Por que as instituições influenciam no comportamento dos indivíduos?

As Instituições Sociais são instrumentos reguladores e normativos das ações humanas, as quais reúnem um conjunto de regras e procedimentos reconhecidos pela sociedade.

Elas possuem uma relação de interdependência, ou seja, não atuam de maneira isolada, e surgem para suprir diversas necessidades humanas.

Desempenham um papel fundamental no funcionamento da sociedade e da democracia, o que decorre por meio de seu poder normativo e coercitivo.

Assim, determinam as regras e procedimentos dos grupos de acordo com padrões, papéis, valores, comportamentos e relações entre membros da mesma cultura.

As instituições sociais fazem parte da estrutura social e designam meios sociais duradouros e estáveis. Nelas são desenvolvidas diversas relações em função da interação entre os grupos sociais.

Além de participar da organização da sociedade, ela pode atuar como controlador social.

Tipos de Instituição

Segundo a função e o espaço social que se desenvolvem, as instituições são classificadas em:

  • Instituições Espontâneas: surgem espontaneamente a partir das relações estabelecidas entre os agentes sociais, por exemplo, a família.
  • Instituições Criadas: o nome já indica que foram criadas para regular e organizar a sociedade e não surgiram espontaneamente. São elas, os bancos, as igrejas, etc.
  • Instituições Reguladoras: regula diversos aspectos da sociedade, por exemplo as instituições educativas e religiosas.
  • Instituições Operacionais: opera sobre diversos aspectos da sociedade, por exemplo, o departamento de finanças.

Exemplos de Instituições Sociais

As principais instituições sociais são:

  • Instituições Familiares: primeira instituição da qual fazemos parte e que possui como funções principais: reprodução, econômica e educacional. Segundo sua estrutura, ela pode ser monogâmica (formada por um cônjuge), poligâmica (formada por mais cônjuges), ou ainda com estrutura de poliandria (mulher casada com mais de dois homens) e poliginia (homens casados com mais de uma mulher).
  • Instituições de Ensino: instituições empenhadas em disseminar o conhecimento, por exemplo, as escolas e as universidades. Tal qual a família, trata-se de uma instituição social que passamos grande parte da vida.
  • Instituições Religiosas: criadas para preencher as lacunas metafísicas da vida social, sendo baseada em dogmas, crenças e tradições, por exemplo, as igrejas, templos.
  • Instituições Econômicas: regula a vida econômica dos agentes sociais, por exemplo, os bancos e as casas de crédito.
  • Instituições Políticas: como principais instituições políticas temos o Estado (e os poderes legislativo, executivo e judiciário), a Nação (o que reúne as pessoas que compartilham costumes, tradições, valores) e o Governo (monarquia e república).
  • Instituições de Lazer: reúne uma variedade de instituições que possuem a função de entreter os seres sociais, por exemplo, os casinos e as festas de carnaval.

Leia também:

  • Organização Não Governamental
  • Grupos Sociais
  • Papel Social
  • Processo de Socialização
  • O que é Interação Social?
  • Émile Durkheim
  • Solidariedade Mecânica e Orgânica

Por que as instituições influenciam no comportamento dos indivíduos?

Juliana Bezerra

Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

O discurso pró-institutições está em toda parte no Brasil. Políticos, intelectuais, acadêmicos, juristas… todos são “a favor das instituições”.

Mas, afinal de contas: o que são e qual a importância das instituições? E será que toda e qualquer instituição merece louvor e defesa?

O tema das instituições é tão importante que se tornou uma linha de pesquisa e até um escola político-econômica: o neoinstitucionalismo. O grande nome na área é o economista Douglass North, laureado com o Nobel em Economia pelos estudos sobre o tema em 1993.

Por que as instituições influenciam no comportamento dos indivíduos?
Douglass North, vencedor do Nobel em economia de 1993 pelos estudos sobre instituições.

Segundo Douglass North, instituições são “determinações criadas pelo homem que estruturam as interações políticas, econômicas e sociais.” (artigo acadêmico aqui, tradução nossa).

Podem consistir em duas espécies de normas: determinações informais, basicamente elementos culturais, como costumes, tradições, códigos sociais de conduta; e regras formais, como constituições, leis e direitos de propriedade (cf. NORTH, 1991, p. 97). Seriam as instituições, em suma, as “regras do jogo” (NORTH, 1991, p. 98): o conjunto de normas – culturais ou legais – que efetivamente regulam o conjunto de interações humanas.

Geoffrey M. Hodgson, outro importante estudioso da matéria, desenvolvendo as lições de North,  define as instituições como “sistemas firmemente estabelecidos e socialmente prevalentes de regras que estruturam as interações sociais“. E termina ele exemplificando: “língua, moeda, direitos, sistemas de pesos e medidas, convenções sobre comportamentos e firmas (entre outras organizações) são todos exemplos de instituições” (artigo acadêmico aqui, p. 2, tradução nossa). Assim, declara que instituições são um elemento da estrutura social.

Importante perceber – para evitar confusões semânticas – que instituições não são, no sentido aqui estudado, apenas organizações: como o Parlamento, uma empresa ou o Poder Judiciário. Instituições formam um conjunto mais amplo. São regras formais ou informais de comportamento social. Incluem as organizações, na medida em que estas também determinam comportamentos por meio de seu funcionamento. Mas as instituições não se restringem às organizações.

Como bem pontua Hodgdson:

da definição de instituições como sistema de regras socialmente introjetado, resta evidente que organizações são um especial tipo de instituições, com características adicionais. Organizações são um especial tipo de instituições que envolvem (a) critérios que estabeleçam suas fronteiras e que distingam aqueles que são membros dos que não são, (b) princípios de governo que apontem quem responde pelos atos da organização, e (c) uma cadeia de comando delineado em seu interior (2006, p. 8, tradução nossa).

A importância das instituições decorre de que elas são um elemento da estrutura social com o potencial para alterar, influenciar, o comportamento das pessoas. Ao estabilizar condutas e hábitos, as instituições influem nas aspirações e nos mecanismos primariamente vislumbrados para realizá-las (cf. HOGDSON, 2006).

As instituições têm com isso um duplo efeito: constrangem comportamentos, mas também ampliam possibilidades de ação. Com efeito, elas geram ambos os efeitos que pareciam contraditórios num primeiro momento: constrangem e habilitam ações.

Inicialmente, a existência de regras implica constrangimentos. É o seu efeito mais claro. Mas essas balizas podem abrir novas possibilidades: podem possibilitar escolhas e ações que de outro modo não existiriam. Por exemplo: as regras de linguagem permitem que nos comuniquemos; regras de trânsito ajudam o tráfego a fluir mais fácil e seguramente; a aplicação da lei pode aumentar a segurança pessoal. Regulações não são sempre a antítese da liberdade; podem ser suas aliadas (HOGDSON, 2006, p. 2, tradução nossa).

Instituições e economia

Por que as instituições influenciam no comportamento dos indivíduos?

Instituições têm uma relevância enorme para a economia. Segundo Douglass North: “instituições e o modo como se desenvolvem moldam a performance econômica” (artigo acadêmico aqui, 1992, p. 5, tradução nossa).

Isso porque instituições definem custos de transação. Custos de transação são os custos exigidos para realizar uma ação, especialmente custos de informação (análise da real qualidade dos bens envolvidos), dos trâmites burocráticos e dos gastos para executar uma decisão em caso de descumprimento por quaisquer das partes (cf. NORTH, 1992, p. 6-9).

Ao elevar os custos de transação relativo de algumas atividades e reduzir os de outras, instituições impõem prêmios ou perdas para determinadas funções. Com isso, elas alteram custos e benefícios de algumas iniciativas em relação a outras, acabando por alterar o sistema de incentivos, ao tornar determinadas ações mais atraentes em detrimento das restantes.

Isso têm um enorme impacto na atividade econômica e em sua performance. De fato, caso o sistema de incentivos premie atividades menos produtivas, e imponha maiores custos para as capazes de gerar maior riqueza, o arranjo institucional prejudicará a performance econômica. E vice-versa (cf. BOETTKE, 2009, p. 159-164).

Imagine um país em que a atividade de lobby – a qual não gera qualquer riqueza, mas apenas direciona aquela produzida para certos setores e agentes econômicos – seja extremamente lucrativa. Pense numa economia em que conseguir créditos subsidiados possa aumentar a margem de lucro muito além do que é possível, no mesmo prazo, gerando inovações ou incrementando a produtividade per capita dos empregados. Ora, isso gera incentivos para que indivíduos invistam os recursos escassos muito mais em lobby do que em inovar e aumentar a produtividade (por exemplo: atualizando tecnologia, fornecendo treinamento, renovando a linha de máquinas de produção). A consequência no longo prazo será uma queda da capacidade de geração de riqueza.

Há muito mais para falar sobre instituições, particularmente sobre seus impactos políticos e jurídicos. Mas isso ficará para um segundo post.

Porque as instituições influenciam no comportamento dos indivíduos?

A importância das instituições decorre de que elas são um elemento da estrutura social com o potencial para alterar, influenciar, o comportamento das pessoas. Ao estabilizar condutas e hábitos, as instituições influem nas aspirações e nos mecanismos primariamente vislumbrados para realizá-las (cf.

Como as instituições influenciam nossas vidas?

As instituições sociais servem como mediadoras entre a vida individual e a vida privada, levando às pessoas a oportunidade de enquadrarem-se nos modos de vida e nos padrões sociais, a fim de que não haja divergência entre vida individual e vida social.

O que são instituições sociais e qual a sua influência na vida dos indivíduos?

Instituições sociais são corpos sociais formados para promover a integração dos membros de uma sociedade. Algumas instituições sociais, como o Estado e a Igreja, unem os indivíduos de acordo com aspectos com os quais os membros de tais instituições comungam, como religião e nacionalidade.

Como as instituições sociais influenciam a construção do sujeito?

Dessa forma, as instituições família e escola são necessárias para a formação do indivíduo em sua totalidade por meio do processo de ensino-aprendizagem. Sua ação ocorre de forma interligada na formação dos indivíduos, cada qual com suas funções; elas têm o mesmo intuito: formar indivíduos para a vivência em sociedade.