialistas também consideram a abertura do colo do útero – em alguns casos, o tamanho estrutural da abertura do órgão pode facilitar o acesso de germes.

O QUE fazer se a bolsa estourar prematuramente

Identificar o aparecimento desse problema nem sempre é uma tarefa fácil. Portanto, é necessário e urgente que, após verificar alguma irregularidade, a gestante procure o serviço de saúde mais próximo ou seu médico. Além da história clínica, como é chamado o conjunto de informações fornecidas pela paciente ao médico, os especialistas realizam exames de inspeção da vulva e o especular estéril.

Embora a ruptura da bolsa sempre represente perigo para o bebê, quando acontece a partir das 34 semanas de gestação, isto é, quando o bebê já possui 8 meses, o quadro é mais ameno em relação às complicações ligadas à prematuridade. Nesse caso, o parto costuma ser feito em até 24h horas.

Caso a ruptura surja antes de a gestação completar 8 meses de idade, os médicos, geralmente recomendam a internação de emergência e administração de medicamentos. Os exames de sangue pedidos nesse momento são fundamentais e necessários para identificar se há ou não uma infecção em curso, bem como para saber o estado de saúde do bebê. Se não houver riscos maiores, a conduta médica habitual é a tentativa de estender, ao máximo, o período gestacional.

Para evitar a bolsa rota, é fundamental que a gestante realize um pré-natal adequado, seguindo todas as recomendações médicas necessárias. Atividades que necessitem de um esforço muito grande , como pegar peso, também devem ser evitadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina - “Avaliação de testes diagnósticos na rotura prematura de membranas”.

Ministério da Saúde - Secretaria de Atenção à Saúde - Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - “Gestação de Alto Risco - Manual Técnico”, 2012.

Hospital Universitário de Santa Maria - “Protocolo Clínico do Hospital Universitário de Santa Maria”.

Sistema Único de Saúde e Prefeitura de São Paulo - “Protocolos de Obstetrícia”.

Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro - “Rotura Prematura das Membranas Ovulares”.

O que acontece quando a bolsa estoura e não tem dilatação?

O que geralmente acontece é: a bolsa rompe, a mulher vai imediatamente para o hospital. Chegando lá, começa a ser manejada, espera-se de 2h a 3h, o colo permanece fechado, sem dilatação, e a equipe indica cesárea argumentando que o trabalho de parto não está evoluindo.

Quais os sintomas de que a bolsa vai estourar?

Normalmente, alguns dias antes da ruptura da bolsa, a mulher sente a expulsão do tampão mucoso, que é uma secreção amarela e espessa responsável por tapar o colo do útero, protegendo o bebê.

É possível ter contrações e não ter dilatação?

Absolutamente não. Você só começará ter dilatação na hora do trabalho de parto. É normal ter dor no final da gestação, mas estas dores só vão fazer o colo dilatar quando estiverem fortes e rítmicas.

O que faz com que a bolsa se rompa?

Entre as causas da bolsa se romper antes da hora estão as infecções bacterianas que podem atingir a vagina e acometer o útero durante a gestação e os choques mecânicos. O consumo de álcool, tabaco e drogas também podem ocasionar a situação.