Qual vacina é mais forte AstraZeneca ou Pfizer?

Pesquisadora apresentou resultados da pesquisa em parceria com o Ministério da Saúde nesta sexta (17)

Publicado em 17/12/2021 17h27 Atualizado em 01/11/2022 10h22

A combinação heteróloga, ou seja, de vacinas Covid-19 diferentes é a estratégia mais eficaz para a dose de reforço. Esse é o resultado da pesquisa conduzida pela Universidade de Oxford, encomendada pelo Ministério da Saúde, apresentado nesta sexta-feira (17).

O estudo mostrou que a vacina de RNA mensageiro, da Pfizer, aumenta em até 175 vezes a produção de anticorpos neutralizantes, que são capazes de bloquear a entrada do vírus nas células. A pesquisa norteou as políticas públicas conduzidas pela pasta para o enfrentamento à pandemia e campanha de vacinação.

O estudo foi apresentado pela pesquisadora e professora da Universidade de Oxford, Sue Ann Clemens. O resultado reafirma a estratégia usada pelo Ministério da Saúde, que recomenda a vacina da Pfizer como dose de reforço, independentemente do imunizante utilizado no esquema primário. A orientação é que o reforço seja aplicado nos brasileiros acima de 18 anos, cinco meses após a conclusão do ciclo vacinal. Mais de 17 milhões de brasileiros já estão com a imunidade reforçada.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ressaltou a importância da vacinação e os reflexos da campanha no cenário epidemiológico brasileiro. “Em saúde pública é muito importante observar os resultados. [...] As políticas públicas conduzidas e orientadas pelo Ministério da Saúde resultaram em uma queda expressiva dessa média móvel de óbitos. É por isso que mais uma vez eu peço ao povo brasileiro que confie no Ministério da Saúde porque nós aqui tomamos as melhores decisões e essas decisões devem ser refletidas na ponta, nos 5.570 municípios dessa grande nação que é o Brasil”, afirmou.

A pesquisa avaliou pessoas que tomaram as duas doses da Coronavac, produzida com vírus inativo, e a efetividade do imunizante seis meses após a conclusão do esquema vacinal. Para a dose de reforço, foi analisado o esquema heterólogo, ou seja, a combinação de vacinas de plataformas diferentes. O estudo foi conduzido com quatro grupos diferentes de pessoas, que receberam os quatro imunizantes disponíveis pelo PNI.

"As vacinas da Astrazeneca, Janssen e Pfizer induziram a formação de anticorpos neutralizantes em adultos e idosos. A Coronavac induziu a formação de anticorpos em adultos e em apenas dois terços dos idosos. Traduzindo em números: a Coronavac aumentou em 7 vezes os anticorpos neutralizantes; a Janssen em 61 vezes; a Astrazeneca aumentou em 85 vezes; e a Pfizer aumentou em 175 vezes. O reforço com a plataforma heteróloga realmente suscita uma maior resposta imune”, afirmou a pesquisadora.

Clements também ressaltou a importância da vacinação para frear possíveis casos de novas variantes da Covid-19. "Até o momento o Brasil se encontra preparado para enfrentar uma possível entrada da Ômicron, é bastante importante que as pessoas se conscientizem e busquem a sua segunda dose e a sua dose de reforço porque como já se mostrou, é necessário um reforço para evitar realmente o escape em relação a Ômicron”, finalizou.

Ministério da Saúde

Atualizado em 17 de Março de 2021 para refletir o facto de a OMS ter listado duas versões da vacina da AstraZeneca/Oxford contra a COVID-19 para uso de emergência. Um nova atualização foi feita em 19 de Abril de 2021 para refletir a última declaração da Comissão Consultiva Mundial da OMS para a Segurança das Vacinas.

O Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Vacinação da OMS (SAGE) publicou recomendações provisórias para utilização da vacina da Oxford/AstraZeneca contra a COVID-19 (AZD1222). 

Este artigo apresenta um resumo dessas recomendações provisórias; o documento de orientação pode ser consultado aqui. 

Quem deve ser vacinado em primeiro lugar?

Embora o abastecimento de vacinas seja limitado, recomenda-se que seja dada prioridade aos profissionais de saúde que estejam em alto risco de exposição e às pessoas idosas, incluindo as que têm 65 anos ou mais.

Os países poderão consultar o Roteiro de Priorização da OMS e o Quadro de Valores da OMS como orientação para a priorização dos seus grupos-alvo.

Quem mais deve tomar a vacina?

A vacinação é recomendada a pessoas com comorbilidades que tenham sido identificadas como aumentando o risco de COVID-19 grave, incluindo a obesidade, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias e diabetes. 

Embora seja necessário fazer mais estudos relativamente às pessoas que vivem com o VIH, que têm doenças autoimunes ou são imunocomprometidas, as pessoas incluídas nesta categoria que fazem parte de um grupo recomendado para vacinação podem ser vacinadas depois de receberem informação e aconselhamento. 

A vacinação pode também ser oferecida a pessoas que já tenham tido COVID-19 no passado. Mas a vacinação contra a COVID-19 dessas pessoas poderá ser adiada até seis meses desde o momento da sua infeção pelo SARS-CoV-2, para permitir a vacinação de outras pessoas que possam necessitar mais urgentemente da vacina.

A vacinação pode ser oferecida a mulheres lactantes, se estas fizerem parte de um grupo priorizado para a vacinação. A OMS não recomenda a suspensão da amamentação depois da vacinação. 

As mulheres grávidas devem ser vacinadas?

Embora a gravidez coloque as mulheres em maior risco de COVID-19 grave, são muito escassos os dados disponíveis para avaliar a segurança da vacina na gravidez. 

As mulheres grávidas podem receber a vacina, se o benefício da sua vacinação superar os potenciais riscos da vacina. 

Por essa razão, as mulheres grávidas em alto risco de exposição ao SARS-CoV-2 (por ex., as profissionais de saúde) ou que tenham comorbilidades que possam agravar o seu risco de doença grave, podem ser vacinadas, em consulta com o seu prestador de cuidados de saúde.

A quem não é recomendada a vacina?

As pessoas que tenham história de reação alérgica grave a qualquer componente da vacina não a devem tomar.

A vacina não é recomendada a pessoas menores de 18 anos, enquanto não houver resultados de outros estudos.

Qual a dose recomendada?

A dosagem recomendada é de duas doses administradas por via intramuscular (0,5 ml cada), com um intervalo de 8 a 12 semanas. 

É necessário pesquisar mais para se compreender o potencial de proteção a mais longo prazo depois de uma dose única.  

A vacina é segura?

Duas versões da vacina – produzidas pela AstraZeneca-SKBio (República da Coreia) e no Instituto Serológico da Índia– foram incluídas na lista da OMS para utilização de emergência. Quando a vacina foi estudada pelo SAGE, já tinha sido analisada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).

A EMA examinou em profundidade os dados sobre a qualidade, segurança e eficácia da vacina e recomendou que fosse dada uma autorização condicional de introdução no mercado para pessoas com 18 anos de idade ou mais. 

O Comité Consultivo Mundial para a Segurança das Vacinas, um grupo de peritos que apresenta orientações independentes e fundamentadas à OMS sobre a questão da utilização segura das vacinas, recebe e avalia relatórios de eventos de segurança suspeitos com potencial impacto internacional. 

Qual a eficácia da vacina?

A vacina AZD1222 contra a COVID-19 tem uma eficácia de 63,09% contra a infeção sintomática pelo SARS-CoV-2.

Intervalos mais longos entre as doses, com limites de 8 a 12 semanas, estão associados a uma maior eficácia da vacina.

A vacina funciona contra as novas variantes?

O SAGE analisou todos os dados disponíveis sobre o desempenho da vacina em contextos de variantes preocupantes. Presentemente, o SAGE recomenda a utilização da vacina AZD1222 de acordo com o Roteiro de Priorização da OMS, mesmo que haja variantes do vírus num determinado país. Os países devem avaliar os riscos e os benefícios, tendo em consideração a sua situação epidemiológica.

Os resultados preliminares salientam a urgente necessidade de uma abordagem coordenada para a vigilância e avaliação das variantes e seu potencial impacto na eficácia da vacina. À medida que forem disponibilizados novos dados, a OMS atualizará as suas recomendações em conformidade. 

A vacina evita a infeção e a transmissão?

Presentemente, não existem dados substantivos relacionados com o impacto da AZD1222 sobre a transmissão ou disseminação viral.

Entretanto, devemos manter e reforçar as medidas de saúde pública que funcionam: uso de máscara, distanciamento físico, lavagem das mãos, etiqueta respiratória e da tosse, afastamento de multidões e boa ventilação em espaços fechados.

Em 19 de Abril de 2021, a vacina da  AstraZeneca é segura e eficaz na proteção das pessoas contra os riscos extremamente graves da COVID-19, incluindo a morte, hospitalização e doença grave. A declaração de 16 de Abril de 2021  do Comité Consultivo Mundial da OMS para a Segurança das Vacinas sobre a vacina da AstraZeneca contra a COVID-19 refere relatos de efeitos secundários muito raros. O Conselho das Organizações Internacionais das Ciências Médicas classifica as taxas de eventos adversos ou medicamentos e vacinas do seguinte modo:

• Muito comuns > 1/10 

• Comuns (frequentes) > 1/100 e < 1/10 

• Invulgares (não frequentes) >1/1000 e < 1/100 

• Raros> 1/10000 e <1/1000 

• Muito raros < 1/10000 

Qual é a melhor vacina Pfizer ou AstraZeneca?

Outro estudo, também no Reino Unido, mostrou que uma terceira dose da AstraZeneca induziu uma resposta imunológica mais alta no controle contra a Delta e a cepa original após a aplicação das duas doses da AstraZeneca ou da Pfizer.

Qual vacina é mais forte Pfizer ou CoronaVac?

A principal conclusão do estudo é que uma dose de reforço homóloga de CoronaVac fornece proteção adicional limitada, enquanto uma dose de reforço de Pfizer proporciona proteção sustentada contra a forma grave da doença por pelo menos três meses.

Quantos por cento de eficácia tem a Pfizer?

Uma delas, publicada no início de fevereiro na Nature Medicine, mostrou que a aplicação da terceira dose da vacina da Pfizer seis meses após a imunização com duas da CoronaVac confere uma eficácia de 92,7% contra a doença. Já contra casos graves do SARS-CoV-2, a proteção sobe para 97,3%.

Qual vacina tem mais reação CoronaVac ou AstraZeneca?

CoronaVac x AstraZeneca "Observamos que na CoronaVac as reações mais frequentes foram dor de cabeça, dores pelo corpo, dor no local da aplicação. Enquanto a AstraZeneca esteve mais relacionada com o quadro de febre.