Qual a relação entre o capitalismo comercial as grandes navegações E a globalização?

  • Capitalismo industrial - Capitalismo e revoluções das novas tecnologias
  • Grandes navegações - A expansão marítima espanhola
  • Expansão marítima portuguesa - O pioneirismo português no século 15
  • Expansão marítima - Inglaterra, França e Holanda contestam Tordesilhas

A palavra merkantilismus foi concebida e usada pela primeira vez por economistas alemães, no final do século 19. Uma observação um pouco mais atenta nos permite concluir que o termo mercantilismo foi aplicada a um conjunto de práticas já tidas como ultrapassadas.

A caracterização do mercantilismo como um "conjunto de práticas" demonstra a ausência de um plano pré-concebido para a política econômica dos países europeus que, entre os séculos 16 e 18, disputaram fatias do território americano para mantê-las na condição de colônias.

Durante esse período, na Europa, pensava-se a riqueza disponível no mundo como algo que não poderia ser ampliado e, portanto, os Estados absolutistas se empenhavam em assegurar para si a maior porção possível dessa riqueza supostamente limitada.

O ouro e a prata, circulantes na forma de moedas ou trancafiados nos cofres dos reis eram entendidos como sua tradução, daí a verdadeira febre de busca dos chamados metais preciosos principalmente no Novo Mundo.

Expansão comercial

No século 16, o início da colonização da América foi um desdobramento da expansão marítima e comercial, iniciada pelos portugueses no século anterior. Os espanhóis foram os primeiros a encontrar ouro e prata em grande quantidade, em solo americano. Aos portugueses, que haviam dividido o mundo com os castelhanos no Tratado de Tordesilhas, em junho de 1494, restou manter a pujança de sua atividade mercantil através das especiarias do Oriente e do açúcar produzido e exportado pelas capitanias de Pernambuco e da Bahia.

Ingleses, holandeses e franceses, que se empenhavam em invadir terras americanas reivindicadas pelos países ibéricos buscavam manter um saldo positivo em suas balanças comerciais como um meio de atrair para si e estocar metais preciosos.

A forte presença do Estado se fazia sentir através do incentivo à expansão do comércio, de ações armadas na disputa de novos mercados, na regulamentação das atividades mercantis, na concessão de monopólios para a exploração das riquezas das colônias, na taxação de manufaturados importados que pudessem competir com os produtos de seus próprios países - e, como isso, provocar uma evasão do ouro e da prata - além, é claro, da cobrança de impostos sobre o crescente comércio.

Quanto maior o lucro da burguesia, maior a arrecadação do Estado; quanto maior a diferença entre os valores exportados e os que se importava, maior o volume de ouro e prata mantido no país.

Exclusivo metropolitano

O monopólio do comércio das colônias americanas - também chamado exclusivo metropolitano - por grupos mercantis metropolitanos era, portanto, uma forma de manter um fluxo contínuo de riquezas da América para a Europa, promovendo o que Karl Marx, no século 19, chamou de acumulação primitiva do capital.

No decorrer do século 18, a Revolução Industrial, na Inglaterra, colocou em xeque a lógica que vinha norteando a política econômica do restante da Europa. Cabe ainda lembrar que as práticas mercantilista não foram aplicadas da mesma maneira por todos os Estados da Europa.

Cada um atuava de acordo com o que lhe fosse mais viável, privilegiando mais determinado setor. Por trás do comércio da Inglaterra e da Holanda, havia uma crescente atividade manufatureira que dava consistência ao seu comércio e lhes rendia superávit na troca com matérias-primas compradas de outros países ou de suas próprias colônias.

Na França de Luís 14, o ministro Jean Baptiste Colbert, promoveu uma reforma das estradas e dos portos para facilitar a circulação de mercadorias e incentivou a produção de artigos de luxo que, apesar de seu pouco volume, custavam caro e asseguravam a entrada de moedas de ouro e prata.

Mercatilismo espanhol e português

Já os espanhóis, pioneiros na exploração de ouro e prata na América, e os portugueses que vieram a descobrir o ouro apenas no apagar do século 17, após meio século de decadência da economia açucareira, não estabeleceram prioridades para o desenvolvimento de manufaturas nem reduziram os gastos de seus governos.

Quando suas reservas de metais nobres entraram em declínio, tornaram-se dependentes da exportação de matérias primas em troca de tecidos, ferragens e até de comida vinda de países com setores produtivos mais dinâmicos.

O resultado foi a perda da capacidade de acumulação do capital, que fluía principalmente para a Inglaterra, onde foi continuamente investido na manufatura e, dessa forma, contribuiu para o desencadeamento da Revolução Industrial.

O Capitalismo é um sistema econômico que está dividido em três fases:

  • Capitalismo Comercial ou Mercantil (pré-capitalismo) – do século XV ao XVIII
  • Capitalismo Industrial ou Industrialismo – séculos XVIII e XIX
  • Capitalismo Financeiro ou Monopolista – a partir do século XX

Características do Capitalismo

Segue abaixo as principais características do Capitalismo:

  • Propriedade privada
  • Lucro
  • Trabalho assalariado

Veja mais sobre: características do capitalismo.

Resumo

O sistema capitalista teve início no século XV, com a decadência do sistema feudal. Vale lembrar que o feudalismo foi uma organização econômica, política, social e cultural baseada na posse da terra, que dominou a Europa na Idade Média (V ao século XV) após a crise do império romano.

Uma das principais características do sistema feudal era a sociedade estamental, ou seja, dividida em estamentos (camadas sociais estanques) e destituída de mobilidade social. Nesse sentido, os dois grandes grupos sociais existentes eram basicamente os senhores feudais e os servos. Acima dos senhores feudais estavam os Reis e a Igreja.

O senhor feudal administrava os feudos possuindo o poder político local, e portanto, tendo total autonomia sobre as terras, enquanto os servos trabalhavam nos feudos (grandes extensões de terra).

A produção feudal era autossuficiente posto que se destinava ao consumo local de seus habitantes e não às trocas comerciais. Observe que a economia feudal era baseada nas trocas de produtos e por isso, não existiam moedas de circulação.

A decadência do sistema feudal ocorreu por diversos motivos:

Esses fatores levaram a aparição da moeda como valor de troca e, consequentemente, ao surgimento do sistema capitalista. Essa mudança representou o fim da Idade Média e início da Idade Moderna.

A aliança entre os reis e da burguesia mercantil foram essenciais para a decadência do sistema feudal, os quais foram assumindo o controle estatal da economia nacional, com o intuito de fortalecer ainda mais o poder central e obter os recursos necessários para expandir o comércio.

Saiba como foi a Transição do Feudalismo para o Capitalismo.

Capitalismo Comercial ou Mercantil

De tal modo, o controle estatal da economia tornou-se a base do mercantilismo, o qual esteve baseado nas trocas comerciais com a finalidade de enriquecimento.

Assim, nessa fase inicial, o capitalismo era considerado um pré-capitalismo baseado no sistema mercantilista. No capitalismo mercantil surge a moeda e além do controle estatal da economia, as principais características do mercantilismo eram:

Capitalismo Industrial ou Industrialismo

Com a Revolução Industrial do século XVIII, o surgimento da máquina movida à vapor e a expansão das indústrias, o capitalismo atinge uma nova fase, chamada de Capitalismo Industrial ou Industrialismo.

As alterações dos sistemas de produção estiveram marcadas pela substituição de produtos manufaturados para os industrializados, os quais foram tomando conta do cenário mundial por meio do desenvolvimento do sistema fabril de produção e da explosão demográfica nos grandes centros urbanos (urbanização).

Em outras palavras, o trabalho manual é, nesse momento, realizado em grandes escalas de produção donde as máquinas substituem a força do homem.

Essa fase que durou até o século XIX estava baseada no liberalismo econômico (o mercado e a livre concorrência sem intervenção do Estado economia) e teve como principais características:

Entenda o funcionamento da Economia de Mercado.

Note que a aceleração dos processos industriais trouxe diversos problemas à população, desde condições precárias de trabalho, com as intensas horas de trabalho, os baixos salários e o aumento do desemprego, o que mais tarde levaria à Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Capitalismo Financeiro ou Monopolista

Já a terceira fase do capitalismo, denominada de Capitalismo Financeiro ou Monopolista, surge no século XX, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com a expansão da globalização e o advento da segunda revolução industrial.

Além das Indústrias que dominaram o cenário do capitalismo industrial, nesse momento, o sistema está fundamentado nas leis dos bancos, das empresas multinacionais e das grandes corporações por meio do monopólio financeiro.

Sendo assim, as principais características do capitalismo monopolista, que vigora até os dias atuais são:

Alguns estudiosos acreditam que o capitalismo já entrou numa quarta fase com a expansão das tecnologias de informação denominada de Capitalismo Informacional ou Cognitivo.

Veja também:

  • expansões ultramarinas do século XV
  • crescimento das cidades
  • aumento da população
  • surgimento das feiras livres
  • desenvolvimento do comércio
  • surgimento de uma nova classe social (a burguesia)
  • o monopólio comercial
  • o metalismo (acúmulo de metais preciosos)
  • o protecionismo (surgimento de barreiras alfandegárias)
  • a balança comercial favorável (exportar mais do que importar: superávit).
  • A expansão e o desenvolvimento dos transportes
  • O aumento da produtividade
  • Diminuição nos preços das mercadorias
  • A ampliação da classe operária
  • Ampliação das relações internacionais
  • O surgimento do Imperialismo e da Globalização
  • O excedente de produção
  • A aceleração do sistema fabril
  • Saturação dos mercados
  • Acumulação de capital gerada pelos excedentes na Indústria
  • O monopólio e oligopólio comercial
  • Expansão da Globalização e do Imperialismo
  • Expansão das novas tecnologias e das fontes de energia
  • Acelerada urbanização e aumento do mercado consumidor
  • Aumento da concorrência internacional
  • A expansão das empresas transnacionais ou multinacionais (empresas globais)
  • A especulação financeira e economia de mercado
  • Investimento em ações empresariais
  • Fusão entre capital bancário e capital industrial
  • Liberalismo Econômico
  • DIT: Divisão Internacional do Trabalho
  • Solidariedade Mecânica e Orgânica
  • Questões sobre capitalismo
  • Geografia Enem: assuntos que mais caem

Qual a relação entre o capitalismo comercial as grandes navegações E a globalização?

Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Qual é a relação entre o capitalismo e a globalização?

O processo de globalização é um fenômeno do modelo econômico capitalista, o qual consiste na mundialização do espaço geográfico por meio da interligação econômica, política, social e cultural em âmbito planetário.

Qual a relação existente entre o processo de globalização e as grandes navegações?

PRIMÓRDIOS DA GLOBALIZAÇÃO: AS GRANDES NAVEGAÇÕES As Grandes Navegações talvez tenham sido o primeiro passo para o mundo se tornar globalizado. Foi um período de procura por novos locais para fazer comércio e explorar territórios que aconteceu entre os séculos XV e XVII.

Qual é a relação entre o capitalismo mercantil e as grandes navegações no século XV?

Essas transformações que marcaram a passagem da Idade Média para a Idade Moderna incentivaram o nascimento do chamado capitalismo mercantil e das grandes navegações. Nesse contexto, os Estados Nacionais incentivaram a descoberta e o domínio de novas áreas de exploração econômica por meio do processo de colonização.

Qual importância das Grandes Navegações para o capitalismo comercial?

História do capitalismo comercial Esse é também o momento das grandes navegações, quando os europeus descobrem e passam a colonizar terras nos continentes africano e americano. Essa colonização se deu, em grande parte, pela exploração dos recursos naturais e humanos em benefício da metrópole.