Quais são os benefícios alcançados com a separação dos resíduos sólidos?

A grande produção de lixo no Brasil e no mundo e a ausência de práticas de manejo e descarte corretos representam fatores de preocupação para órgãos governamentais e grupos de proteção ao meio ambiente.

Embora o Brasil disponha de uma legislação que determina as formas corretas de acondicionamento, transporte e tratamento de resíduos sólidos, lidar com essa questão ainda é um, desafio devido aos números alarmantes.

Quer saber mais sobre a produção de resíduos sólidos no Brasil? Acompanhe este artigo e aprenda a diminuir o seu descarte de lixo, adotando um padrão de consumo consciente.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é chamado de resíduo sólido todo o material substância, objeto ou bem que foi descartado proveniente de atividades antrópicas, ou seja, resultados das ações humanas na sociedade. No entanto, o resíduo ter sido descartado não significa que ele não tenha mais valor, mas que não é mais útil ou necessário para quem fez o descarte.

Nesse sentido, é importante fazer a diferenciação entre resíduos e rejeitos. Os rejeitos são os descartes que não são possíveis ou não possuem viabilidade econômica de tratamento e recuperação. Assim, é fundamental que eles recebam uma disposição final ambientalmente adequada.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em todo o mundo são produzidos anualmente 2 bilhões de toneladas de resíduos sólidos em um dia, uma média de 1,2 kg por dia por pessoa. Nos últimos 30 anos, o aumento do volume de lixo produzido foi três vezes maior que o populacional.

É importante destacar que a maior parte desse lixo é gerada pelos países mais ricos do mundo. Desse modo, o consumo associado à riqueza e o desenvolvimento desses territórios estão associados à alta geração de resíduos.

O que a legislação diz sobre resíduos sólidos?

O mundo vive atualmente uma era de alto consumo, o que estimula a produção de itens e intensifica a geração de resíduos. Para estimular as boas práticas relacionadas à produção de lixo e demais descartes, o governo brasileiro criou a Lei Federal n° 12.305. É ela que instaura a PNRS citada no tópico acima, que determina que todas as empresas têm responsabilidade pelos seus resíduos, devendo haver o monitoramento da destinação. Além disso, as organizações devem elaborar um plano de gestão de resíduos, que oriente os procedimentos para cada operação.

Em resumo, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a legislação prevê “a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado)”.

Quais são os riscos da grande produção de resíduos?

Grande parte do lixo descartado acaba não recebendo a destinação adequada. Sem o devido tratamento, os resíduos causam diversos problemas, com implicações diretas na saúde da população e no meio ambiente.

Acidentes e contaminações são os principais riscos à saúde da população, que afetam a qualidade de vida e o bem-estar, aumentando a proliferação de doenças e de seus vetores. Dengue, leptospirose, hepatite, disenteria e cisticercose são doenças comuns relacionadas ao lixo acumulado.

No meio ambiente, o custo dos resíduos são: 

  • a contaminação e a inutilização do solo;
  • a contaminação das águas;
  • o alagamento das cidades — ocasionado pelo entupimento dos bueiros;
  • a poluição do ar. 

A degradação da matéria orgânica em lixões produz gases como metano e dióxido de carbono, que aceleram o efeito estufa, além da geração do chorume, que contamina as águas subterrâneas.

Como funciona o tratamento de resíduos sólidos no Brasil?

Nas últimas décadas, a geração de resíduos sólidos aumentou, mas a oferta da infraestrutura necessária para lidar com todo o lixo produzido não acompanhou a demanda. Nesse cenário, a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Urbana Pública (Abrelpe) ressalta que a universalização dos serviços de coleta está longe de ser alcançada, e que o setor apresenta déficits relevantes quanto à coleta seletiva, recuperação de materiais e disposição dos resíduos sólidos.

Ainda segundo a entidade, a destinação incorreta dos resíduos, quando eles acabam em lixões, e não nos aterros sanitários, prejudica diretamente, hoje, a saúde de 77,65 milhões de brasileiros, e gera um custo de cerca de US$ 1 bilhão por ano para o sistema de saúde e para o meio ambiente.

Nesse contexto, a gestão adequada dos resíduos sólidos no país requer a implementação de medidas para impedir ou reduzir os problemas gerados pelo descarte no ambiente.

Para isso, gerenciamento ideal de resíduos deve se basear em algumas etapas: 

  • prevenir e reduzir o consumo;
  • reutilizar ou reciclar os materiais;
  • recuperar o conteúdo energético do que não pode ser reutilizado ou reciclado;
  • coletar e tratar para a disposição final.

Entenda como funciona cada uma dessas etapas a seguir.

Prevenção e redução

A população deve se conscientizar e receber incentivos para reduzir o lixo produzido. O movimento Lixo Zero é um exemplo que surgiu para tentar mudar a realidade da cultura do consumo exagerado da sociedade atual. Ele prega a redução e o eventual fim do encaminhamento de itens recicláveis e orgânicos aos aterros sanitários.

Desse modo, a prevenção e a redução envolvem práticas que incluem tanto a população, quanto as indústrias e o governo, e devem refletir em decisões conscientes quanto à utilidade e à destinação dos resíduos.

Reciclagem e reúso

A reciclagem se refere ao reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto, e o reúso significa usar um mesmo produto mais de uma vez. Muitos materiais e objetos podem ter outros usos antes de serem encaminhados para a reciclagem, como aproveitar os dois lados de uma folha de papel antes do descarte.

Após o produto ter sido aproveitado ao máximo, em vez de enviá-los para aterros, o ideal é destiná-lo para a reciclagem. No entanto, a taxa de reciclagem, no Brasil ainda é muito baixa: apenas 3,7% dos resíduos com potencial para reciclagem são, de fato, reciclados.

Coleta e tratamento

A coleta do lixo deve ocorrer conforme a sua classificação, pois os tratamentos deles são diferentes. O lixo hospitalar, por exemplo, deve ser incinerado. Apesar disso, no país, pelo menos 24% dos domicílios brasileiros não contam com o serviço de coleta de lixo.

Disposição final

Os resíduos que não foram consumidos pelos processos de tratamento devem seguir para os aterros sanitários, quando disponíveis. Os aterros sanitários são menos nocivos ao meio ambiente do que os lixões, já que eles são construídos para evitar a contaminação do solo, da água e do ar. Assim, os subprodutos do lixo, como chorume e gases tóxicos, ficam retidos e não entram em contato com a natureza.

Com relação às etapas abordadas anteriormente, para que elas aconteçam, é imprescindível a conscientização das pessoas da necessidade de reduzir o consumo e separar o lixo em casa. Sem essa preparação, toda a sequência da cadeia da reciclagem no Brasil acaba sendo prejudicada. 

Qual é a relação entre a redução do consumo e a produção de resíduos sólidos?

Incentivado pela industrialização e pelo capitalismo, o consumo exacerbado tem como resultado toneladas de resíduos gerados por dia, o que acarreta diversos problemas causados por ele. 

A baixa conscientização da população é considerada um dos entraves para a redução de resíduos, afinal, há um aumento do consumo e do descarte indiscriminado do lixo.

Para que o descarte desses resíduos seja feito de maneira mais correta e consciente, é preciso promover uma mudança nos hábitos de consumo, a utilização de alternativas para itens plásticos e descartáveis, e o esforço para reciclar corretamente e consertar produtos quebrados — não simplesmente jogando-os fora.

Quando não existe nas residências uma separação dos resíduos sólidos no descarte, todo o processo de sensibilização dos cidadãos para consumir produtos sustentáveis é dificultado, além de haver prejuízos nos serviços de saneamento prestados.

O cumprimento da legislação demanda a implementação de estratégias para a redução da geração de resíduos sólidos. Por mais complexo que seja o processo, pequenas atitudes ajudam a melhorar consideravelmente os índices atuais, contribuindo com o meio ambiente e resguardando a saúde da população.

Agora que você já sabe como funciona a produção de resíduos sólidos no Brasil, que tal conhecer as etapas e a importância do ciclo do saneamento?

Quais os benefícios da separação dos resíduos?

Com a separação é possível: a reutilização; a reciclagem; o melhor valor agregado ao material a ser reciclado; as melhores condições de trabalho dos catadores ou classificadores dos materiais recicláveis; a compostagem; menor demanda da natureza; o aumento do tempo de vida dos aterros sanitários e menor impacto ...

Qual a importância de fazer a separação dos resíduos sólidos?

Separar o lixo seco do lixo orgânico. Essa atitude simples e diária, que todo mundo pode adotar em casa, tem tudo para facilitar a vida de quem trabalha com a coleta seletiva. E não é só isso: a separação correta contribui também para reduzir a contaminação do meio ambiente e para evitar a disseminação de doenças.

Quais são os benefícios da reciclagem do lixo?

A reciclagem também contribui para o uso racional dos recursos naturais e evita que toneladas de matérias-primas virgens sejam retiradas da natureza. Ao mesmo tempo, gera consumo de energia e minimiza os impactos das atividades econômicas no solo, na água e no ar.

Quais os benefícios da reciclagem para a sociedade?

Quanto mais reciclar, mais diminuirá os custos com limpeza urbana, além de evitar a poluição reduzindo as emissões de gases de efeito estufa que provocam a mudança climática global, mantendo o Meio Ambiente sustentável para as gerações futuras.