Por quê as dears amam tanto dimash

NUR-SULTAN – Indonesian Dears, the term for fans of Kazakh pop singer Dimash Kudaibergen, gathered to celebrate the fifth anniversary of their fan club on June 29 in the National Library of Indonesia in Jakarta, the Khabar TV channel reports. Created in 2017, the fan club consists of 10,000 people.

Por quê as dears amam tanto dimash

A fragment from Khabar TV channel’s story demonstrating Indonesian Dears during the meeting on June 29.

On the same day, the Dimash: The Golden Voice of Kazakhstan exhibition opened in the library and will run through July 8. The exhibits include books, pictures of the country’s nature, Kazakh traditional clothing and musical instruments as well as works of art made by Indonesian artists.

During the meeting, fans performed Kudaibergen’s songs, watched one of his recorded concerts, and learned about the culture of Kazakhstan from the Kazakh Embassy in Indonesia.

One of the fans read a summary of the “Enlik-Kebek” poem dedicating it to the upcoming 125th anniversary of the prominent Kazakh writer Mukhtar Auezov.

“I am 62 years old. I have been studying the Kazakh language for six months. When I first heard Dimash’s voice, I loved the Kazakh language. I gradually began to get acquainted with Kazakh writers and poets. Mukhtar Auezov was the first author to contribute to the formation and development of the Kazakh school of style,” said Tita Sriwahuni Kossatita in an interview with the Khabar TV channel.

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A fragment from Khabar TV channel’s story showcasing books brought from Kazakhstan and presented at the exhibition.

Deputy Chair of the Indonesian fan club Lucy Novarianti said Kudaibergen impressed her not only with his voice but also with his noble deeds.

“I learned about them [acts of kindness] through social media and I decided to explore Kazakhstan and its people. I wrote the first book called ‘Dimash in My Story.’ I am working on the second book, which will be published soon,” said Novarianti.

Born in Aktobe, Kudaibergen became widely celebrated due to his six-octave vocal range. On June 29, the singer announced on his Instagram that he will perform his solo concert Stranger on the stage of the Central Stadium in Almaty for the first time on Sept. 23.

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Na semana passada o apresentador Luciano Huck postou no Twitter que estava na Coreia do Sul gravando para o "Caldeirão". O link foi parar em um grupo fechado no Facebook, convocando os membros para a seguinte tarefa: inundar o post de comentários sugerindo ao programa que aproveitasse a estada na Ásia e incluísse na pauta uma reportagem sobre Dimash Kudaibergen, um jovem cantor do Cazaquistão que está conquistando o mundo. O grupo reúne pouco mais de 900 pessoas, mas todas muito engajadas em tornar seu ídolo famoso no Brasil. Fãs? Não. Dears. É assim que são chamadas por Dimash e a palavra em inglês tornou-se uma espécie de marca, um código na comunicação entre os fã-clubes espalhados por 123 países, ajudando a quebrar a barreira do idioma.

Na próxima sexta-feira, Dimash completa 25 anos, uma idade simbólica na cultura cazaque por representar o início da maturidade. E o presente dos dears brasileiros será um vídeo com mensagens de parabéns e, claro, pedidos para que visite o país. O grupo não mede esforços para divulgar o nome do cantor e tem contato até com a Embaixada do Cazaquistão, que já foi mensageira de uma carta e é fonte de pesquisa para as postagens. Dimash é uma celebridade na terra natal. Seu sucesso é tanto que está impulsionando o turismo no país. Mas não só lá.

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Dimash, em apresentação na Rússia, ao lado o maestro ucraniano Igor Krutoy Foto: Divulgação

Na vizinha China, o músico também é uma personalidade. É no país mais populoso do mundo que está grande parte dos dears do planeta. É admirado por Jackie Chan, de quem se tornou amigo. Só na Weibo, rede social chinesa, tem oito milhões de seguidores. Ele ficou famoso no país ao participar, há pouco mais de dois anos, do concurso de talentos The Singer. Foi a partir dali que a carreira, já consolidada em parte da Ásia Central, deslanchou. Fez o primeiro concerto solo no Cazaquistão, se apresentou em Londres e então começou a ganhar o Ocidente. Em fevereiro deste ano participou do The World's Best, nos Estados Unidos, e era favorito ao prêmio de US$ 1 milhão, mas desistiu da competição por não concordar em disputar com crianças uma das etapas da semifinal. O concerto mais recente foi em Moscou, no Kremlin, para uma plateia lotada de espectadores de 51 nacionalidades.

A melhor voz do mundo

A fama conquistada pelo cantor cazaque, que já recebeu elogios de estrelas como Andrea Bocelli e Celine Dion, se deve principalmente à impressionante extensão vocal: seis oitavas e quatro semitons. Vai do grave ao agudo, consegue sustentar uma nota por mais de 20 segundos e alcança a raríssima D8, nota conhecida como registro de apito ou assovio. Um dos cantores preferidos dos coachs vocais em canais de reação no Youtube, é frequentemente apresentado como a melhor voz do mundo.

Bacharel em música com especialização em canto e mestrando em composição, Dimash começou a estudar música aos 5 anos e se dedicou para potencializar o talento herdado dos pais, ambos cantores. Canta em 12 idiomas e toca sete instrumentos. Seus shows incluem performances no piano, bateria e dombra, instrumento de corda tradicional do Cazaquistão.

As principais influências do músico são Michael Jackson, Lara Fabian e Luciano Pavarotti. Seu repertório vai da ópera ao rap, passando por pop, rock e música folk cazaque. Uma das performances mais famosas é o clássico francês S.O.S. D´un Terrien En Détresse. O vídeo de uma apresentação na tv francesa, postado há dois anos no Youtube, tem mais de 13 milhões de visualizações.

Fã-clube brasileiro existe há seis meses

O Dimash Kudaibergen Fã-Clube Brasil foi criado em novembro do ano passado. A ideia surgiu poucos meses antes, por iniciativa de Ana Paula Lima, 22, do Rio Grande do Sul, e Tatianny Ribeiro, 32, da Paraíba, dears que descobriram Dimash no Youtube e se conheceram em uma seção de comentários de um grupo internacional. “Para mim, a música do Dimash é como um diapasão da alma”, define Ana Paula. “Ouvir o Dimash é uma experiência ímpar. E com o fã-clube podemos compartilhar este sentimento e ajudar a impulsionar sua carreira no Brasil”, completa Tatianny. Mas a paixão pelo artista também se deve ao carisma, à gentileza com que trata os dears, às ações humanitárias que promove e patrocina e às mensagens que transmite através da música. Um exemplo é War and Peace, canção composta por ele.

A participação no The World´s Best tornou Dimash mais conhecido nas Américas e o número de dears no Brasil desde então vem crescendo. Agora há também perfis no Instagram e Twitter, blog e canal no Youtube. Para dar conta das pesquisas, postagens e traduções hoje são seis administradoras: além de Ana Lima e Tatianny, a equipe conta com Ana Paula Nascimento, 41, do Rio de Janeiro, Diana Cheng Madruga, 39, de São Paulo, Juneildes Cedraz, 23, da Bahia e Sabrina Maciel, 21, do Mato Grosso do Sul.

O grupo no Facebook reúne dears de todas as idades, sendo quase 40% na faixa de 40 a 60 anos. Quando o fã-clube foi criado já havia uma página no Facebook, a Dimash Kudaibergen Brasil, hoje com mais de sete mil curtidas. Por isso as administradoras preferiram manter apenas o grupo. Há também dears que divulgam conteúdo legendado em canais no Youtube e que colaboram nas redes sociais.

Apoio da Embaixada

É Sabrina quem mais se relaciona com a Embaixada do Cazaquistão no Brasil. Formada em Relações Internacionais, pretende se mudar para o país do ídolo no ano que vem para cursar mestrado. Mas a história aconteceu ao contrário: ela só descobriu Dimash depois de já ter decidido o destino acadêmico. “Foi enquanto pesquisava opções de mestrado em Ciência Política da Nazarbayev University, em Nur-Sultan, que vi pela primeira vez uma performance do Dimash”.

Sabrina é uma das responsáveis pelo blog recém criado e conta com a ajuda do Cazaquistão para ter acesso aos conteúdos que transforma em posts. Passa madrugadas no computador por causa da diferença de nove horas do fuso.

Fã de futebol, Dimash segue Ronaldinho Gaúcho no Instagram

Qualquer fato que relacione Dimash ao Brasil é motivo de comemoração no fã-clube, uma esperança de que ele talvez decida algum dia incluir o país na agenda de concertos. Amante do futebol — são famosos seus vídeos fazendo embaixadinhas —, Dimash segue Ronaldinho Gaúcho no Instagram. Na última Copa do Mundo declarou que torcia para o Brasil, Rússia e França.

Em relação à música, há apenas um registro: em 2015 Dimash venceu o Slavic Bazaar, festival internacional de artes da Bielorrúsia, e um dos jurados do concurso foi o tenor paulistano Thiago Arancam.

Mas é só. Por isso o maior desafio é, por meio da música, reduzir a distância geográfica e cultural e fazer o Brasil se encantar por Dimash. E então, quem sabe, realizar o sonho de vê-lo interpretar composições brasileiras. No topo da lista de sugestões estão "Eu sei que vou te amar", de Vinícius e Tom Jobim, e "Bachianas Brasileiras nº 5", de Villa Lobos.