Por que a expansão da agropecuária tem provocado alterações no clima da região Centro

Letra “E”.

A)    INCORRETO – Esse processo gerou, na verdade, uma maior concentração fundiária, principalmente latifúndios.

B)    INCORRETO – A fauna e a flora do Cerrado foram totalmente afetadas. Algumas espécies já estão em extinção. Os principais motivos foram a derrubada da mata nativa e sua queimada.

C)    INCORRETO – Esse processo foi seletivo e funcional. Somente algumas regiões foram beneficiadas, principalmente a região sudoeste de Goiás, o nordeste do Mato Grosso do Sul e grande parte do Mato Grosso. Também, a monocultura da soja não traz tantos benefícios sociais, pois, além do aumento na concentração fundiária, o produto não é industrializado aqui, sendo vendido in natura. Com isso, não há geração de empregos.

D)    INCORRETO – Não há um predomínio de pequenas e médias propriedades, mas sim de grandes latifúndios. Por exemplo, o ex-governador do Mato Grosso e atual senador do estado, Blairo Maggi, sozinho, é responsável por grande parte da produção de soja nessa Unidade da Federação, sendo considerado o maior produtor de soja individual do mundo.

(E)   CORRETO – Essa alternativa identifica com precisão os impactos do processo de modernização em porções da macrorregião centro-oestina gerados pela sojicultura. No entanto, a elevada densidade técnica empregada no processo produtivo tem possibilitado empreendimentos desse tipo, além das políticas governamentais nos anos de 1970 que desencadearam seu processo de ocupação e fomentaram pesquisas de adaptação de cultivares “exportáveis” no cerrado brasileiro.

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Resumo:

Este trabalho tem o objetivo de analisar a alteração da composição agrícola na região Centro-Oeste do Brasil, especificamente nos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, provocada pela significativa expansão do cultivo da cana-de-açúcar. O Modelo Shift-Share foi utilizado para calcular os efeitos escala e substituição das principais atividades em análise. Os resultados revelam que a dinâmica de expansão alterou a composição agropecuária das regiões estudadas, contribuiu para a redução da diversidade agrícola e para a diminuição de áreas produtoras de alimentos da cesta básica.

Palavras-chave:
cana-de-açúcar; substituição; composição agrícola

Abstract:

This work aims at analyzing the changing composition of agriculture in Midwest region of Brazil, specifically in the states of Mato Grosso do Sul and Goias, caused by the significant sugarcane expansion. The Shift-Share Model was used to calculate the scale and replacement of the main analyzed activities. The results show that the expansion changed the agricultural composition of the studied regions, contributed to the reduction of agricultural diversity and the reduction of food staple production areas.

Key words:
sugarcane; replacement; agricultural composition

Résumé:

Ce travail vise à analyser la composition changeante de l'agriculture dans la région du Midwest du Brésil, en particulier dans les États du Mato Grosso do Sul et Goiás, causée par l'expansion de la canne à sucre significative. Le Shift-Share modèle a été utilisé pour calculer l'échelle et le remplacement des principales activités analysés. Les résultats montrent que l'expansion a modifié la composition agricole des régions étudiées, a contribué à la réduction de la diversité agricole et la réduction des zones de production de base alimentaire.

Mots-clés:
canne à sucre; remplacement; composition agricole

Resumen:

Este trabajo tiene como objetivo analizar el cambio en la composición de la agricultura en el Medio Oeste de Brasil, específicamente en los estados de Mato Grosso do Sul y Goiás, causada por la significativa expansión del cultivo de caña de azúcar. Se utilizó el Modelo Shift-Share para calcular la escala y la sustitución de las principales actividades que se examina. Los resultados muestran que la expansión cambió la composición agrícola de las regiones estudiadas, contribuyó a la reducción de la diversidad agrícola y la reducción de las áreas de producción de alimentos de la canasta básica.

Palabras clave:
caña de azúcar; reemplazo; composición de la agricultura

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, grandes esforços mundiais têm sido dedicados à busca de fontes de energias renováveis e menos poluentes, devido às implicações econômicas, sociais, ambientais e políticas do uso dos combustíveis fósseis (DUFEY, 2006DUFEY, A. Biofuels production, trade and sustainable development. London: International Institute of Environmental and Development, 2006. 57p.; WWI, 2006WORLDWATCH INSTITUTE (WWI). Biofuels for transportation: global potential and implications for sustainable agriculture and energy in the 21st Century. Extended Summary of Report for the German Federal Ministry of Food Agriculture and Consumer Protection (BMELV). Washington, DC, 2006.; FARGIONE et al., 2008FARGIONE, J. et al. Land clearing and the biofuel carbon debt. Science, n. 319, p. 1235-1238, 2008. doi: 10.1126/science.1152747
https://doi.org/10.1126/science.1152747...
). A busca pelo desenvolvimento sustentável tem moldado as estratégias dos governos, que, em certa medida, buscam o aumento da participação das denominadas energias renováveis nas matrizes energéticas em seus países.

Dentre as diferentes fontes de energias renováveis, os biocombustíveis são aqueles obtidos a partir da biomassa (NASS et al., 2007NASS, L.L. et al. Biofuels in Brazil: an overview. Crop Science, v. 47, n. 6, nov./dez. 2007.). De acordo com a FAO (2013)UNITED NATIONS FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION (FAO). Biofuels and the sustainability challenge: a global assessment of sustainability issues, trends and policies for biofuels and related feedstocks. Trade and Market Division. Roma, 2013. 188p., os biocombustíveis surgiram na interface entre a agricultura e a energia, e podem ser considerados como um dos desenvolvimentos agrícolas mais significativos dos últimos anos.

A crescente preocupação com a mudança climática e a consequente demanda por alternativas energéticas ao petróleo têm aumentado a produção mundial de biocombustíveis e, consequentemente, o cultivo das culturas agrícolas utilizadas na sua produção (FARGIONE et al., 2008FARGIONE, J. et al. Land clearing and the biofuel carbon debt. Science, n. 319, p. 1235-1238, 2008. doi: 10.1126/science.1152747
https://doi.org/10.1126/science.1152747...
).

O Brasil apresenta grande destaque mundial na produção de biocombustíveis, especialmente o etanol da cana-de-açúcar. De acordo com Martinelli e Filoso (2008)MARTINELLI, L. A.; FILOSO, S. Expansion of sugarcane ethanol production in Brazil: environmental and social challenges. Ecological Applications, n. 18, p. 885-898, 2008., Nass et al. (200)7NASS, L.L. et al. Biofuels in Brazil: an overview. Crop Science, v. 47, n. 6, nov./dez. 2007. e Goldemberg et al. (2008)GOLDEMBERG, J.; COELHO, S. T.; GUARDABASSI, P. The sustainability of ethanol production from sugarcane. Energy Policy, v. 36, n. 6, p. 2086-2097, 2008. doi:10.1016/j.enpol.2008.02.028
https://doi.org/10.1016/j.enpol.2008.02....
, o país apresenta vantagens competitivas e comparativas na produção desses produtos, em função da disponibilidade de recursos naturais (terra, água e radiação solar), da tecnologia (produção e processamento) e de mão de obra. Em 2014, o balanço energético brasileiro revelou que 39,4% da oferta de energia interna advêm de energia renovável. Destaque se dá à energia proveniente dos derivados da cana-de-açúcar, que representam 15,7% da oferta total (EPE, 2015EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Balanço Energético Nacional: ano base 2014. Rio de Janeiro: EPE, 2015. 289p. Disponível em: <https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2015.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2015.
https://ben.epe.gov.br/downloads/Relator...
).

Atualmente, o Brasil figura como o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e de açúcar, além de ser o segundo maior produtor de etanol. De acordo com AGRIANUAL (2015)AGRIANUAL. Anuário da agricultura brasileira: cana. São Paulo: Informa Economics FNP, 2015. 472 p., estava prevista, para a safra 2013/2014, uma produção de cerca de cerca de 658 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 37,8 milhões de toneladas de açúcar e 27,6 bilhões de litros de etanol.

Nos últimos 20 anos, o crescimento da produção da cana-de-açúcar mais do que duplicou no Brasil (NEVES, 2014NEVES, M. F. (Org.). A dimensão do setor sucroenergético: mapeamento e quantificação da safra 2013/14. Ribeirão Preto: Markestrat, Fundace, FEA-RP/USP, 2014. Disponível em: <www.unica.com.br/download.php?idSecao=17&id=25818107>. Acesso em: 20 jul. 2014.
www.unica.com.br/download.php?idSecao=17...
). O lançamento dos veículos bicombustíveis, em 2003, propiciou a retomada da importância da produção de etanol e, consequentemente, uma nova fase de expansão do cultivo de cana-de-açúcar. Esse crescimento se deu de forma heterogênea no país, e algumas regiões passaram a ter papel de destaque.

A representatividade das regiões brasileiras que cultivam cana-de-açúcar alterou-se recentemente e, segundo Demattê (2014)DEMATTÊ, J. L. I. Precision agriculture for sugarcane management: a strategy applied for Brazilian conditions. Acta Scientiarum Agronomy, v. 36, n. 1, p. 111-117, jan./mar. 2014., o Centro-Oeste assumiu o papel de segundo maior produtor do país, e da região que mais tem crescido. Destacam-se os estados de Goiás e de Mato Grosso do Sul nessa dinâmica (Figura 1). Os referidos estados obtiveram, no período entre 2003 e 2013, uma expressiva taxa de crescimento da produção em toneladas de cana-de-açúcar, respectivamente, de 437% e 369%. No mesmo período, o Brasil cresceu 94% (IBGE, 2015INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). 2015. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=1612&z=p&o=24>. Acesso em: 18 fev. 2015.
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/...
).

Figura 1
Taxa de crescimento (%) da produção da cana-de-açúcar (toneladas) no Brasil e principais estados produtores, entre 2003 e 2013

Esse rápido processo de expansão tem gerado debates em diferentes dimensões científicas. Diversas questões relacionadas à sustentabilidade da produção de biocombustíveis têm sido discutidas na literatura, tais como o possível impacto na produção de alimentos e na segurança alimentar (AJANOVIC, 2011AJANOVIC, A. Biofuels versus food production: does biofuels production increase food prices? Energy, v. 36, n. 4, p. 2070-2076, abril 201. doi:10.1016/j.energy.2010.05.019
https://doi.org/10.1016/j.energy.2010.05...
; FAO, 2013FARGIONE, J. et al. Land clearing and the biofuel carbon debt. Science, n. 319, p. 1235-1238, 2008. doi: 10.1126/science.1152747
https://doi.org/10.1126/science.1152747...
; ZILBERMAN et al., 2012ZILBERMAN, D. et al. The impact of biofuels on commodity food prices: assessment of findings. American Journal of Agricultural Economics, v. 95, n. 2, p. 275-281, jun. 2012. doi: 10.1093/ajae/aas037
https://doi.org/10.1093/ajae/aas037...
); os efeitos ambientais a partir da mudança do uso da terra (RAGHU et al., 2006RAGHU, S. et al. Adding biofuels to the invasive species fire? Science, v. 313, n. 5794, p. 1742, 2006. doi: 10.1126/science.1129313
https://doi.org/10.1126/science.1129313...
; FARGIONE et al., 2008FARGIONE, J. et al. Land clearing and the biofuel carbon debt. Science, n. 319, p. 1235-1238, 2008. doi: 10.1126/science.1152747
https://doi.org/10.1126/science.1152747...
; SPAROVEK et al., 2009SPAROVEK, G. et al. Environmental, land-use and economic implications of Brazilian sugarcane expansion 1996-2006. Mitig Adapt Strateg Glob Change, v. 14, n. 3, p. 285-298, 2009. doi: 10.1007/s11027-008-9164-3
https://doi.org/10.1007/s11027-008-9164-...
, TSAO et al., 2012TSAO, C.C. et al. Increased estimates of air pollution emissions from Brazilian sugarcane ethanol. Nature Climate Change, v. 2, p. 53-57, 2012. doi:10.1038/nclimate1325
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) e os efeitos sociais no campo (MOL, 2007MOL, A. P. J. Boundless biofuels? Between environmental sustainability and vulnerability. Sociologia Ruralis, v. 47, n. 4, p. 297-315, out. 2007. doi: 10.1111/j.1467-9523.2007.00446.x
https://doi.org/10.1111/j.1467-9523.2007...
; MORAES, 2007MORAES, M. A. F. D. Indicadores do mercado de trabalho do sistema agroindustrial da cana-de-açúcar do Brasil no período 1992-2005. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 37, n. 4, p. 875-902, out./dez. 2007.; BAPTISTA, 2012BAPTISTA, R. D. Technological transition and the new skills required by the agribusiness sector. International Food and Agribusiness Management Review, v. 15, número especial, p. 105-109, 2012. Disponível em: <http://ageconsearch.umn.edu/bitstream/129185/2/(19)%20Baptista4.pdf>.
http://ageconsearch.umn.edu/bitstream/12...
).

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é analisar a alteração da composição agropecuária da região Centro-Oeste do Brasil, mais especificamente nos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, frente à rápida expansão das áreas de produção de cana-de-açúcar, a qual foi potencializada pelos investimentos para o aumento da produção de biocombustíveis. Especificamente, pretende-se caracterizar a dinâmica da produção agrícola dos referidos estados e de suas mesorregiões mais representativas, identificando quais atividades incorporaram e/ou cederam área.

2 METODOLOGIA

A base metodológica utilizada neste trabalho é de natureza aplicada, na tentativa de responder ao problema da pesquisa. A pesquisa, quanto ao seu objetivo, tem caráter exploratório, pois ocorre em um estágio inicial de uma pesquisa sobre um dado fenômeno.

Para tanto, são utilizadas a pesquisa bibliográfica e a documental. A pesquisa bibliográfica, caracterizada pelo estudo e análise de documentos de domínio científico, tais como livros, periódicos, artigos científicos, contribuiu para a identificação, caracterização e análise da alteração da composição agropecuária no centro-oeste brasileiro.

O recorte geográfico adotado neste trabalho é definido pelas mesorregiões mais representativas de produção canavieira dos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, respectivamente, o Sudoeste do Mato Grosso do Sul e o Sul Goiano.

O período entre os anos de 2003 e 2013 define o recorte temporal desta pesquisa. Considera-se que o surgimento do carro flexfuel, em 2003, foi um dos principais fatores para a nova fase de expansão da cultura de cana-de-açúcar no Brasil.

Com o intuito de identificar a alteração da área agricultável da região de estudo, utilizou-se o Modelo Shift-Share (LOURENZANI; CALDAS, 2014LOURENZANI, W. L.; CALDAS, M. M. Land use change from the sugar cane expansion in the western region of São Paulo state, Brazil. Ciência Rural, Santa Maria, RS, v. 44, n. 11, p. 1980-1987, nov. 2014. doi: 10.1590/0103-8478cr20140186
https://doi.org/10.1590/0103-8478cr20140...
; CAMARGO et al., 2008CAMARGO, A. M. M. P. et al. Dinâmica e tendência da cana-de-açúcar sobre as demais atividades agropecuárias, Estado de São Paulo, 2001-2006. Informações Econômicas, São Paulo, v. 38, n. 3, p. 47-66, 2008.; SANTOS et al., 2008SANTOS, F. A. A. et al. Mudança da composição agrícola em duas regiões de Minas Gerais. Revista de Economia e Sociologia Rural, Brasília, v. 46, n. 3, jul./set. 2008. doi: 10.1590/S0103-20032008000300001
https://doi.org/10.1590/S0103-2003200800...
). Esse modelo pressupõe que a área agricultável se modifica em um determinado período, devido à alteração do tamanho ou escala do conjunto formado pelas atividades que concorrem pelo fator terra, ou pela substituição de um produto por outro dentro desse conjunto.

Pela decomposição da variação da área no período de análise, é possível calcular os efeitos escala e substituição das principais atividades. A representação do modelo analítico utilizado nesta pesquisa se dá pela seguinte expressão:

Ai2−Ai1=αAi1−Ai1+Ai2 −αAi1

em que:

Ai2 - Ai1 = variação da área cultivada com um atividade "i", entre o período 1 e 2;

(αAi1 - Ai1) = efeito-escala

(Ai2 - αAi1) = efeito-substituição

sendo:

α=At2At1At1=∑iAi1At 2=∑iAi2

onde, At1 e At2 são as áreas totais ocupadas com as n atividades agropecuárias de uma região, respectivamente, nos anos 1 e 2.

O Efeito Escala (EE) é dado pela variação na área de uma atividade, por meio das alterações de tamanho ou escala dos sistemas, mantendo inalterada sua participação dentro deste. Valores positivos e negativos representam, respectivamente, tendências de expansão ou contração do sistema analisado. De acordo com Santos et al. (2008), os valores do efeito escala para cada atividade mostram como seria o comportamento deslas, se a ampliação ou a contração da área fosse distribuída de forma uniforme entre elas.

O Efeito Substituição (ES) mostra a variação da participação de uma atividade dentro do sistema, revelando se esta substituiu ou foi substituída por outras atividades. Um valor positivo desse efeito revela que uma atividade substituiu outras atividades, que tiveram um efeito substituição negativo.

Destaca-se que esse modelo baseia-se na hipótese da proporcionalidade. Nesse contexto, as áreas cedidas por determinadas culturas são proporcionalmente distribuídas para aquelas que expandiram suas áreas. Trata-se, portanto, de um método indicativo e não determinístico, com a capacidade de identificar tendências dos movimentos de substituição (CAMARGO et al., 2008CAMARGO, A. M. M. P. et al. Dinâmica e tendência da cana-de-açúcar sobre as demais atividades agropecuárias, Estado de São Paulo, 2001-2006. Informações Econômicas, São Paulo, v. 38, n. 3, p. 47-66, 2008.).

Os dados utilizados para a aplicação do método advêm de séries históricas das áreas com lavouras temporárias e permanentes, das respectivas regiões de análise. Esses foram obtidos por meio do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Ressalta-se que, embora relevante para a análise da alteração da composição agropecuária, não há dados oficiais das áreas de pastagens das regiões de estudo no período de análise utilizado. Portanto não foi possível inserir a categoria "pastagens" no modelo Shift-Share. Buscando reduzir os efeitos dessa restrição, foi feita uma análise complementar da evolução do rebanho bovino nas regiões estudadas, como indicativo do impacto nas áreas de pastagem no mesmo período de análise.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A expansão canavieira no estado do Mato Grosso do Sul é recente. Alguns fatores atraíram elevado capital das agroindústrias do setor sucroalcooleiro para esse estado, promovendo um novo movimento de expansão. Um dos principais foi o preço da terra, com valores de compra e arrendamento bem menores, quando comparado aos preços praticados no estado de São Paulo. Outros importantes fatores que também contribuíram para a expansão foram os incentivos fiscais; a proximidade com importantes centros consumidores; a topografia plana; o clima favorável ao cultivo; créditos rurais facilitados; apoio dos institutos de pesquisa tecnológicos agropecuários; e, poucos embates por parte dos principais movimentos sociais (DOMINGUES; THOMAZ JÚNIOR, 2012DOMINGUES, A. Torres; THOMAZ JÚNIOR, A. A territorialização da cana-de-açúcar no Mato Grosso do Sul. Caderno Prudentino de Geografia, v. 1, n. 34, p. 138-160, 2012.).

O estado de Mato Grosso do Sul, que é dividido em quatro Mesorregiões Geográficas (Figura 2), participou com 5,5% de toda produção de cana-de-açúcar brasileira em 2013. Destaque deve ser dado para a Mesorregião Sudoeste, que concentrou 73% de toda produção de cana-de-açúcar do estado, no ano de 2013 (IBGE, 2015).

Figura 2
Mesorregiões do estado de Mato Grosso do Sul, Brasil.

De forma a analisar a dinâmica agrícola no estado de Mato Grosso do Sul, foram sistematizados os dados referentes à evolução das áreas para lavouras permanentes, cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, desde 1990 (Figura 3).

Figura 3
Evolução da área plantada em Mato Grosso do Sul com lavouras permanentes, cana-de-açúcar, soja, milho e algodão (em hectares), entre 1990 e 2013

A expansão da área de cultivo de cana-de-açúcar no estado do Mato Grosso do Sul sofreu grande expansão a partir de 2005. Em 2013, essa atividade já representava aproximadamente 15% da área agrícola do estado, atrás apenas das culturas da soja (46%) e do milho (36%). Ressalta-se que o crescimento da área de milho a partir de 2010 é resultado do aumento do cultivo do milho safrinha, que utiliza, de forma intercalada, a mesma área de produção de soja.

Buscando compreender de forma mais aprofundada essa dinâmica, define-se como espaço de análise a Mesorregião do Sudoeste de Mato Grosso do Sul, por ser essa a região produtora canavieira mais representativa do estado. A Figura 4 revela a dinâmica agrícola das culturas temporárias, em participação da área (%), no período entre 2003 e 2013.

Figura 4
Dinâmica agrícola das culturas temporárias, em participação (%), na Mesorregião do Sudoeste de Mato Grosso do Sul, entre 2003 e 2013.

É evidenciado no gráfico que o forte crescimento da participação em área da cana-de-açúcar na Mesorregião Sudoeste de Mato Grosso do Sul ocorre em detrimento da participação da área de soja. Ao período de análise, a participação da cultura canavieira passa de 3%, em 2003, para 16%, em 2013. A cultura da soja, que chegou a representar 65% da área, decresceu para 44%, em 2013.

Para compreender a dinâmica de alteração da composição agrícola entre as lavouras permanentes e temporárias dessa Mesorregião, no período entre 2003 e 2013, aplicou-se o Método Shift-Share. A Tabela 1 apresenta os resultados das análises realizadas e os efeitos escala e substituição correspondentes.

Tabela 1
Efeito Escala (EE) e Efeito Substituição (ES) da Mesorregião do Sudoeste do Mato Grosso do Sul, entre 2003 e 2013

Observa-se que, no período analisado, a área cultivável da região em estudo cresceu 77%, passando de 1,7 para 3,0 milhões de hectares. O acréscimo de 1,3 milhões de hectares em atividades agrícolas, em um período de 10 anos, evidencia que essa região foi uma forte fronteira agrícola do estado. Destaca-se, nessa análise, o crescimento percentual das culturas de cana-de-açúcar (746%) e do milho (105%). Embora o conjunto de "Outras Lavouras Temporárias" tenha crescido 103%, sua representatividade em área é muito pequena.

Os dados apresentados pelo "Efeito Escala" revela a distribuição da área expandida entre as diferentes culturas agrícolas, em função de suas participações no período inicial de análise. Assim, caso a participação da cultura da soja, em 2003, se mantivesse em 2013, essa cultura teria sua área acrescida em cerca de 700 mil hectares.

Por outro lado, o "Efeito Substituição" mostra a variação da participação das culturas dentro do sistema, revelando se uma cultura substituiu ou foi substituída por outra, no período analisado. As principais culturas que apresentaram efeito substituição positivo, e consequentemente incorporaram área, foram a cana-de-açúcar e o milho. A cultura da soja, do trigo e do arroz foram aquelas que apresentaram os maiores efeitos negativos, ou seja, cederam área.

A Tabela 2 apresenta as alterações de áreas cultiváveis entre os produtos que incorporaram e cederam áreas na região no período estudado, baseado na análise de efeito substituição.

Tabela 2
Efeito Substituição atribuído aos produtos que cederam área, em hectares, na Mesorregião do Sudoeste de Mato Grosso do Sul, entre 2003 e 2013

Embora o método utilizado não seja determinístico, percebe-se que a significante área expandida, no período de 2003 a 2013, sofreu uma distribuição heterogênea entre as culturas agrícolas vigentes. A dinâmica alterou a composição agrícola da região, evidenciando o avanço da cultura da cana-de-açúcar em substituição, principalmente, das áreas de soja, trigo e arroz.

Buscando analisar um possível impacto da expansão da cana-de-açúcar nas áreas de pastagens, foram analisados os dados referentes à evolução do rebanho bovino na Mesorregião do Sudoeste de Mato Grosso do Sul, entre 2003 e 2012 (Figura 5).

Figura 5
Evolução do rebanho bovino na Mesorregião do Sudoeste de Mato Grosso do Sul, em milhões de cabeças, entre 2003 e 2012

Percebe-se que, a partir de 2003, houve uma redução do rebanho bovino na mesorregião analisada, coincidindo com o avanço do cultivo de cana-de-açúcar. A partir de 2008, o rebanho se estabilizou, porém em um patamar 13% menor do plantel anterior. Pressupõe-se, neste trabalho, que essa redução é acompanhada pelo decréscimo de áreas de pastagens utilizadas na atividade pecuária.

Nesse contexto, portanto, verifica-se que a expansão da cultura da cana em Mato Grosso do Sul se deu por meio da substituição de áreas de importantes atividades agropecuárias do estado, como a soja, o trigo e a pastagem, essa última utilizada para a criação extensiva de bovinos.

Quanto ao estado de Goiás, este participou, em 2013, com cerca de 9% da produção brasileira de cana-de-açúcar. O estado é dividido em cinco Mesorregiões Geográficas (Figura 6). Nesse mesmo ano, a Mesorregião do Sul Goiano respondeu por 78% de toda produção, confirmando grande concentração da produção no estado (IBGE, 2015INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). 2015. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=1612&z=p&o=24>. Acesso em: 18 fev. 2015.
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/...
).

Figura 6
Mesorregiões do estado de Goiás, Brasil.

De forma a analisar a dinâmica agrícola no estado de Goiás, os dados referentes à evolução das áreas das lavouras permanentes, de cana-de-açúcar, da soja, do milho e do algodão, foram sistematizados para um período a partir de 1990, e estão evidenciados na Figura 7. Verifica-se que as culturas temporárias, como soja, milho e cana-de-açúcar preponderam no território do estado de Goiás. As lavouras permanentes representam menos de um por cento atividades agrícolas.

Figura 7
Evolução da área plantada de lavouras permanentes, da cana-de-açúcar, da soja, do milho e do algodão (milhões de hectares) em Goiás, entre 1990 e 2013.

Da mesma forma que no estado do Mato Grosso do Sul, a área da cultura da soja é a mais representativa do estado Goiano, seguido pelo cultivo do milho. O cultivo de cana-de-açúcar apresentou, a partir de 2004, um forte e rápido processo de expansão no estado. Em 2013, essa atividade já representava aproximadamente 15% da área agrícola do estado, atrás apenas das culturas da soja (53%) e do milho (22%).

Ao se analisar a mesorregião do Sul Goiano, a mais representativa produtora de cana-de-açúcar do estado, tem-se uma análise mais pormenorizada. A Figura 8 apresenta a dinâmica das atividades agrícolas temporárias nessa mesorregião, no período pós 2003.

Figura 8
Dinâmica agrícola das culturas temporárias, em participação (%), na Mesorregião do Sul Goiano, entre 2003 e 2013.

Na análise dessa dinâmica, evidencia-se a relação direta entre a expansão da cultura de cana-de-açúcar e o decréscimo da participação da cultura da soja na região. Enquanto a participação canavieira subiu de 4%, em 2003, para 16%, em 2013, o cultivo de soja sofreu uma queda de 66% para 53%. no mesmo período

A Tabela 3 apresenta os resultados das análises sobre os efeitos escala e substituição, aplicadas às lavouras permanentes e temporárias da Mesorregião do Sul Goiano, propiciando, dessa forma, a visualização das modificações agrícolas, no período entre 2003 e 2013.

Tabela 3
Efeito Escala (EE) e Efeito Substituição (ES) da Mesorregião do Sul Goiano, entre 2003 e 2013

Observa-se que, no período analisado, a área cultivável da região em estudo cresceu 45%, passando de 2,9 para 4,2 milhões de hectares. O acréscimo de 1,3 milhões de hectares em atividades agrícolas, em um período de 10 anos, evidencia que essa foi uma região de fronteira agrícola. Destaca-se, nessa análise, o crescimento percentual das culturas de cana-de-açúcar (624%) e do milho (103%). Embora o conjunto de "Outras Lavouras Temporárias" tenha crescido 231%, sua representatividade em área é muito pequena.

Os dados apresentados pelo "Efeito Escala" revelam a distribuição da área expandida entre as diferentes culturas agrícolas, em função de suas participações no período inicial de análise, no caso, 2003. Assim, caso a participação da cultura da cana-de-açúcar, em 2003, se mantivesse em 2013, essa cultura teria sua área acrescida em "apenas" 41 mil hectares.

O "Efeito Substituição" mostra a variação da participação das culturas, no período analisado, revelando se uma cultura substituiu ou foi substituída por outra. As principais culturas que incorporaram área (efeito substituição positivo) foram a cana-de-açúcar e o milho. As culturas que mais cederam área foram a soja, o sorgo e o algodão, pois apresentaram os maiores efeitos negativos.

A Tabela 4 apresenta as alterações de áreas cultiváveis entre os produtos que incorporaram e cederam áreas na região no período estudado, baseado na análise de efeito substituição.

Tabela 4
Efeito Substituição atribuído aos produtos que cederam área, em hectares, na Mesorregião do Sul Goiano, entre 2003 e 2013

A análise do Efeito Substituição revela que a significante área expandida na região sofreu uma distribuição heterogênea entre as culturas agrícolas vigentes. A dinâmica alterou a composição agrícola da região, durante o período analisado, evidenciando o avanço da cultura da cana-de-açúcar em substituição, principalmente, das áreas de soja, sorgo e algodão.

Buscando analisar um possível impacto da expansão da cana-de-açúcar nas áreas de pastagens na Mesorregião do Sul Goiano, foram analisados os dados referentes à evolução do rebanho bovino, no período de 2003 a 2012 (Figura 9).

Figura 9
Evolução do rebanho bovino na Mesorregião do Sul Goiano, em milhões de cabeças, entre 2003 e 2012

Verifica-se que o rebanho bovino na referida região de análise apresenta uma dinâmica crescente. Nesse período em análise, houve um aumento de cerca de 4% do plantel da mesorregião.

Conclui-se, portanto, que a expansão da cultura canavieira no estado de Goiás, e principalmente na Mesorregião do Sul Goiano, não afetou as áreas de pastagens, mas se deu predominantemente pela substituição de áreas agrícolas, sobretudo das áreas com soja, sorgo e algodão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados deste trabalho revelam que o processo de expansão da cultura da cana-de-açúcar no Centro-Oeste brasileiro foi significativo, principalmente nos estados de Goiás e de Mato Grosso do Sul. Em um período de 10 anos, esses estados quadruplicaram, em média, a área plantada com essa cultura.

Considerando que esses estados são bem extensos, este trabalho fez um recorte geográfico, adotando para a análise as mesorregiões mais representativas em produção canavieira: a Mesorregião do Sul Goiano e a Mesorregião do Sudoeste do Mato Grosso do Sul.

Percebeu-se que o processo de expansão da cana-de-açúcar alterou a composição agropecuária em ambas as regiões estudadas. Enquanto, na Mesorregião do Sudoeste de Mato Grosso do Sul, o avanço da cultura da cana-de-açúcar se deu em substituição, principalmente, das áreas de soja, trigo e pastagem (atividade pecuária), na Mesorregião do Sul Goiano, essa dinâmica se deu em substituição das áreas de soja, sorgo e algodão.

Essas alterações revelaram também a ocorrência da redução da diversidade agrícola nas regiões estudadas. A concentração das áreas agricultáveis das três principais culturas na Mesorregião do Sudoeste de Mato Grosso do Sul passou de 90,4%, em 2003, para 97,5%, em 2013. Na Mesorregião do Sul Goiano, no mesmo período, essa concentração passou de 89,7% para 92,1%.

Produções relacionadas à cesta básica, como arroz, feijão e mandioca, sofreram significativas quedas em ambas as regiões analisadas, suscitando possíveis implicações na produção de alimentos da população regional. Assim, em regiões onde predomina a atividade rural familiar, de pequeno porte, mudanças da composição agrícola podem criar riscos à segurança alimentar, afetar a capacidade de produção das comunidades locais, impactar no preço da terra e na distribuição da renda agrícola (LOURENZANI; CALDAS, 2014).

Por fim, considerando a complexidade da temática e o recente horizonte temporal do processo de transformação, sugere-se que estudos mais aprofundados são necessários para verificar o efeito da expansão da cana-de-açúcar no Centro-Oeste brasileiro, sob os aspectos econômicos, sociais e ambientais.

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Por que a expansão da agropecuária tem provocado alterações no clima da região Centro

Isso tem ocorrido em razão de investimentos em tecnologias, especialmente naquelas propriedades de produção tradicional. Os recursos são aplicados na compra de maquinários, insumos agrícolas, e na utilização de mão-de-obra especializada (técnicos) no desenvolvimento das atividades.

Que problemas ambientais a expansão da agropecuária trouxe para a região Centro

A degradação ambiental no Brasil e, em especial no Cerrado, decorrente da exploração da agropecuária, tem transformado consideravelmente o seu perfil, resultando em excesso de desmatamento, compactação do solo, erosão, assoreamento de rios, contaminação da água subterrânea, e perda de biodiversidade, com reflexos sobre ...

Quais as principais consequências do processo de expansão das atividades agropecuárias?

Diminuição da biodiversidade por causa do uso agrotóxicos (pesticidas), que, muitas vezes, são pulverizados por aviões e atingem as áreas vizinhas, matando, assim, animais e plantas. O desmatamento também contribui para a diminuição da biodiversidade; Erosão causada pela irrigação e manejo inadequado dos solos.

Quais são os problemas ambientais causados pela expansão da agricultura?

Em geral os impactos das atividades agropecuárias sobre a biodiversidade mais conhecidos são o desmatamento para expansão da fronteira agrícola, queimadas, poluição, degradação do solo, erosão e contaminação das águas (RODRIGUES, 2001 e 2004).