Qual e o objetivo do projeto de transposição do Rio São Francisco?

Autores

  • Ana Paula Novais Pires Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho http://orcid.org/0000-0003-0149-8317

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2019.122366

Palavras-chave:

Rio São Francisco, Transposição, Semiárido, Nordeste, Bacia hidrográfica

Resumo

O Rio São Francisco, ou Velho Chico, é o maior rio totalmente situado em território nacional e escoa superficialmente por 2.700 km entre a nascente, na Serra da Canastra (MG), à foz, entre Sergipe (SE) e Alagoas (AL). Nesse sentido, a transposição do Rio São Francisco para as bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional ganhou importância no cenário nacional, notadamente, pela importância sociocultural do rio para o país. O presente artigo, por meio de uma abordagem qualitativa, tem como mote compreender a transposição do rio São Francisco em seus aspectos históricos, estruturais e políticos. A transposição representa na política hídrica nacional uma situação conflituosa entre o comitê gestor das águas do Velho Chico e o Governo Federal, responsável pelo projeto e pelas obras da transposição.

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Biografia do Autor

Ana Paula Novais Pires, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Doutora em Geografia (Linha de Pesquisa Análise e Gestão Ambiental) na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (FCT/UNESP). Bolsista CN. Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão (UFG/CAC). Bolsista CAPES. Licenciada em Geografia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). 

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Como Citar

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Qual e o objetivo do projeto de transposição do Rio São Francisco?

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Qual o objetivo da transposição?

Seu objetivo é desviar algo entre 1% a 3% das águas do “Velho Chico”, por meio de dutos e canais, para o abastecimento de rios menores e açudes que secam durante o período de estiagem no semiárido nordestino.

Quais são os principais argumentos a favor da transposição do rio São Francisco?

Os favoráveis à transposição argumentam com as secas, o desemprego, a falta de geração de renda e com a demanda permanente de água, o que obriga à contratação de milhares de viagens de abastecimento ao longo de um período considerável, em especial, na temporada das “secas”.