Amoxicilina + clavulanato de potássio corta o efeito do anticoncepcional injetável

Um dos maiores temores das mulheres que usam anticoncepcional é precisar tomar um remédio antibiótico. Afinal, já foi comprovado que eles reduzem os efeitos da pílula anticoncepcional. Mas será que isso também acontece com o anticoncepcional injetável, aquele em que os hormônios são injetados diretamente na mulher? Eles também podem ser influenciados pelos antibióticos? Para entender melhor como isso funciona, conversamos com a ginecologista Bárbara Murayama. Leia e tire suas dúvidas!

Como funciona o anticoncepcional injetável?

O anticoncepcional injetável é uma injeção com hormônios. “A medicação é injetada e fica depositada no corpo, a cada dia um pouco cai na circulação sanguínea para agir evitando a gravidez”, explica a médica. Esse tipo de anticoncepcional pode ser injetado mensalmente ou trimensalmente. Já sua dose hormonal pode variar bastante. “Existem os combinados que contêm um tipo de estrogênio e outro de progesterona. E outro tipo de medicação que contém só um tipo de progesterona”, define ela. Mas, para ter certeza qual é o melhor método para você, é importantíssimo de visitar um ginecologista. Não se esqueça de marcar uma consulta.

Efeito do anticoncepcional injetável é parecido com o das pílulas

Os efeitos do anticoncepcional injetável são muito parecidos com o da pílula anticoncepcional. “Há uma variedade de combinações de progesteronas diferentes tanto nas pílulas quanto nos injetáveis, mas em linhas gerais os efeitos são os mesmos”, ressalta a profissional. Ambos os contraceptivos trazem doses hormonais que são direcionadas para a corrente sanguínea, suspendendo as ações hormonais da mulher. Por isso, pode acontecer das mulheres sentirem um fluxo mais leve e menos sintomas da TPM ou cólica mais branda.

Antibiótico pode sim interferir na eficácia do anticoncepcional injetável

Segundo a especialista, há apenas um modelo de antibiótico que pode, com toda certeza, cortar os efeitos do anticoncepcional injetável: o rifampicina, utilizado no tratamento de tuberculose. Apesar disso, os efeitos colaterais dos outros antibióticos podem acabar interferindo na eficácia do método contraceptivo. “Por exemplo, se a mulher que está em uso de qualquer antibiótico apresenta efeito colateral de vômitos ou diarréia, idealmente deve conversar com sua ginecologista e com o médico que prescreveu antibiótico”, explica ela. Vômito e diarreia podem provocar alterações na metabolização e absorção dos hormônios vindos do anticoncepcional.

Este artigo tem a contribuição do especialista:
Dra. Bárbara Murayama - Ginecologista
CRM: 112527

*Tradução: Joana de Sousa

Principais coisas a saber:

  • A maioria dos antibióticos não interfere com os contraceptivos hormonais.

  • Apenas as rifamicinas, incluindo a rifampicina, tornarão o seu método contraceptivo menos eficaz.

  • Se o seu(ua) médico(a) lhe prescrever rifampicina, certifique-se de usar proteção de reserva como preservativos ou abster-se de ter relações sexuais.

Uso um contraceptivo hormonal. Posso engravidar se tomar antibióticos?

Na maioria dos casos, não, desde que você continue a usar sua contracepção hormonal conforme lhe foi prescrita. Dessa maneira, você não corre o risco de engravidar mesmo tomando antibióticos.

É um mito que todos os antibióticos interferem na eficácia da sua pílula anticoncepcional.

Há, no entanto, uma classe de antibióticos que é a exceção: as rifamicinas (1).

O que preciso saber sobre as rifamicinas?

As rifamicinas são uma classe de antibióticos. A rifamicina mais prescrita é conhecida pelo nome rifampicina. (Outros tipos de rifamicinas incluem rifapentina, rifabutina e rifaximina.) A rifampicina não é prescrita com muita frequência nos Estados Unidos.

As rifamicinas são normalmente prescritas para o tratamento de infecções micobacterianas, incluindo tuberculose (1), ou para o tratamento da diarreia do viajante causada pela E. coli (2).

A rifampicina pode ser usada em combinação com outros antibióticos para tratar outras infecções bacterianas (1). (Fato interessante sobre a rifampicina: um dos efeitos secundários é que ela pode dar à sua urina, lágrimas, saliva e suor uma cor vermelha (3).)

A rifampicina pode acelerar a capacidade do fígado para decompor moléculas e medicamentos, incluindo as pílulas anticoncepcionais, que são continuamente processadas pelo fígado (3).

Por esse motivo, qualquer pessoa que tome qualquer forma de contraceptivo hormonal, como a pílula, o adesivo, o anel, a mini pílula ou o implante, e que receba tratamento com a rifampicina, deve estar consciente que o seu contraceptivo hormonal poderá não ser tão eficaz, o que pode aumentar a probabilidade de engravidar (3-5). 

A utilização da rifampicina não interage com outros métodos contraceptivos, como a injeção contraceptiva, o DIU de cobre e o DIU hormonal, o que significa que você pode continuar usando esses tipos de contracepção enquanto estiver em tratamento com rifampicina (4,5).

Use o Clue app para monitorar e acompanhar seus métodos contraceptivos

Imagem de três telas mostrando o aplicativo Clue

E se o meu médico me prescrever rifampicina?

Se o seu(a) médico(a) lhe prescrever rifampicina, informe-o de que está usando um contraceptivo hormonal.

Salvo indicação em contrário pelo seu(a) médico(a), você deve continuar tomando a pílula como habitualmente. No entanto, durante esse período, é importante usar métodos contraceptivos não hormonais, como preservativos externos ou internos, ou abster-se de sexo como proteção de reserva durante o tratamento com rifampicina (3).

Se você usa pílulas anticoncepcionais, considere seguir as recomendações sobre o que fazer se não tomar, se esquecer, duas ou mais pílulas:

  • Se ainda tem 7 pílulas hormonais na sua embalagem, continue a usar os métodos de reserva não hormonais por 7 dias após parar de tomar rifampicina.

  • Se tiver menos de 7 pílulas hormonais na embalagem depois de parar de tomar rifampicina, salte as pílulas sem hormônios e inicie uma nova embalagem, mas continue a usar métodos contraceptivos de reserva nas primeiras 7 pílulas da embalagem (6).

Se você estiver usando outra forma de contraceptivo hormonal, como adesivo ou anel, fale com seu(a) médico(a).

Quando ficar doente lembre-se disto

Mesmo que você esteja tomando rifampicina, estar doente afeta o seu corpo e a mente. Quanto estamos doente, é fácil perder a noção do tempo e das responsabilidades e pode acontecer de esquecer de tomar sua pílula (ou outro medicamento diário). Use o Clue para configurar lembretes de pílulas ou encarregue algum familiar, parceiro(a) ou amigo(a), para que te ajude a lembrar de tomar a pílula anticoncepcional diariamente e à mesma hora.

Quais os antibióticos que cortam o efeito do anticoncepcional injetável?

Os únicos antibióticos que, comprovadamente, podem diminuir os efeitos dos anticoncepcionais são a rifampicina, utilizada no tratamento inicial da tuberculose pulmonar ou no tratamento de infecções com resistência aos medicamentos, e a rifabutina, utilizada também para o tratamento da tuberculose.

É verdade que amoxicilina corta o efeito do anticoncepcional Injetavel?

A Amoxacilina não corta o efeito da injeção e não aumenta o risco de uma gravidez indesejada.

Pode tomar amoxicilina tomando injeção anticoncepcional?

Amoxicilina não interfere com o efeito do anticoncepcional.

Quanto tempo a amoxicilina corta o efeito do anticoncepcional?

A amoxicilina não corta o efeito do anticoncepcional e não aumenta o risco de um gravidez indesejada. O risco de falha da pílula é de 3 gravidezes a cada 1000 mulheres por ano (risco de 0,3%) desde que você esteja usando corretamente, todos os dias, sempre no mesmo horário e sem esquecimentos.