Sobre a ocorrência de abalos sísmicos o que é correto afirmar sobre o Brasil

Quando assistimos a um noticiário ou quando ouvimos falar por aí que em algum país houve um terremoto muito forte, que deixou muitos mortos, feridos e desabrigados, automaticamente nos perguntamos: será que podem também ocorrer terremotos no Brasil?

A resposta é sim. Mas não se desespere, pois a nossa posição geográfica não favorece a ocorrência de muitos deles. A grande maioria dos que se manifestam sequer é percebida pela população, mas apenas por aparelhos específicos chamados sismógrafos.

A maior parte dos terremotos do mundo acontece em regiões de encontro entre duas placas tectônicas, onde a tensão geológica é mais intensa em função dos movimentos que essas placas realizam. O Brasil, por sorte, encontra-se em uma área no interior de uma placa tectônica, o que também ajuda a explicar a inexistência de grandes cadeias montanhosas e vulcões no nosso país.

No caso de localidades como a do território brasileiro, os terremotos somente ocorrem em virtude da ação das falhas geológicas, que são pontos de ruptura entre grandes blocos de rochas que compõem o nosso relevo. Mesmo assim, esses terremotos não costumam ser muito fortes.

Por outro lado, já foram registrados alguns casos que geraram certa preocupação. No ano de 1955, no município de Porto dos Gaúchos, no estado do Mato Grosso, houve um terremoto de 6,2 graus na escala Richter (que nunca registrou sismos maiores que 10). Na época, a localidade onde ocorreu o fenômeno era pouco habitada, então as consequências foram pouco notadas e sem grandes prejuízos.

Em 2007, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, também houve um forte terremoto, com 6,1 graus. No entanto, seu hipocentro (ponto de início do terremoto no subsolo) era muito profundo, a cerca de 600 metros abaixo da superfície, por isso foi pouco sentido e quase não houve danos.

Aliás, o ano de 2007 marcou a única vez que uma pessoa morreu em função de terremotos no Brasil, conforme dados oficiais. Aconteceu na cidade de Itacarambi, em Minas Gerais, quando um tremor de 4,9 graus derrubou uma casa que tinha uma estrutura muito frágil e soterrou um morador que ali estava.

Apesar disso, não há motivos para muitas preocupações. Mesmo acontecendo mais de 90 terremotos por ano no Brasil, eles são muito fracos, sendo a maioria nem sentida diretamente por nós.

Sobre a ocorrência de abalos sísmicos o que é correto afirmar sobre o Brasil

Estragos causados por um terremoto na Turquia. Algo que dificilmente ocorrerá no Brasil *

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* Créditos da imagem: Prometheus72 / Shutterstock


Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia

Terremotos são comumente conhecidos como tremores de terra ou formalmente, abalos sísmicos. Os terremotos podem ser originados de duas formas, por tectonismo e vulcanismo.

O primeiro é oriundo de movimentos das placas tectônicas, esses podem ser convergentes ou divergentes, dessa forma a acomodação dessas placas geram os abalos sísmicos ou terremotos.

O segundo dá origem aos terremotos a partir de erupções vulcânicas, que correspondem à liberação de uma grande quantidade de energia acumulada no interior da Terra.

A ocorrência de terremotos pode ser monitorada, no entanto, é difícil de realizar previsões precisas do lugar e momento exato em que esse fenômeno pode acontecer, porém existem lugares que são mais propícios a incidências de abalos, nesse caso a possibilidade maior são nas bordas das placas tectônicas ou regiões onde elas se encontram.

Os terremotos podem ser medidos, o método de avaliação desse fenômeno foi elaborado pelo sismólogo norte-americano Charles Francis Richter, seu nome é utilizado para designar a escala. Os abalos são medidos em uma escala de 0 a 9, que corresponde à quantidade de energia liberada.

Anualmente são registrados aproximadamente 300 mil terremotos com escalas que variam em uma média entre 2 e 2,9 graus na escala Richter. Desse número alguns acontecem em território brasileiro.

Até pouco tempo atrás se acreditava que o território brasileiro era imune a ocorrência de terremotos, hoje já se sabe que essa informação é um tanto quanto precipitada, uma vez que estudos e pesquisas nesse tema ainda são modestos no Brasil.

Recentemente, o Brasil presenciou dois abalos sísmicos, o primeiro ocorreu em 2007 em um vilarejo localizado ao norte do Estado de Minas Gerais, esse evento gerou a primeira vitima fatal decorrente de terremotos na história do Brasil.

O segundo evento corresponde a três ocorrências em 2008 no norte do Ceará, registrando 3,9 graus na escala Richter. Os moradores dos municípios atingidos ficaram apavorados e passaram a noite acordados na rua.

Segundo o chefe do Laboratório de Sismologia da Defesa Civil, os terremotos vão continuar e alertou que a população deve conviver com o fenômeno.

Diante desses fatos e de outros ocorridos em anos passados fica evidente que o território brasileiro não está totalmente livre da ocorrência de abalos sísmicos, nesse sentido existe uma possibilidade real da incidência de terremotos de maiores proporções em uma das inúmeras cidades do Brasil, a escala mais elevada registrada no Brasil ocorreu em 1955, no Estado de Mato Grosso com 6,6 na Escala Richter.

Toda polêmica acerca da “imunidade” do Brasil em relação à ocorrência de terremotos foi derrubada pelo professor Allaoua Saadi. Através do Departamento de Geografia do Instituto de Geociência, liderado por Allaoua Saadi foram encontradas 48 falhas geológicas em toda extensão do território brasileiro.

São nessas falhas que desenvolvem os terremotos, por meio do movimento das placas tectônicas. As falhas se formaram há milhões de anos em um longo processo geológico. As placas atuais são resultados da junção de placas, uma sobreposta a outra, e muitas vezes a acomodação não realiza um perfeito encaixe, com isso há a formação de trincas, lacunas, rachaduras e falhas, e quando há ruptura resulta em terremotos.

Como foi expresso no texto, não há como prever a ocorrência de terremotos, embora haja maneiras de identificar lugares propícios ao desenvolvimento de tal fenômeno.

Diante dessa pesquisa, Saadi afirmou que a concentração maior das falhas está presente no Nordeste e Sudeste. Apesar das novidades oriundas desse estudo, ainda se tem informações superficiais, uma vez que foram identificadas somente as grandes falhas e existem ainda inúmeras outras pequenas fissuras.

Para a consolidação desse trabalho, Saadi utilizou vários recursos, dentre os principais estão: análise de mapas topográficos e geológicos, imagens de satélites e radar, além de livros e pesquisas sobre o assunto.

O pesquisador em questão relatou que existe a possibilidade de acontecer terremotos, porém com menor freqüência e intensidade em relação a outros lugares do globo.

Quais as características dos abalos sísmicos no Brasil?

O Brasil não sofre com ação dos terremotos de maneira intensa, pois o país localiza-se no centro da placa tectônica sul-americana. Dessa forma, a movimentação dessa placa tectônica não gera em nosso território o movimento convergente, ou seja, não há fortes terremotos no Brasil.

O que justifica a grande ocorrência de abalos sísmicos?

Os terremotos ou abalos sísmicos são provocados por movimentos na crosta terrestre, composta por enormes placas de rocha, chamadas de placas tectônicas. Além disso os tremores também podem ser resultantes de atividade vulcânica ou de deslocamentos de gases (principalmente metano) no interior da Terra.

O que são abalos sísmicos e Cite as principais regiões de sua ocorrência?

As regiões mais suscetíveis a abalos sísmicos são as regiões próximas às placas tectônicas como o oeste da América do Sul onde está localizada a placa de Nazca e a placa Sul-Americana; e nas regiões em que se formam novas placas como no oceano Pacífico onde se localiza o Cinturão de Fogo.

Que são os abalos sísmicos?

Terremoto ou abalo sísmico é um movimento brusco e repentino do terreno resultante de um falhamento. Portanto, a ruptura de uma rocha é o mecanismo pelo qual o terremoto é produzido.