É correto afirmar que alguns dos objetivos dos jesuítas no brasil foram

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No século XVI, a Europa viveu uma grande reviravolta com o surgimento e a consolidação das religiões protestantes. O aparecimento de outras religiões cristãs não só determinava novas concepções de fé, mas também ameaçava a hegemonia assumida pela Igreja Católica ao longo de séculos. Foi desse modo que os dirigentes da Igreja deram uma resposta a essa situação, determinando a criação da chamada Companhia de Jesus.

A Companhia foi primordialmente controlada por Inácio de Loyola, um ex-soldado basco que se converteu à vida religiosa após sobreviver a graves ferimentos obtidos por um tiro de canhão. O encontro entre a Ordem e a Igreja aconteceu em 1540, quando os integrantes do movimento foram incumbidos de tomar a cidade de Jerusalém dos otomanos. Sem obter sucesso nessa primeira missão, os jesuítas foram logo reorientados a converter os nativos e protestantes que se encontravam em solo americano.

Por volta de 1550, a Ordem de Jesus possuía um número de integrantes bastante pequeno para a missão de catequizar o Novo Mundo. Contudo, as boas relações com vários monarcas europeus e a influência sob a força de trabalho dos indígenas, logo fizeram com que estes se tornassem poderosos e adentrassem o século XVII com mais 10 mil membros reconhecidos.

Apesar do sucesso obtido, devemos lembrar que o desafio lançado aos membros da Ordem não era nada fácil. Afinal de contas, eles teriam que se deparar com indivíduos de uma cultura diferente, que em muitos casos, adoravam várias divindades e tinham hábitos que eram abominados aos olhos da moral cristã. Mas não devemos somente encarar o cotidiano dos jesuítas pela lógica do estranhamento e da conversão religiosa de várias pessoas.

Em muitos casos, observamos que a Ordem de Jesus foi responsável por uma importante produção de conhecimento sobre o Novo Mundo. Muitos padres jesuítas foram responsáveis pela catalogação e o aprendizado do conhecimento médico dos povos indígenas. O padre Anchieta, por exemplo, escreveu um dicionário português-tupi – chamado Arte de Gramática da Língua, mais usado na costa do Brasil, que ainda tem grande uso para o conhecimento da língua falada pelos nativos do século XVI.

Apesar do enfoque religioso e educativo, devemos salientar que o desenvolvimento de tantas atividades exigia uma grande quantidade de recursos financeiros. Por tal razão, os jesuítas tinham a preocupação de desenvolverem um amplo leque de atividades econômicas que englobava o empréstimo de recursos financeiros, a mineração, a venda de especiarias e o comércio de imóveis. Com o uso desses recursos, várias instituições de ensino eram mantidas gratuitamente no ambiente colonial.

Por volta do século XVIII, o prestígio da Ordem de Jesus estremeceu em face aos interesses políticos da época e o desenvolvimento de algumas questões teológicas. No ano de 1759, o governo de Portugal ordenou a expulsão dos jesuítas de todos os seus territórios. Algumas décadas mais tarde, o papa Clemente V ordenou que a ordem de Jesus fosse extinta. Contando atualmente com mais de 20 mil membros, a Ordem seria restabelecida somente na segunda metade século XIX.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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Idade Moderna - História Geral - Brasil Escola

Os jesuítas eram padres que pertenciam à Companhia de Jesus, uma ordem religiosa vinculada à Igreja Católica que tinha como objetivo a pregação do evangelho pelo mundo. Essa ordem religiosa foi criada em 1534 pelo padre Inácio de Loyola e foi oficialmente reconhecida pela Igreja a partir do papa Paulo III em 1540.

A proposta dos padres jesuítas para a divulgação do cristianismo era baseada no ensino da catequese. Eles atuaram em diversas partes do mundo e destacaram-se no Brasil colonial. Na Europa, os jesuítas surgiram como parte do movimento de contrarreforma e, portanto, tinham como importante missão impedir o crescimento do protestantismo.

Tópicos deste artigo

Jesuítas no Brasil

Os primeiros jesuítas que vieram ao Brasil chegaram com o primeiro governador-geral da colônia, Tomé de Sousa, em 1549. Eles eram liderados por Manuel da Nóbrega e tinham como principal missão a cristianização dos nativos e zelar pela Igreja instalada no Brasil colonial. Os jesuítas construíram locais chamados missões, onde combinavam a catequese dos nativos com a sua utilização como mão de obra para a produção de tudo o que a missão precisasse.

Para que exercessem seu trabalho na colônia, inicialmente, foi necessário criar uma comunicação com os nativos, uma vez que esses falavam tupi e os jesuítas falavam português. Assim, o padre José de Anchieta desenvolveu um manual que auxiliava na comunicação dos jesuítas com os nativos. Nesse período da história brasileira, o idioma mais comum existente aqui era a Língua Geral, que mesclava elementos do português com idiomas nativos.

Além disso, os jesuítas tiveram um importante papel educacional no Brasil, pois, além da catequese aos nativos, eles educavam os filhos dos colonos. Para que isso fosse possível, esses padres criaram colégios em diversas partes do Brasil, como aconteceu na cidade de Salvador e em São Paulo de Piratininga (atual cidade de São Paulo). A respeito dos colégios dos jesuítas, o historiador Ronaldo Vainfas afirma:

Os colégios inacianos espalharam-se por todos os continentes, atravessando os sete mares. Formavam professores, intelectuais e missionários. Dominavam o ensino em várias universidades, como a de Coimbra, consolidando a neoescolástica, com ênfase no estudo filosófico e teológico|1|.

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Outra função importante dos jesuítas foi na pacificação dos povos indígenas, pois, por meio de suas missões, conseguiram ter grande contato com esses povos. Assim, os jesuítas realizavam a catequese dos povos nativos, além de realizarem uma tentativa de aculturação ao tentar assimilar o nativo a um modo de vida europeu.

Os jesuítas também enfrentaram inúmeros conflitos com os colonos que escravizavam indígenas durante os séculos XVI e XVII. A ação dos jesuítas em proteger os nativos da escravização levou a Coroa a determinar leis que permitiam a escravização dos indígenas somente em casos de “guerra justa”, ou seja, quando os nativos atacavam algum português. Sobre isso, o historiador Ronaldo Vainfas afirma:

Obstáculo maior enfrentado pela Companhia foi a avidez dos colonos em escravizar os nativos. Os jesuítas resistiram em toda parte, sobretudo no século XVII, arrancando da Coroa leis proibitivas do cativeiro indígena. Os colonos, por sua vez, sempre pressionaram pelo direito de apresar os índios em “guerra justa”, isto é, em suposta represália a índios hostis.

Em 1640, colonos do Rio de Janeiro cercaram o colégio do morro do Castelo acusando os jesuítas de mentores de nova lei proibitiva do cativeiro. Foi a “Botada fora dos padres”, que só não foram mortos graças à intervenção do governador Salvador Correia de Sá e Benevides. No mesmo ano, foram expulsos de São Paulo, só regressando em 1653|2|.

Com o passar do tempo, os atritos dos jesuítas não se restringiram aos colonos, pois logo entraram em conflito com a Coroa após a Guerra Guaranítica, onde jesuítas e indígenas guaranis confrontaram tropas portuguesas pelo controle da missão Sete Povos das Missões, no atual Rio Grande do Sul. Além disso, o grande poder econômico desses religiosos despertou a cobiça da Coroa portuguesa e, assim, em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal e de todas as suas colônias.

Qual é o principal objetivo dos jesuítas?

Eles eram liderados por Manuel da Nóbrega e tinham como principal missão a cristianização dos nativos e zelar pela Igreja instalada no Brasil colonial.

Quais foram os objetivos do envio de jesuítas ao Brasil?

Os jesuítas liderados por Manoel da Nóbrega chegaram à colônia Brasil em 1549, junto a Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral enviado por Portugal. A principal função dos jesuítas, ao virem ao Brasil, era evangelizar, catequizar e tornar cristãos os indígenas que habitavam estas terras.
Os Objetivos da educação jesuíta Incutiram a ideia de exploração de uma classe sobre a outra e a escravidão como caminho normal e necessário para o desenvolvimento. As escolas jesuítas tinha o papel de ajudar a perpetuar as desigualdades entre as classes sociais.

Quais foram as ações e práticas educativas dos jesuítas?

Logo que chegaram ao Brasil, os padres jesuítas lançaram as bases da catequização, com a criação das primeiras casas, as casas de bê-á-bá, dando início à educação colonial em seu sentido restrito, por meio da atuação com suas escolas de ler, escrever e contar e, posteriormente, em seus colégios na cidade de Salvador ( ...