Qual o nome da brasileira que ganhou medalha de ouro na ginástica artística?

A ginasta brasileira Rebeca Andrade, 22,  consagrou o seu nome na história ao conquistar a medalha de ouro na disputa de salto neste domingo (1). É a primeira de ouro que a ginástica feminina do Brasil recebe em Jogos Olímpicos, e a segunda medalha de Rebeca nesta edição dos Jogos, disputada em Tóquio, no Japão. O saldo da atleta ainda pode aumentar. Ela disputará nesta segunda-feira a final do solo e tem reais chances de subir no pódio.

Com a média de 15.083, Rebeca foi seguida pela americana Mykayla Skinner(14.916) e pela sul-coreana Yeo Seojeong(14.733), se destacando como, até o momento, a primeira brasileira a conquistar duas medalhas na mesma edição olímpica, entre elas o ouro deste domingo. O recorde anterior pertencia a Mayra Aguiar, do Judô, e a ex-levantadora de vôlei Fofão, com três medalhas em edições diferentes. Já o único brasileiro a conquistar três medalhas no mesmo evento foi o canoísta Isaquias Queiroz, no Rio de Janeiro em 2016.

::Rebeca Andrade é a 1º brasileira a ter uma medalha olímpica na ginástica artística::

Rebeca Andrade já fez história na quinta-feira(26), ao conquistar a medalha de prata no individual geral ao som de Baile de Favela. Em declaração aos jornalistas, em Tóquio, logo após a conquista do Ouro, a atleta se mostrou surpresa com tantos recordes superados: "Não sabia disso não, mas me sinto muito orgulhosa de mim, porque consigo representar a força da mulher. As pessoas sabem como é difícil estar aqui, então imagina como difícil trazer duas medalhas".

Inspiração 

As vitórias em Tóquio coroam uma trajetória marcada por muitas dificuldades e superação. Rebeca Andrade vem da periferia de Guarulhos, em São Paulo. Mulher, negra e em busca de um espaço no esporte, a atleta deu os primeiros passos na ginástica por meio de um projeto social. Ia aos treinos acompanhada pelo irmão, a pé. Além das adversidades econômicas e sociais, Rebeca passou por três cirurgias no joelho. E foi ao som de Baile de Favela, composição de MC João, que ela atingiu o maior feito da ginástica brasileira em jogos olímpicos.

A jornada de Rebeca é uma grande inspiração para novas atletas e um importante incentivo para que meninas se interessem cada vez mais pelas práticas esportivas. É o que constata Jane Moura, presidente da ONG Empodera - Transformação Social pelo esporte, que apoia meninas em vulnerabilidade social por meio do esporte.

"Essas conquistas têm um simbolismo gigantesco, para servir como modelo, com referência, para muitas meninas de periferia. É muito importante para que elas consigam se projetar nesse lugar e ver que é um lugar possível", disse a ativista, em entrevista ao programa Central do Brasil.

Sem investimento

Atletas como Rebeca Andrade nadam contra uma corrente de negligência e falta de investimento. Segundo dados obtidos pelo jornal Estado de S. Paulo, o programa Bolsa Atleta, do extinto Ministério dos Esportes, registrou entre 2017 e 2021 o menor orçamento em comparação ao ciclo olímpico anterior, numa queda de 17%.

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Outros representantes brasileiros em Tóquio, que não conseguiram bons resultados, alertaram para a defasagem no país. Para as mulheres, o cenário é ainda duro. Pesquisa feita pelo Ministério dos Esportes aponta que 34,8% das meninas desistem de seguir carreira em alguma modalidade esportiva.

"Quando a gente fala das desigualdades de gênero, nós estamos falando de desigualdades que são estruturais. Elas estão incutidas na nossa sociedade. As meninas passam pelas barreiras, que vão desde a falta de incentivo até as dificuldades com tarefas domésticas. Tudo isso faz com que elas não tenha tempo, nem espaço para praticar uma atividade esportiva", analisou Jane Moura, da ONG Empodera.

Edição: Vinícius Segalla


Atual campeã olímpica, Rebeca Andrade também é agora campeã mundial na ginástica artística. A paulista de 22 anos foi medalha de ouro no salto, mesma prova que ganhou na Olimpíada de Tóquio há dois meses, e prata nas barras assimétricas no Campeonato Mundial de ginástica artística disputado neste sábado, em Kitakyushu, no Japão. Rebeca se tornou a primeira entre todos os ginastas brasileiros a subir duas vezes no pódio nesta competição internacional, feito que também havia conseguido em Tóquio 2020. Com o título, ela coroa uma temporada perfeita e se firma como um dos maiores nomes mundiais da ginástica, além de referência para o esporte brasileiro.

Rebeca chegou na final do salto como favorita. Até o collant rosa, o mesmo da Olimpíada, lembrava que a brasileira tinha tudo para repetir o ouro de Tóquio. Ela o fez com os dois melhores saltos da decisão, notas 15.133 e 14.800, que lhe deram a média de 14.966. Segunda a se apresentar, ela só esperou as seis competidoras restantes, que não a igualaram nem na dificuldade dos movimentos nem na execução. Ficou quase um ponto a frente da segunda colocada, a italiana Asia D’Amato (14.083). A russa Angelina Melnikova completou o pódio, com 13.966.

Nas barras assimétricas, aparelho que considera seu preferido, Rebeca também chegou com o peso de liderar as classificatórias. No entanto, não conseguiu repetir seu desempenho na final. Ela acabou tirando a nota 14.633 com sua apresentação (havia feito 15.100 na classificatória), ficando atrás da chinesa Wei Xiaoyuan (14.733). A chinesa Luo Rui empatou com a brasileira ao tirar os mesmos 14.633, mas a execução de Rebeca, melhor realizada na avaliação dos juízes, valeram a medalha de prata para o Brasil. Foi a primeira vez que o país ganhou uma medalha no aparelho, tanto em Olimpíadas quanto em Mundiais.

Rebeca repete o feito de quatro brasileiros campeões mundiais na ginástica artística: Daiane dos Santos, Diego Hypólito, Arthur Zanetti e Arthur Nory. No entanto, é a primeira, entre homens e mulheres, a levar duas medalhas para o país numa mesma edição. “Estou muito feliz. Foi muito importante, assim como foram as medalhas olímpicas. Sempre tive a Dai, a Jade [Barbosa], a Daniele [Hypólito], o Diego, o Zanetti, o Nory, todos eles como ídolos para mim. Estou fazendo parte desse time”, disse em entrevista à TV Globo, lembrando também outros ginastas brasileiros que medalharam em Mundial.

Ela já havia conseguido um recorde semelhante na Olimpíada de Tóquio, disputada entre julho e agosto. Rebeca se tornou a primeira mulher brasileira a subir duas vezes no pódio em uma edição olímpica, quando levou o ouro no salto e a prata na prova individual geral. Além das conquistas, ela brilhou no Japão com a apresentação no solo com o instrumental do funk Baile de Favela, que rendeu o quarto lugar na final da prova. No Mundial, Rebeca optou por não disputar as provas de solo e individual geral.

Qual o nome da brasileira que ganhou medalha de ouro na ginástica artística?
Rebeca com a medalha de ouro no Mundial de Kitakyushu.KIM KYUNG-HOON (Reuters)

Apesar de disputado no mesmo país, o Mundial não tem o mesmo peso de uma Olimpíada. A edição de 2021, inclusive, chama a atenção por estar esvaziada de outras grandes estrelas do esporte. A norte-americana Simone Biles, que não esteve na maioria das provas olímpicas por conta de sua saúde mental, também não participou da disputa. A compatriota MyKayla Skinner e a coreana Yeo-Seo Jong, que completaram o pódio do ouro de Rebeca no salto em Tóquio, também não competiram no Mundial. Mesmo o Brasil, além de Rebeca, enviou somente Caio Souza e Arthur Nory para o torneio, e ambos terminaram sem medalha. O esvaziamento se dá pela proximidade com a Olimpíada —foi a primeira vez que as duas competições aconteceram no mesmo ano desde 1996.

Com duas cirurgias no joelho, Rebeca só havia participado de um Campeonato Mundial em sua carreira, o de 2018, quando ficou fora do pódio. Agora, mesmo sem as principais adversárias, a brasileira prova com as duas medalhas que tem condições de rivalizar com Biles pelo protagonismo do esporte. Também se firma como ídolo do esporte nacional. Rebeca ainda tem a chance de vencer sua terceira medalha neste domingo, às 5h (horário de Brasília), quando compete na final da trave.

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