Quais as principais tarefas da Missão Artística Francesa no Brasil?

Com vistas a melhor compreender o Brasil em seu processo de independência, os alunos do Grade 8 se debruçaram sobre as pinturas que retratavam nosso país em sua fase colonial e criaram suas próprias obras de arte. A ideia do projeto saiu de uma de nossas aulas na qual o professor mestre Rodrigo Porto apresentava as obras de grandes artistas que vieram para o Brasil ainda em seu período colonial, mais precisamente entre a chegada da Família Real (1808) e a Independência (1822).

Em seus estudos, os alunos abordaram a missão artística francesa, que se instaura no Brasil devido à necessidade de se estreitar as relações entre Portugal e França, já que Napoleão havia sido derrotado. Para tanto, Dom João VI patrocina a vinda de grandes personalidades da época. Chefiada por Joaquim Lebreton, trouxe ao Brasil grandes nomes da pintura europeia da época, tais como: Jean-Baptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay, os escultores Auguste Marie Taunay, Marc e Zéphirin Ferrez e o arquiteto Grandjean de Montigny. Esses nomes ajudaram a criar a Imperial Academia e Escola de Belas Artes (hoje Escola Nacional de Belas Artes, UFRJ) cujos quadros, esculturas e construções ajudaram o Brasil a construir sua identidade.

Para compreenderem que “tipo” de Brasil estava sendo retratado, os alunos elaboraram releituras de grandes pinturas da época. A educadora Anemelia Buoro salienta que atividades assim são uma nova produção que, como é oriunda de outra imagem, se torna um novo texto, no qual o sujeito produtor elabora uma interpretação, podendo até mesmo participar da criação. (2002, p. 23).

Charles Simon Pradier Um dos núcleos é dedicado aos personagens que tornaram possível a vinda desses artistas para o Brasil. Neste segmento são exibidas obras em que são retratadas personalidades da época como D.João VI e o Conde da Barca. O segundo reúne trabalhos dos artistas da Missão, onde são apresentadas as pinturas de Taunay e Debret, os desenhos de arquitetura de Montigny, as gravuras de Pradier e os relevos e esculturas dos irmãos Marc e Zepherin Ferrez. O último módulo é constituído por obras de artistas que fizeram parte da primeira geração de alunos da Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), estruturada pelos integrantes da Missão. Entre esses alunos estavam os pintores Manuel de Araújo Porto Alegre (1806-1879) e August Muller (1815- 1883), o escultor Francisco Manuel Chaves Pinheiro (1822-1884) e o arquiteto José Rodrigues Moreira (1828-1898), além de outros. As obras fazem parte do acervo do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), que guarda o espólio francês, composto por mais de 300 trabalhos. O acervo construído pelos franceses inclui obras que Lebreton trouxe da Europa para servir como modelos, no ensino da arte, e que foram vendidas ao governo imperial, posteriormente. A Missão A Missão Artística Francesa chegou ao Brasil em março de 1816, em um período em que há uma nova organização política no Brasil e na Europa. A corte portuguesa havia se instalado no Brasil, criando aqui o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Enquanto a França vivia os reflexos da queda de Napoleão, em 1815. Com o objetivo de oficializar o ensino das artes e criar uma escola de artes e ofícios na capital do Reino Unido, a corte portuguesa, a pedido do príncipe regente D. João VI, apóia a criação e a vinda da Missão. "Havia certa implicância com a chegada da Missão. Interessante que essa resistência partiu daqueles que eram considerados os modernistas da época. Achavam que eles haviam interrompido a evolução da arte brasileira, colonial, do barroco e do rococó, que já estavam decadentes. Eles foram os principais responsáveis pela difusão do neoclassicismo, que era a nova estética. Na minha opinião, a vinda deles foi muito benéfica e provocou uma grande transformação por aqui", afirma Pedro Xexéo, que assina a curadoria da mostra ao lado de Laura Abreu e Mariza Guimarães Dias. Xexéo também é um dos autores do livro "A Missão Francesa". O curador destaca que, antes da chegada da Missão, houve uma experiência neoclássica isolada do arquiteto italiano Giuseppe Antonio Landi, em Belém (PA). Segundo o curador, grande foi a contribuição francesa para a cultura brasileira. Além de obras memoráveis, muitas até hoje preservadas, foram os artistas da Missão os responsáveis pela formalização do ensino das artes no Brasil e pela "formação de inúmeras gerações de artistas brasileiros do século 19". Dez anos após a chegada deles, em 1826, foi criada a Academia Imperial das Belas Artes, posteriormente transformada na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Fonte : Museu Oscar Niemeyer ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- Missão Artística Francesa Histórico O século XIX no Brasil presencia mudanças profundas na história das artes plásticas em relação aos séculos anteriores, cujo sentido não pode ser compreendido sem referência à chamada Missão Artística Francesa. Em 26 de março de 1816 aporta no Rio de Janeiro um grupo de artistas franceses, liderados por Joachim Lebreton (1760 - 1819), secretário recém-destituído do Institut de France.1 Acompanham-no o pintor histórico Debret (1768 - 1848), o paisagista Nicolas Taunay (1755 - 1830) e seu irmão, o escultor Auguste Marie Taunay (1768 - 1824), o arquiteto Grandjean de Montigny (1776 - 1850) e o gravador de medalhas Charles-Simon Pradier (1783 - 1847). O objetivo é fundar a primeira Academia de Arte no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Há duas versões sobre a origem da Missão. A primeira afirma que, por sugestão do conde da Barca, o príncipe Dom João (1767 - 1826) requer ao marquês de Marialva, então representante do governo português na França, a contratação de um grupo de artistas capaz de lançar as bases de uma instituição de ensino em artes visuais na nova capital do reino. Aconselhado pelo naturalista Alexander von Humboldt (1769 - 1859), Marialva chega a Lebreton, que se encarrega de formar o grupo. A outra versão2 afirma que os integrantes da Missão vêm por iniciativa própria, oferecendo seus serviços à corte portuguesa. Formados no ambiente neoclássico e partidários de Napoleão Bonaparte, os artistas se sentem prejudicados com a volta dos Bourbon ao poder. Decidem vir para o Brasil e são acolhidos por D. João, esperançoso de que possam ajudar nos processos de renovação do Rio de Janeiro e de afirmação da corte no país. Recentemente historiadores buscaram um meio termo entre a duas versões, que parece a mais plausível. Fala-se em casamento de interesses: por um lado, o rei teria se mostrado receptivo à criação da academia; a par dessa informação, Lebreton, com o intuito de sair da França, teria oferecido seus serviços, arregimentando artistas dispostos a se refugiar em outro país. Não foram poucas as dificuldades encontradas pelo grupo para realização da missão. A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios é criada por decreto no dia 12 de agosto de 1816, estabelecendo pelo período de seis anos pensão aos artistas franceses. No entanto, ela não passa de uma medida formal, pois não chega a funcionar, devido a causas políticas e sociais: a resistência de membros lusitanos do governo à presença francesa; as dificuldades impostas pelo representante da monarquia francesa, o cônsul-geral coronel Maler; o atraso de ordem material e estrutural no qual se encontrava o Rio de Janeiro; o desprezo da sociedade por assuntos relativos às artes. A escola abre as portas somente em 5 de novembro de 1826, passando por dois outros decretos, o de 12 de outubro de 1820, que institui a Real Academia de Desenho, Pintura e Arquitetura Civil, e o derradeiro, de 25 de novembro do mesmo ano, que anuncia a criação de uma escola de ensino unicamente artístico com a denominação Academia e Escola Real.3 Durante o longo tempo de espera, os franceses seguem com suas atividades. Notadamente Debret e Grandjean de Montigny aceitam encomendas oficiais. O primeiro realiza diversas telas para a família real e o último é responsável pelo edifício da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba e outras obras públicas, como o prédio da Alfândega (atual Casa França-Brasil). Por ocasião das festas comemorativas da coroação de Dom João VI, em 1818, ambos idealizam, com Auguste Taunay, a ornamentação da cidade. Debret também se dedica ao ensino de desenho e pintura num espaço alugado, enquanto realiza as aquarelas que marcariam sua obra da fase brasileira.5 No Rio de Janeiro, Nicolas Taunay segue como pintor de paisagem encantado com a natureza tropical. A situação torna-se difícil com a morte de Lebreton em 1819, e a nomeação, em 1820 do pintor português Henrique José da Silva (1772 - 1834) para a direção da Academia Real. Nicolas Taunay decide voltar para França em 1821 e é substituído pelo filho Félix Taunay (1795 - 1881). Os outros tentam adaptar-se à realidade de uma academia distante de seus planos originais. Com a chegada de reforços franceses, os irmãos Marc Ferrez (1788 - 1850) e Zepherin Ferrez (1797 - 1851), escultor e gravador, respectivamente, os remanescentes da Missão6 procuram resistir às adversidades criadas pelo novo diretor. Debret não agüenta por muito tempo e retorna à França em 1831, levando seu aluno preferido, Porto Alegre (1806 - 1879). Historicamente, além da importância da Missão Artística Francesa como fundadora do ensino formal de artes no Brasil, pode-se dizer que durante o tempo em que esses artistas permanecem no país, dentro ou não da Academia, eles ajudam a fixar a imagem do artista como homem livre numa sociedade de cunho burguês e da arte como ação cultural leiga no lugar da figura do artista-artesão, submetido à Igreja e seus temas, posição predominante nos séculos anteriores. Notas 1 Instituição criada em 1795, com o objetivo de promover o aperfeiçoamento das artes e da ciência segundo princípios de pluridisciplinaridade. Origina-se do agrupamento da Académie française; Académie des inscriptions et belles-lettres; Académie des sciences; Académie des beaux-arts e Académie des sciences morales et politiques. 2 Nota-se que com os artistas também estavam a bordo os especialistas em artes mecânicas François Ovide, Charles Henri Lavasseur e Louis Symphorien Meunier, além de François Bonrepos, ajudante de Auguste Taunay. 3 Aventada pela primeira vez, em 1828, pelo pintor português Henrique José da Silva, profundamente hostil à presença dos franceses no Brasil. 4 O decreto refere-se à Academia e Escola Real, apesar de historiadores, como Quirino Campofiorito, afirmarem que a escola, por esse terceiro decreto, passa a se chamar simplesmente Academia de Belas Artes. 5 Publicadas em Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil a partir de 1834, quando o artista já está de volta à França. 6 Charles-Simon Pradier foi o primeiro a regressar à França, em 1818. Atualizado em 21/11/2005 Fonte : Itaú Cultural

Quais foram as principais tarefas das missões artísticas francesas no Brasil?

A missão artística francesa teve como principal objetivo a formação de Escola Superior de Belas Artes que em seus primeiros anos pouco produziu, mas plantou a semente do que veio a ser a Academia Imperial de Belas Artes, que gerou muitos frutos e que foi tão importante na construção de uma identidade para a nação – ...

Quais as principais características da Missão Artística Francesa?

Os integrantes da Missão Artística Francesa pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam à moda européia. Obedeciam ao estilo neoclássico, ou seja, um estilo artístico que propunha a volta aos padrões da arte clássica (greco-romana) da Antigüidade.

Qual era o papel da Missão Artística Francesa?

Esse grupo ficou conhecido como Missão Artística Francesa. Chefiada por Jacques Le Breton, que dirigia a Academia Francesa de Belas-Artes na França, traziam a modernização desejada pelo soberano. Vieram pintores, escultores, arquitetos, músicos, artesãos, mecânicos, ferreiros e carpinteiros.

Quem são os principais artistas da Missão Francesa?

Dela faziam parte os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay, os escultores Auguste-Marie Taunay, Marc e Zéphryn Ferrez e o arquiteto Grandjean de Montigny.