Quais técnicas podemos utilizar para UX Design?

Recentemente na empresa onde atuo, em alguns grupos e eventos de design onde estive, senti a falta de um esclarecimento e discussão sobre os métodos e ferramentas que temos ao nosso dispor e como estamos usando eles, qual a frequência, melhorias nesses métodos, dificuldades para aplica-los, etc. Nisso resolvi escrever esse meu primeiro artigo, por favor sejam críticos :) , sobre os métodos de ux/ui design com os quais trabalhei, onde exponho minha interpretação de forma bem resumida e deixo para cada método ao menos um link de referência de fontes que desenvolvem mais a fundo cada um deles.

Sobre o conteúdo desse artigo, acredito que os métodos que usamos visa a qualidade como resultado do nosso trabalho e como em qualquer projeto que visa ser bem elaborado e ter seu resultado positivo, tanto em suas etapas de construção quanto em sua entrega final, como designers buscamos auxílio em algumas boas práticas na criação de soluções digitais mais inteligentes e aderentes às necessidades de clientes e usuários. Design bem feito = Solução prática e rápida = Usuário feliz = Cliente feliz.

Essas técnicas apresentadas foram criadas no decorrer dos últimos anos, e ainda estão sendo revistas e aprimoradas a cada dia para que designers e demais profissionais envolvidos na criação de soluções tenham maior clareza do que é relevante ao usuário final, quais as expectativas sobre o produto e como ele irá melhorar o negócio de uma empresa, seu relacionamento com seus clientes, e consequentemente, melhorar o cenário a que está sendo submetido.

Na listagem dessas técnicas procurei descrevê-las da forma mais sucinta possível, permitindo que se tenha uma pré-concepção delas para vocês desenvolverem melhor cada uma delas em suas pesquisa, discussões e até evolução delas.

A sequência em que esses métodos são apresentados estão dentro dos processos e rotinas dos projetos que venho trabalhando recentemente. Claro, alguns desses métodos não são usados sempre, são feitos de forma mais isoladas ou mesmo precisam ocorrer com certa frequência durante o projeto para garantir consenso entre os envolvidos. Mas o fato é que cada designer pode fazer seu próprio fluxo de ações, pensando no que é mais relevante ao seu projeto.

Então vamos a eles:

Planejamento

PROPOSTA DE VALOR

Busca a definição do produto, mapeando seus principais aspectos. Ajudar a equipe para criar um consenso em torno do que produto deve ser e qual a sua razão de existir.

Para realizar esse busca e mapear esses valores podemos usar o UX Canvas, onde teremos uma matriz de questões distribuídas em 9 quadrantes que ajudarão Stakeholders, Designer e Desenvolvedores a entender a proposta de experiência do produto. Dentre as questões estão: Quem é o cliente? / Quem é o usuário? / Objetivos do usuário / Objetivos do cliente, precisam ser respondidas para gerar qualidade na concepção do projeto, na definição de objetivos, no entendimento do usuário e no desenvolvimento da solução.

http://uxcanvas.com

PLANO DE AÇÃO (ROADMAP)

É um plano de acompanhamento para as etapas de criação e desenvolvimento do produto. O compartilhamento dessas etapas com os envolvidos é fundamental para andamento do projeto e a evolução das atividades traçadas. Isso irá garantir uma visão clara das entregas estabelecidas entre os designers, desenvolvedores e stakeholders.

Dentro do Roadmap são definidos os milestones, onde a partir deles são definidos os principais indicadores de desempenho (KPI) traçados com critérios pré-estabelecidos para medir o progresso em direção aos objetivos estratégicos ou a manutenção de metas, estabelecendo um guia de prioridades para entregas.

Para se criar um Roadmap pode ser usado uma planilha ou uma aplicação específica para isso. Segue um link sobre algumas dicas para elaborar o Roadmap.

http://www.romanpichler.com/blog/10-tips-creating-agile-product-roadmap/

Pesquisa

ANÁLISE DE MERCADO

Pesquisar no mercado concorrente os produtos ou serviços similares e relacionados. Mapeia seus recursos existentes de forma comparável. Isso ajuda a entender o mercado e identificar oportunidades e inovar. No site Inc. tem boas dicas de como trabalhar essa análise.

Nesses casos é muito comum solicitar a consultorias de marketing que preparam essas pesquisa e geram os relatórios para análise.

http://www.inc.com/guides/2010/05/conducting-competitive-research.html

ENTREVISTAS

Se trata da aplicação de um Script de entrevista a ser realizada com os clientes, internos e externos, tanto prováveis usuários regulares ou esporádicos. A fim de reunir insights sobre seus objetivos. Estas entrevistas ajudam também a priorizar recursos e definir o KPI (Key Performance Indicator - Indicador de Desempenho Chave). Alguns detalhes mais precisos sobre o desenrolar do processo de entrevista pode ser acompanhado pelo link abaixo.

http://www.uxmatters.com/mt/archives/2007/09/conducting-successful-interviews-with-project-stakeholders.php

MAPA DE EMPATIA

Mapa de Empatia é usado para se iniciar uma análise do cliente (público-alvo), onde buscamos traçar um perfil desse público, a fim de definirmos uma direção sobre como podemos atuar da melhor forma no desenvolvimento de um produto ou serviço para garantir uma maior aderência desse público na aceitação.

Na área de marketing temos uma ferramenta que trabalha de forma similar, chamada de Análise Swot, que é uma boa referência. A sigla do nome SWOT vem das palavras: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). Esses 4 pontos são analisados para se definir o mercado em potencial que uma empresa tem a desbravar.

Com o Mapa de Empatia não é muito diferente, aqui é analisado também fatores chave para desbravar a mente do usuário e chegarmos ao seus pontos de interesse. Assim ele é apresentado como uma ferramenta visual, onde temos 6 campos principais traduzidos em forma de perguntas:

  • O que o usuário Pensa e Sente?
  • O que o usuário Escuta?
  • O que o usuário Vê?
  • O que o usuário Faz?
  • Quais suas Fraquezas?
  • Quais seus Ganhos?

E para cada uma destas perguntas temos todo um outro conjunto de questões a serem respondidas para que as decisões a serem tomadas pensando neste usuário sejam claras e objetivas para todos os responsáveis pelo processo de desenvolvimento do produto ou serviço.

http://blog.digithobrasil.com.br/wp-content/uploads/2015/10/MAPA-DA-EMPATIA.jpg

http://ramonkayo.com/conceitos-e-metodos/o-que-e-mapa-de-empatia-e-para-que-serve

http://socialgoodbrasil.org.br/wp-content/uploads/2013/12/jovem-estudante.jpg

MAPA DO ECOSSISTEMA

Esta é uma visão global sobre os produtos e serviços da empresa. Qual a conexão estabelecida para os seus clientes (internos e externos). Qual a estratégia de marketing estipulada para essas conexões. Essa visão ajuda no entendimento do comportamento dos clientes sobre suas operações, facilitando assim uma nova visão de como propor melhorias e a concepção de novas soluções.

https://uxmag.com/articles/design-for-a-thriving-ux-ecosystem

BLUEPRINT

Um mapa dos pontos de contato que o usuário irá caminhar para chegar ao seu produto ou serviço. Fazer um mapeamento destas áreas de contato não só através de uma solução mas de múltiplos canais por onde o usuário passa para chegar ao ponto chave. Isso traz ao designer possibilidades para melhorar o fluxo de navegação.

http://gibbon.co/c/d357b4fa-318f-4312-988e-a83687583a77/service-blueprint e

http://www.slideshare.net/31volts/the-service-blueprints-overview?ref=http://www.31volts.com/2010/05/the-service-blueprints-overview/

Análise

PERFIL DO USUÁRIO

“Se você não entender quem são seus usuários (ou potenciais utilizadores) são, seu produto está fadado ao fracasso.” Catarine Courage and Kathy Baxter Parametrize da maneira que faça sentido em seu contexto. Defina um perfil estereotipado claro de pessoas seja lá qual for. Faça uma descrição detalhada dos atributos de seus usuários (área de trabalho, cargo, função, experiência, nível de instrução, hobbies, faixa etária, etc.).

Estas características normalmente refletem uma margem dentro de um único atributo (por exemplo, as idades 18-35). Os usuários devem estar dentro desses intervalos. Com o Perfil do Usuário traçado, ajudará a entender o que será construindo (produto ou serviço) para esse público.

http://pt.slideshare.net/DCU_MPIUA/user-profiles-personas-39303051

PERSONAS

Com o mapa de empatia traçado, veremos que dele podemos tirar mais de um perfil envolvido no uso do produto ou serviço. Para se manter o foco correto em cada um dos perfis atuantes precisamos trabalhar com as Personas.

A persona é um personagem fictício que busca refletir o perfil do usuário que irá utilizar o produto ou serviço a ser desenvolvido. Muitas vezes é mais de uma persona apresentada e são detalhadas com grupo demográfico, comportamentos, necessidades e motivações. Bem como levantamos no mapa de empatia. Assim com a definição das personas será mais fácil e objetivo o trabalho do designer e dos desenvolvedores para visualizar seu público-alvo e canalizar seu trabalho durante todo o processo de criação/desenvolvimento.

Defina as personas com as partes envolvidas no projeto: designers, clientes, gerentes de projetos, product owners, desenvolvedores e outros stakeholders.

Dentre alguns dos principais benefício em se definir as personas estão:

  • Quem quem são os públicos-alvo do projeto;
  • São mais fáceis de memorizar e de criar empatia;
  • Ajuda a tomar decisões de design no decorrer do projeto;
  • Ajuda a priorizar features;

http://chocoladesign.com/criando-personas-no-design-de-produto

PROTO-PERSONA

São um tipo de persona criado simplesmente com as informações que a empresa já possui sobre os consumidores. Elas são uma solução interina – quando ainda não há verba, prazo ou público existente para realizar uma pesquisa efetiva sobre quem são esses consumidores.

Normalmente são baseadas em intuição ou em pequenos trechos de pesquisas de marketing que não estão necessariamente conectadas entre si. Ter uma persona dessas pode ser útil (e é obviamente melhor do que não ter nada no que se basear), mas ao mesmo tempo pode ser perigoso.

Se  uma persona dessas for criada, baseada na intuição, o próximo passo será de validar o que você documentou através de algum tipo de pesquisa – preferencialmente primária e qualitativa – com os reais consumidores.

https://uxmag.com/articles/using-proto-personas-for-executive-alignment

http://arquiteturadeinformacao.com/user-experience/a-diferenca-entre-personas-de-marketing-personas-de-design-e-proto-personas/

http://www.dtelepathy.com/blog/philosophy/how-to-make-proto-pesonas

ACESSIBILIDADE

De acordo com a OMS:

  • 1 em cada 188 pessoas são cegas;
  • 1 em cada 30 pessoas têm baixa visão;
  • 1 em cada 12 homens são daltônicos (parcialmente ou completamente)

Para garantir que Acessibilidade seja um fator pensado desde as primeiras etapas do projeto, e que continue importante em cada nova etapa do processo de design, para isso criamos a Persona Inclusiva.

Para criar a Persona Inclusiva, procuramos documentar as mesmas informações básicas usadas nas personas já citadas, como dados demográficos, necessidades, desejos e ansiedades no momento em que interagem com o produto. No entanto para uma persona com necessidades especiais incluímos alguns fatores adicionais relacionados às suas limitações e quais as considerações que precisam ser apontadas na hora de desenhar uma solução para elas, dentre as quais podemos citar:

  • Qual a limitação que possuem (exemplo: cegueira, dificuldade em usar o mouse, dificuldade de operar em ambientes barulhentos);
  • Ferramentas ou tecnologias especiais que precisam usar (exemplo: lente de aumento de tela para ler textos pequenos, leitores de tela, etc.);
  • Nível de experiência com essas tecnologias assistivas;
  • Frequência de uso dessas ferramentas e tecnologias;

http://www.princiweb.com.br/blog/design/usabilidade-ux/introducao-a-acessibilidade-web.html

http://arquiteturadeinformacao.com/acessibilidade/acessibilidade-criando-personas-inclusivas/

http://www.uxdesign.blog.br/design-de-interfaces/design-de-interfaces-e-acessibilidade-voce-esta-fazendo-isso-errado/

CENÁRIOS

Os cenários são uma descrição da rotina realizada pelos usuários durante o uso do produto. Assim temos que descrever as ações e resultados das personas que criamos e como o produto se encaixa em suas vidas.

  • Configurações;
  • Interações;
  • Objetivos e metas;
  • Sequência de eventos;
  • Resultados;

http://www.uxforthemasses.com/scenario-mapping/.

JORNADA DO USUÁRIO

Traçar a Jornada do Usuário é uma maneira de descrever um possível cenário ou mapear a experiência do usuário no decorrer do uso de um produto ou serviço composto por tarefas a serem realizadas. Lembrar a equipe das motivações que impulsionam o público-alvo para usar cada recurso, bem como o caminho que eles vão ter de fazê-lo.

Então podemos representar a jornada do usuário através de uma representação gráfica do começo ao fim da experiência sob a perspectiva do usuário em seus engajamentos dentro de um grupo de tarefas para atingir seu objetivo. Essas tarefas podem desencadear.

https://www.appcues.com/blog/user-journey-map/

ANÁLISE DE TAREFAS

Um detalhamento das informações e ações necessárias para que o usuário complete uma tarefa. A Análise de Tarefas ajuda a entender o sistema atual e como a informação transita dentro dele. Também ajuda a distribuir as tarefas corretamente no novo produto que está sendo desenhado.

https://www.interaction-design.org/literature/article/task-analysis-a-ux-designer-s-best-friend

USER STORY MAPPING

User Story Mapping é um método colaborativo e rápido onde você extrair todas as interações sobre o produto a partir de cenários estabelecidos com os usuários. O resultado será uma visão do produto desde o início ao fim desse fluxo de interações do usuário.

https://storiesonboard.com/user-story-mapping-intro.html

https://www.smartsheet.com/user-story-mapping

Bom, isso resume os métodos da parte 1, como estou com pouco tempo para fazer tudo em uma única postagem, estou dividindo em duas partes, onde a primeira será sobre os métodos de Planejamento, Pesquisa e Análise. Assim que eu terminar a parte 2 já publico e em seguida publicarei a versão em inglês também.

Obrigado pela leitura :)

Quais os 4 passos do processo de UX Design?

Descoberta.
Descoberta. (pesquisa).
Definição. (síntese).
Desenvolvimento. (ideação).
Entrega. (implementação).

Quais ferramentas UX Designer?

6 ferramentas de UX design que vão melhorar a sua performance.
InVision. Uma das ferramentas de UX Design mais conhecidas do mercado por ser bem básica, especialmente para quem está começando ou evoluindo na carreira, é a InVision. ... .
Visio. ... .
Adobe XD. ... .
Figma. ... .
ProtoPie. ... .

Quais são os métodos de pesquisa em UX?

Métodos para a etapa Ouvir ➩ Análise analítica: monitore as métricas que fazem sentido para o seu projeto para descobrir tendências e pontos de melhoria. Elas vão te ajudar a avaliar o seu progresso. ➩ Análise do log de pesquisa: os logs de pesquisa tendem a ser ignorados, mas eles contêm informações importantes.

Quais técnicas são úteis ao aplicar pesquisas com o usuário?

Métodos de pesquisa UX para a etapa “descobrir”:.
Estudo de campo e Entrevista com Usuários. Vá para onde os usuários estão, assista, pergunte e ouça. ... .
Estudo de diário. Execute estudos de diários para entender as necessidades e comportamentos dos usuários..
Entrevista com Stakeholders. ... .
Coleta de requisitos e restrições..