Qual a relação entre a existência de água líquida e origem da vida na Terra?

A Terra é o único planeta do Sistema Solar onde existe água na forma líquida (segundo os conhecimentos atuais). Praticamente todas as formas de vida conhecidas dependem da água, o que explica o fato de se encontrarem organismos vivos apenas na Terra.

A maior parte da água no planeta está nos oceanos e mares. Só 3% estão nos rios, lagos, nas geleiras e nos glaciares. A água doce encontra-se também debaixo da superfície do solo - é o que se chama lençol freático.

Conforme o lugar, formam-se verdadeiros rios subterrâneos. O ser humano faz perfurações profundas em alguns locais para captar água - são os poços artesianos.

Ciclo hidrológico, ou ciclo da água

A água também faz parte do corpo dos seres vivos. Percebemos sua existência em nosso corpo quando transpiramos, urinamos ou choramos, embora nesses casos, ela esteja misturada com outros produtos do nosso metabolismo.

A água está sempre se renovando. Existe um ciclo hidrológico, ou ciclo da água. Isso quer dizer que não existe "água nova". A água que se bebe, já foi nuvem (vapor), por exemplo. Essa renovação se repete desde o início da vida na Terra. Assim, a água que abastece os seres vivos hoje, é a mesma que os dinossauros bebiam! Por isso é tão importante evitar a poluição e o desperdício. Caso contrário, a água se esgotará e com ela toda a vida.

Três estados da água

A água pode ser encontrada na natureza em três estados físicos: sólido (gelo), líquido, e gasoso (vapor de água).

A água do ambiente (incluindo a que se encontra nos seres vivos) evapora por ação do calor. Quando nossa transpiração seca, por exemplo, a água evapora e passa do estado líquido (gotas de suor) para o gasoso.

No vapor de água existem partículas minúsculas, tão leves que são carregadas pelo ar. Então, formam-se as nuvens, da água que evapora dos oceanos, mares, lagos e rios. A mudança de temperatura causa um fenômeno chamado condensação.

A água passa do estado gasoso para o líquido, na forma de chuva. Essa, por sua vez, cai de volta no ambiente. A terra absorve essa água que é aproveitada, parte pelas raízes das plantas e parte vai para os lençóis freáticos. Esse ciclo nunca pára.

Propriedades da água

Veja as características fazem da água um recurso único e fundamental na natureza.

  • Capacidade térmica: quando se aquece um copo de papel com água dentro, pode-se notar que o papel não queima e a temperatura da água aumenta. Isso acontece porque a água é capaz de absorver o calor do papel. Essa propriedade é conhecida como capacidade térmica.

    Os vegetais, que têm água em sua composição, conseguem absorver a radiação solar (para realizar a fotossíntese) sem se queimarem. A transpiração, tanto nos vegetais quanto nos animais, tem o mesmo efeito: auxilia o resfriamento do corpo, pois a água, quando evapora, absorve uma grande quantidade de calor do meio onde está.

    Outro exemplo é a água do mar ou mesmo da piscina: quando há uma variação grande de temperatura externa, a temperatura da água quase não se altera. Essa capacidade térmica da água se deve à propriedade do calor específico.

  • Calor específico: é a quantidade de calor necessária para alterar em 1°C a temperatura. A água possui um elevado calor específico, ou seja, é necessário fornecer ou retirar uma grande quantidade de calor para alterar a sua temperatura.
     
  • Solvente universal: a água é capaz de quebrar substâncias como açúcar ou sal, por exemplo, em partes tão pequenas que não conseguimos mais enxergá-las. Essa capacidade de dissolver as substâncias faz a água ser considerada um solvente universal.
     
  • Transporte: a água tem a propriedade de transportar líquidos e partículas de substâncias. Essa capacidade de transportar substâncias é vital nos seres vivos, pois o sangue, feito aproximadamente de 60% de água, transporta para diferentes partes do corpo gases (como oxigênio, gás carbônico), hormônios, nutrientes e produtos da excreção.
     
  • Tensão superficial: Por causa das características físicas e químicas da água forma-se uma tensão superficial. É uma força capaz de manter a água unida, ou coesa, como se uma capa a cobrisse. Objetos leves, como folhas e alguns insetos, não conseguem romper essa camada. Por essa razão, não afundam, e às vezes nem se molham.

Existe até uma espécie de lagarto que corre por cima da água. É que, pelo formato de suas patas, formam-se bolhas na parte inferior, e a tensão superficial não deixa que ele afunde. O detergente, porém, é capaz de romper esta película que se forma na superfície da água, "quebrando" a tensão superficial.

Todos os seres vivos que habitam o planeta Terra são formados por células. Estas, por sua vez, possuem organelas, partículas que mantêm as células vivas utilizando inúmeros tipos de substâncias. Uma dessas substâncias é a água.

Nosso planeta é o único no Sistema Solar a apresentar 71% de sua superfície coberta por água. Essa substância é a mais abundante na constituição da maioria dos seres vivos, podendo ser encontrada em porcentagens que variam de 70% a 95%.

Capacidade de dissolução

Em termos moleculares, a água é constituída de um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio - e sua fórmula molecular é simbolizada por H2O. Usualmente, a água é chamada de "solvente universal", pois é capaz de dissolver uma grande variedade de substâncias químicas que constituem as células vivas, tais como sais minerais, proteínas, carboidratos, gases, ácidos nucléicos e aminoácidos.

Essa capacidade de dissolução da água está diretamente ligada à sua polaridade, já que em uma molécula de água há um pólo positivo e um pólo negativo. A maioria das substâncias que compõem as células vivas também é polar. Portanto, essas substâncias possuem uma boa afinidade química com a água, sendo então denominadas hidrofílicas (do grego, hydro = água; e phylos =amigo).

Do ponto de vista químico, dissolver uma substância é separar seus átomos por meio de um solvente de propriedades semelhantes, para que eles possam ser utilizados pelas células vivas.

Por exemplo, quando ingerimos sal de cozinha (NaCl), a água que está em nosso organismo separa o Sódio (Na) do Cloro (Cl), formando íons que podem ser aproveitados por nossas células em atividades celulares.

Se as moléculas de água não ativassem esse processo, jamais poderíamos utilizar tais átomos sob a forma de cristais de sal, como os conhecemos. Portanto, a água e o sal de cozinha passam a constituir uma solução aquosa, na qual a água atua como solvente - e o sal, como soluto.

No interior das células encontramos outro exemplo dessa relação solvente-soluto: o citosol. Nesse caso, a água é o solvente - e os aminoácidos, proteínas e carboidratos, o soluto. Juntos, formam uma solução aquosa. O sangue é também, em parte, uma solução aquosa formada por água e uma gama enorme de solutos (glicose, íons de sais minerais, gases respiratórios, etc.).

Quebra de proteínas e carboidratos

A água também pode ser encontrada reservada em tecidos vivos. Em alguns vegetais superiores, que vivem em ambientes áridos, a água é armazenada nas folhas, raízes e caules para manutenção do metabolismo do vegetal. Em nosso organismo encontramos água armazenada em nossos músculos e ossos, sendo que ela é utilizada em atividades celulares como a quebra de proteínas e carboidratos.

Nos animais, a tensão superficial que as moléculas de água formam sobre os alvéolos pulmonares e nas brânquias dos peixes permite que ocorram trocas gasosas e a consequente sobrevivência dos tecidos.

Existem substâncias que, ao contrário das polares, não possuem cargas elétricas como a água. Essas substâncias são denominadas apolares.

Gorduras e outras substâncias possuem essa propriedade, não desenvolvendo uma boa afinidade química com a água, sendo então denominadas hidrofóbicas (do grego, hydros = água; fobos = medo, aversão). Essas substâncias, quando em contato com água, formam misturas heterogêneas, como, por exemplo, o óleo de soja e a água.

Hidrólises e síntese por desidratação

Além das aplicações descritas até agora, a água é utilizada em reações químicas no interior das células de organismos vivos. Nas hidrólises, a molécula de água é quebrada e seus átomos de hidrogênio e oxigênio são adicionados a outras substâncias. As reações de digestão de proteínas que ocorrem em nosso tubo digestório são hidrólises sucessivas.

Existem também reações de síntese por desidratação, nas quais as moléculas de água são formadas a partir da união de outras moléculas. Esse tipo de reação ocorre no citosol das células glandulares da parede interna do estômago, quando são formadas enzimas digestórias para a degradação dos alimentos ingeridos por nós.

Como vimos, a água é um solvente universal, participa de reações químicas e atua na absorção de nutrientes, sendo, portanto, considerada uma substância multifuncional. Nossa atuação, enquanto seres vivos, é decisiva e fundamental no que diz respeito ao destino e ao uso da água. E, consequentemente, da vida no planeta Terra.

Qual a relação entre existência de água líquida e origem da vida na Terra?

Conforme a Terra foi resfriando, a crosta tornou-se sólida e a temperatura permitiu a presença de água líquida na superfície. Esse foi provavelmente um fator fundamental para o surgimento da vida.

Por que a existência de água líquida é fundamental para os seres vivos?

A água é fundamental para o transporte de substâncias, como o oxigênio, nutrientes e sais minerais, pois faz parte da composição do plasma sanguíneo. Além de levar nutrientes para as células, a água proporciona a eliminação de substâncias para fora do corpo.

Por que a água é considerada a origem da vida?

A água possui uma série de características peculiares, como sua dilatação anômala, o alto calor específico e a capacidade de dissolver um grande número de substâncias. De fato estas peculiaridades foram favoráveis para o surgimento da vida nos oceanos primitivos da Terra, bem como propiciaram sua evolução.

Qual é a origem da água no planeta Terra Brainly?

A terra passou por várias etapas de resfriamento e aquecimento, em um período de resfriamento da Terra houve uma condensação do vapor que se materializou em forma de chuva, com isso a água foi depositada nas partes mais baixas, surgindo assim os primeiros oceanos (oceanos primitivos).