O realismo no Brasil foi inaugurado, em 1881 (quase 30 anos depois de surgir na Europa), com a publicação do livro Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1839-1908). Se na Europa, o surgimento desse movimento literário estava associado às consequências da Revolução Industrial, no Brasil, ele estava vinculado à decadência da economia baseada em práticas escravocratas, ao descontentamento com a monarquia e à dependência econômica em relação aos países ricos. Show
O realismo é um estilo de época antirromântico que privilegia a objetividade, a análise dos comportamentos coletivos, a crítica à realidade e, também, à burguesia do século XIX. Assim, seus autores estão atentos aos acontecimentos de seu momento presente e às motivações psicológicas de suas personagens, envolvidas em adultério, opressão e corrupção. Adaptação infantil juvenil do livro Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, da editora Ediouro. [1]Contexto histórico do realismo no BrasilNo século XIX, a adesão dos escritores brasileiros à estética realista está relacionada com:
A estética romântica, por conseguinte, entrou em decadência, pois sua origem estava atrelada ao nacionalismo ufanista (patriotismo exagerado), inspirado pela independência do Brasil, ocorrida em 1822. Ao recorrer à idealização, o romantismo brasileiro buscava despertar um sentimento de nacionalismo incondicional na população, o que impedia uma visão mais crítica da realidade brasileira. A exceção foi a terceira geração romântica, que ocupava um lugar de transição entre a estética romântica e a realista. Tudo isso levou alguns escritores brasileiros a realizarem um distanciamento do estilo romântico, como é o caso do escritor Machado de Assis, cuja produção literária, em sua primeira fase, era marcadamente ligada ao romantismo. Assim, em 1881, ele inaugurou o realismo no Brasil com sua obra Memórias póstumas de Brás Cubas. Principais características do realismo no BrasilO realismo é um estilo de época que, declaradamente, opõe-se ao estilo anterior, isto é, o romantismo, portanto, é antirromântico, pois:
Leia também: Descrição objetiva e subjetiva: quais são as diferenças estruturais? Principais autores do realismo no BrasilO único autor brasileiro de fato realista é o escritor Machado de Assis. Durante o período em que o realismo aconteceu no Brasil, os outros escritores antirromânticos aderiram à outra vertente de realismo, o naturalismo. Portanto, Machado de Assis, em sua segunda fase, é um escritor puramente realista, pois rejeita as características cientificistas do naturalismo. O escritor Machado de Assis, conhecido pela ironia marcante em suas obras.Machado de Assis, em sua segunda fase, escreveu os seguintes romances:
Leia também: Rachel de Queiroz – autora influenciada pelo realismo e naturalismo Realismo x naturalismoO naturalismo na Europa foi inaugurado com o livro de ensaios O romance experimental (1880), do escritor francês Émile Zola (1840-1902), em que ele explicita as bases do movimento. Já no Brasil, o romance O mulato, de Aluísio Azevedo, de 1881, foi a primeira obra naturalista publicada. O escritor francês Émile Zola.O estilo de época naturalismo é considerado uma evolução da estética realista, assim, ele é também realista. Entretanto o realismo não possui a principal característica definidora do naturalismo, que é o uso de teorias científicas para explicar o comportamento dos personagens. Nessa perspectiva, Hippolyte Taine (1828-1893), crítico literário francês, divulgou o conceito de “determinismo”, que passou a direcionar a escrita dos autores naturalistas. Segundo ele, o indivíduo era socialmente condicionado: 1. pela raça da qual fazia parte; 2. pelo meio no qual se encontrava; e 3. pelo momento histórico em que vivia. Portanto, os personagens eram criados (e devem ser analisados) com base nessa perspectiva, ou seja, esses fatores (a raça, o meio e o tempo) influenciavam o comportamento e, consequentemente, definiam o destino dos personagens. Entretanto, é preciso ressaltar que teorias científicas de cunho racista, que prevaleceram em finais do século XIX, eram equivocadas e estão ultrapassadas. Desse modo, podemos afirmar que Machado de Assis não era um escritor naturalista, uma vez que não utilizou essas teorias em suas obras. Ao contrário, elas eram alvo de sua ironia, como é possível verificar em sua obra O alienista (1882), em que os excessos da ciência são claramente criticados. Já em romances de Aluísio Azevedo e de Adolfo Caminha, a teoria determinista está bastante evidente. Por exemplo: quando os personagens negros Bertoleza (de O cortiço) e Amaro (de Bom-crioulo) são descritos como pertencentes a uma “raça inferior”, ou quando o cortiço (em O Cortiço) e o ambiente da Marinha (em Bom-Crioulo) são apontados como meios corruptores. Assim, essas obras devem ser lidas baseadas em seu contexto histórico. Resumo do realismo no Brasil
Crédito da imagem [1] Ediouro (Reprodução) Quais são as características principais do Realismo?Características do realismo. Valorização da objetividade e dos fatos.. Impessoalidade, apagamento das ideias do autor.. Descrições de tipos sociais ou situações típicas.. Fim das idealizações: retratos de adultério, miséria e fracasso social.. Prevalência das formas do romance e do conto.. O que marcou o Realismo no Brasil?O Realismo foi um movimento artístico do final do século XIX que se contrapôs ao estilo anterior, o Romantismo. No Brasil, tal estilo teve como marco inicial a publicação do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
Quais as características do Realismo no Brasil cite seus principais autores e obras?O Realismo no Brasil teve início no ano de 1881, quando Machado de Assis (1839-1908), que, até então, era um escritor romântico, publicou a obra realista Memórias póstumas de Brás Cubas. Dessa forma, o autor mostrava o seu desencanto com a estética romântica e o conservadorismo que ela representava.
Qual o principal objetivo do Realismo no Brasil?O Realismo tem como objetivo representar a realidade vivida pela sociedade, fazendo críticas a temas sociais. A linguagem usada é direta e objetiva, ao contrário do subjetivismo encontrado no Romantismo.
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