O que aconteceu depois de Dom Pedro gritou Independência ou morte?

Ao receber várias cartas no caminho entre Santos e São Paulo, Dom Pedro decidiu tomar a decisão de romper os laços do Brasil com Portugal. “O pomo está maduro, colhe-o já”, escreveu a Princesa Leopoldina.

Padre Belchior de Oliveira, conselheiro de Dom Pedro, estava lá em 1822 e no seu depoimento escrito, em momento algum, lembra-se do famoso “independência ou morte!”. Para o padre, Dom Pedro teria dito algo assim, “Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil para sempre, separado de Portugal”.

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Já o alferes Canto e Melo, irmão de Domitila, futura Marquesa de Santos, escreveu posteriormente que Dom Pedro falou em alto e bom som, “Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!”.

A comitiva de Dom Pedro era pequena. No máximo, 14 pessoas e outra testemunha dos fatos, o Coronel Manuel Marcondes lembrou-se que o grito que ficou marcado para sempre, foi, na verdade, tirado de uma frase bem maior proferida pelo príncipe-regente.

“Brasileiros! A nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte! E as nossas cores, verde e amarelo, em substituição às das cortes”.

Seja como for, foi forte o suficiente para romper os vínculos da colônia com a antiga metrópole e significou um novo capítulo na história da terra imensa, chamada Brasil.

A independ�ncia do Brasil foi proclamada por Dom Pedro I �s margens do riacho Ipiranga, localizado na cidade de S�o Paulo, em 7 de setembro de 1822.

O epis�dio � conhecido tamb�m como "Grito da independ�ncia", pois Dom Pedro teria dito as palavras: Independ�ncia ou morte.

Como e por que�ocorreu a independ�ncia brasileira

O processo de independ�ncia do Brasil ocorreu de forma lenta e gradual.

Mas foi em 7 de setembro de 1822 que se torna oficial a separa��o do Brasil, at� ent�o col�nia, de Portugal, sua metr�pole.

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Independ�ncia ou morte (1888). Pintura de Pedro Am�rico retratando a independ�ncia do Brasil

Os motivos para essa ruptura foram v�rios. Ente eles, o fato do Brasil estar crescendo economicamente, enquanto Portugal enfrentava s�rios problemas. Assim, a metr�pole dependia cada vez mais de sua col�nia.

Anos antes, em 1808, o governo brasileiro fez acordos com a Inglaterra e conseguiu a liberdade de com�rcio com a Abertura dos Portos �s Na��es Amigas. Pois, at� ent�o, s� podia comercializar com Portugal.

Uma vez conquistada a autonomia econ�mica, faltava alcan�ar a independ�ncia pol�tica.

Assim, foi aos 24 anos que Dom Pedro I, quando estava de viagem com sua comitiva pr�ximo de S�o Paulo, recebeu duas cartas que mudariam os rumos do pa�s.

As cartas eram de Dona Leopoldina, sua esposa, e de Jos� Bonif�cio, influente estadista paulista, e determinavam que a independ�ncia do Brasil deveria ser proclamada.

Dom Pedro ent�o declara que o Brasil se tornava independente de Portugal e dessa forma se torna imperador.

Quem foi Dom Pedro I

Pedro I nasceu em 12 de outubro de 1798 em um distrito de Lisboa chamado Queluz, em Portugal. Seus pais eram Dom Jo�o VI e Carlota Joaquina.

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Reconstitui��o do rosto de Dom Pedro I. Cr�dito: C�cero Moraes

Como era comum nas fam�lias reais, Pedro tinha um nome extenso. Ele foi batizado como�Pedro de Alc�ntara Francisco Ant�nio Jo�o Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim Jos� Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragan�a e Bourbon.

Veio para o Brasil aos 9 anos com sua fam�lia. Isso porque eles estavam fugindo das invas�es de Napole�o Bonaparte em Portugal.

Se casou com Dona Leopoldina em 1817, com quem teve 7 filhos, entre eles Pedro II, que herda o trono do pai. Com a morte de Leopoldina em 1826, se casa com�Am�lia Eug�nia Napole�o de Leuchtenberg�em 1828 e tem outra filha.

A independência do Brasil é celebrada em 7 de setembro, data em que Dom Pedro I, então príncipe regente em 1822, deu seu famoso grito às margens do rio Ipiranga, em São Paulo. Mais tarde, o momento foi retratado em diversas pinturas e talvez a mais conhecida dela seja a obra "Independência ou Morte", também conhecida como "O Grito do Ipiranga", de Pedro Américo.

A obra foi encomendada ao artista pelo governo de São Paulo em 1886 como uma forma de homenagear o império brasileiro e foi entregue em 1888, um ano antes da Proclamação da República.

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'Independência ou Morte': quadro idealiza fato histórico; saiba o que é real ou não

Para a historiadora Michelli Scapol Monteiro, que faz pós-doutorado no Museu Paulista e é curadora adjunta da exposição "Uma História de Brasil", da qual o quadro de Américo faz parte, a ideia da obra era criar uma imagem idealizada do passado. Portanto, não se deve considerar o que é mostrado na pintura como retrato fiel do fato em si.

"É impossível interpretar qualquer pintura como um documento do passado no sentido do evento que ela retrata. Ela diz muito mais sobre o momento em que ela foi produzida. A pintura de história é sempre uma representação que nunca será o passado", diz.

Especialmente tratando-se de uma pintura feita sob encomenda com um único objetivo. "É um quadro muito específico porque é para um espaço muito específico. Ele sabia que ficaria exposto em um edifício que estava sendo construído para celebrar a Independência. Então foi na intenção de celebrar o 7 de setembro em São Paulo que ele cria esta obra", explica Michelli.

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Quadro ‘Independência ou morte’, de Pedro Américo, tem 31 metros quadrados e é destaque no Museu do Ipiranga

Américo se dedicou para produzir o quadro, seguindo traços de artistas históricos da época que recorriam a documentos para retratar o acontecimento de forma mais realista.

"Pedro Américo foi no local para estudar um pouco da geografia do espaço, procurou retratos de pessoas que estiveram presentes naquele evento, estudou indumentária para saber quais eram os uniformes da época" explica a estudiosa.

Mas, afinal, o que é e o que não é real na obra?

2 de 2 Análise do quadro de Pedro Américo sobre o Grito do Ipiranga — Foto: Arte/g1

Análise do quadro de Pedro Américo sobre o Grito do Ipiranga — Foto: Arte/g1

Os elementos históricos estavam ali, representados especialmente por Dom Pedro e pelo riacho do Ipiranga.

Fora isso, outros aspectos foram "incrementados" pelo artista.

"Considerando os registros de viagem de Dom Pedro na época, ele dificilmente estava viajando acompanhado de tanta gente", opina a estudiosa.

No quadro, além do príncipe regente, aparecem ao menos outras 44 pessoas. Apenas quatro delas não eram oficiais.

Outra coisa alterada pelo pintor durante a produção da obra foi a espécie dos animais. Soldados, comitiva e civis são vistos montando cavalos. Mas, segundo a historiadora, Dom Pedro e seus acompanhantes viajavam montados em burros.

"Américo justificou em seus registros que a presença dos cavalos valorizaria o momento. Além disso, seria difícil explicar para a aristocracia europeia, que veria o quadro em primeira mão, o que eram aqueles animais que eles não conheciam".

As vestes oficiais usadas por Dom Pedro e pelos soldados também foram colocadas ali para enaltecer o ato. "Imagina-se que a pequena comitiva que acompanhava o príncipe regente vestia roupas confortáveis para viajar", conta.

Pedro Américo aparece na obra; ele estava lá?

Aproveitando-se da liberdade criativa, Pedro Américo inseriu a si mesmo no quadro, fazendo aparição como membro da comitiva real. Michelli destaca que Américo não esteve presente no 7 de setembro de 1822, afinal ele nasceu apenas duas décadas depois.

"Ele fazia isso. Américo também aparece em outro quadro, na 'Batalha do Avaí', como um dos combatentes. Então ele tinha isso de se autorretratar", enfatiza.

No fim das contas, o quadro foi aprovado e amplamente difundido. Tanto que, ainda hoje, é uma das principais referências à Independência do Brasil em livros didáticos.

O que aconteceu depois que Dom Pedro gritou independência?

O 7 de setembro não encerrou o processo de independência do Brasil. Esse processo seguiu-se com uma guerra de independência e nos meses seguintes acontecimentos importantes aconteceram, como a Aclamação de D. Pedro como imperador do Brasil, no dia 12 de outubro, e sua coroação que aconteceu no dia 1º de dezembro.

Quais foram as consequências do processo de independência do Brasil?

A primeira e mais marcante consequência da independência do Brasil foi a constituição do país como uma nação soberana. Nesse processo, houve a separação de Portugal, de modo que a nação alcançou sua autonomia para estabelecer suas próprias normas políticas, sociais e econômicas.

O que realmente aconteceu na independência do Brasil?

Momento histórico. A Independência do Brasil foi um processo construído. À época, D. Pedro 1º sofria forte pressão de Portugal para retornar à metrópole, após uma série de medidas que abriu o Brasil economicamente e alçou o país à condição de Reino, ao lado de Portugal e Algarves.