Qual a importância da interação social na construção da identidade do sujeito?

A construção da identidade se dá por meio das interações da criança com o seu meio social, o qual acontece em primeiro momento no seio família e logo depois, a escola. A inserção da criança nos espaços de Educação Infantil se faz um universo social diferente do da família, favorecendo novas interações e ampliando, desta maneira, seus conhecimentos a respeito de si e dos outros.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a identidade tem a função de distinguir, marcar as diferenças, sejam elas, físicas, emocionais e comportamentais, dos indivíduos.

Ou seja, sua autoimagem também é construída a partir das relações estabelecidas nos grupos em que a criança convive. Um ambiente farto em interações, que acolha as particularidades de cada indivíduo, promova o reconhecimento das diversidades, aceitando-as e respeitando-as, ao mesmo tempo em que contribui para a construção da unidade coletiva, favorece a estruturação da identidade, bem como de sua autoimagem.

Meu estudo insere-se em um contexto de sala de aula, com crianças de quatro anos, em uma escola privada no município de Garanhuns, estado de Pernambuco. Desenvolver atividades que trabalhem a identidade das crianças é uma ótima maneira de iniciar as atividades pedagógicas, pois propiciam às crianças a percepção de que elas têm uma história de vida, fazem parte de uma família e são  partes atuantes no mundo em que vivem. Além da significância para os educadores obterem mais informações a respeita de cada criança inserida naquele espaço de desenvolvimento.

O “Eu Criança” na Educação Infantil deve ser despertado por meio de atividades que sejam próprias do mundo lúdico e do imaginário da criança, colaborando assim para a formação de uma identidade autêntica e respaldada em valores éticos necessários ao cidadão consciente do seu papel na construção da sua história e da história do outro.

O estudo desenvolveu-se através de atividades lúdicas voltadas para a construção e fortalecimento da identidade. Com a canção: Cada um é especial (sua faixa encontra-se em CD do projeto “Escola da Inteligência para a Educação Infantil”), foi explorado o reconhecimento do eu e as diferenças com o outro. Em seguida, foi construído um Álbum da Vida, através de recortes e ilustrações feitas pelas crianças, que representasse o seu cotidiano. Logo depois, o autorretrato, por meio da pintura livre e confecção de crachá. Com o uso de sucatas variadas foi montado um corpo humano, identificando e nomeando suas principais partes. Depois a criação da imagem do próprio corpo, com auxílio da balança e fita métrica. Por fim, construção da árvore genealógica da criança com fotos da família.

Neste estágio da vida, no qual acontece a interação social, as atividades são voltadas para a construção do “eu” e nas relações com “o outro”, contribuindo, assim, para a construção da personalidade ou personalismo na perspectiva de Henri Wallon. A teoria walloniana, denominada “Psicogênese da Pessoa Completa”, defende a evolução psíquica, destacando o desenvolvimento emocional, social e cultural do sujeito através da reciprocidade que esse estabelece com o meio social e humano.

A educação assume papel preponderante no desenvolvimento da criança. Educar é humanizar; é, segundo José Martí (1991, citado por Mészáros, 2008), depositar em cada homem toda a obra humana que o antecede, tornando-o efetivamente humano. Dessa forma, a importância das escolas de educação infantil proporcionar um espaço rico em atividades pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento das capacidades da criança.

Cabendo ao professor compreender que a cultura, por diferentes formas de mediação, pode ser apropriada pela criança, contribuindo para a sua formação como pessoa completa. Buscando organizar tempos, espaços, relações e experiências formativas que permitam a apropriação efetiva de conhecimentos que vão além daqueles já são presentes no cotidiano das crianças e assimilados mesmo sem a participação do trabalho sistematizado da escola.

A escola da infância deve ser um espaço que faça diferença na vida da criança: um espaço de atuação sobre as capacidades em formação, um espaço de atividades que possibilitem à criança compreender e compreender-se, perceber e perceber-se, conhecer, fruir (Brasil, 2009a, 2009b). A escola deve ser um espaço de criação de novas necessidades que impulsionam a criança a aprender e a desenvolver-se.

Na Educação Infantil, fomentar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças pequenas significa ajudá-las a progredir na definição da própria identidade, no conhecimento e na valorização de si mesmas.

A construção da identidade e autonomia refere-se ao progressivo conhecimento que as crianças vão adquirindo de si mesmas, a autoimagem que através deste conhecimento se vai configurando e à capacidade para utilizar recursos pessoais de que disponha a cada momento.

Procuramos, então, criar um ambiente conhecido e seguro para elas, no qual todas as pessoas são chamadas pelos nomes e pouco a pouco se tornam referências.

Na escola, quando as crianças aprendem, por exemplo, a ordenar um joguinho, a brincar com carrinhos, estão também aprendendo muitas coisas sobre elas mesmas, que lhes permitem formar uma opinião sobre si.

Portanto, a construção de uma autoimagem positiva requer que, na escola, as crianças tenham experiências em situações que lhes permitam ganhar confiança em suas capacidades e que sejam vistas como crianças com possibilidades. Isso dá segurança, que é um elemento básico para atrever-se a explorar novas situações, novas experiências. É importante observar que não se trata de renunciar à exigência e ao controle, e sim, de endereçá-la a um contexto comunicativo, afetuoso e respeitoso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasil. (2009a). Práticas Cotidianas na Educação Infantil: Bases para a reflexão sobre as

orientações curriculares. In: Projeto de Cooperação Técnica MEC e UFRGS para Construção de

Orientações Curriculares para a Educação Infantil. Brasília: MEC.

Brasil. (2009b). Parecer CNE/CEB n. 20, de 11 de novembro de 2009. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC. Recuperado em 2 de abril, 2013, de http://portal.mec.gov.br/ ndex.php?option= com_content&id=12745:ceb-2009.

Mészáros, I. (2008). A Educação para além do Capital (2a. ed.). São Paulo: Boitempo.

WALLON, Henri. Psicologia da Educação e da Infância. Lisboa, Portugal: Editorial Estampa, 1975.

WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1995.

Qual a importância das interações sociais para o desenvolvimento do sujeito?

As interações sociais podem contribuir para a aprendizagem efetiva de habilidades e conteúdos, assim como fortalecer os valores éticos fundamentais ao desenvolvimento moral do ser humano. Na infância, a interação entre as crianças é indispensável para a construção de aprendizagens significativas no ambiente escolar.

Qual a importância da construção da identidade no processo de socialização dos indivíduos?

A construção da identidade profissional está, intrinsecamente, relacionada à socialização. Este processo é constituído no momento em que os saberes, os valores, as práticas e os discursos profissionais, desencadeados no exercício de uma ocupação, modelam a identidade profissional dos indivíduos.

Por que a interação social e importante no processo de socialização do indivíduo?

Isso porque é por meio dela que os indivíduos aprendem e interiorizam as regras e valores de determinada sociedade. Quanto a isso, vale lembrar as palavras do sociólogo francês Émile Durkheim, quando afirma que: “A educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta”.

Como se dá a construção da identidade social?

A identidade social é, pois, construída pelos sujeitos sociais de acordo com uma perspetiva interacionista, através da qual as expectativas que os membros do grupo têm sobre os papéis a serem desempenhados pelos sujeitos constituem os pilares de sustentação.