Nacionais, Sem categoria abril 13, 2022 Show Em março desse ano, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o atual de R$ 1.212,00. Em fevereiro, o valor necessário era de R$ 6.012, ou 4,96 vezes o piso mínimo. Isso porque o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em todas as capitais. As altas mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (7,65%), em Curitiba (7,46%), São Paulo (6,36%) e Campo Grande (5,51%) e a menor variação foi registrada em Salvador (1,46%). Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A estimativa é feita com base na cesta básica mais cara, que, em março, foi a de São Paulo (R$ 761,19). A determinação constitucional estabelece que salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. O estudo aponta, ainda, que quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, o trabalhador remunerado pelo piso nacional compromete em média 58,57% do rendimento para adquirir os produtos base. Mais do que em fevereiro, quando o percentual foi de 56,11%. Em março de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 53,71%. Entre os alimentos, o preço do feijão, óleo de soja, pão francês e farinha de mandioca aumentaram em todas as capitais. Já o quilo do tomate apresentou alta em 16 capitais, exceto em Aracaju. O açúcar subiu em 15 capitais, não variou em Brasília e diminuiu em Vitória; o leite integral registrou elevação de preços em 16 cidades e a manteiga aumentou em 15 capitais. Em março de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 119 horas e 11 minutos, maior do que o registrado em fevereiro, de 114 horas e 11 minutos. Para se ter uma ideia, em março do ano passado, a jornada necessária foi calculada em 109 horas e 18 minutos. Ou seja, atualmente um trabalhador precisa trabalhar 10 horas a mais para comprar uma mesma cesta de alimentos em relação há um ano atrás. Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil The post Salário mínimo para uma família de quatro pessoas deveria ser R$ 6 mil, aponta DIEESE appeared first on FNA. O salário mínimo de 2022 deve ser de R$ 1.169, segundo proposta orçamentária anunciada pelo governo federal nesta terça-feira (31). O reajuste de R$ 69 (6,27%) é inferior à inflação projetada para o ano, que é de 7,46%. E bem distante do necessário para garantir a sobrevivência da família brasileira com dignidade, que seria de R$ 5,4 mil, segundo a economista Patrícia Costa, supervisora de pesquisas do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Para ela, o novo piso nacional, se aprovado, ampliará a diferença entre o piso real, no caso R$ 1.100 em vigor e de R$ 1.169 (previsto para o ano que vem) e o necessário para a sobrevivência do brasileiro "com dignidade respeitando os preceitos da Constituição Federal". Para chegar ao piso salarial necessário, o Dieese considera a cesta básica mais cara de 17 capitais e as necessidades básicas de uma família com dois adultos e duas crianças, conforma estabelece a Constituição Federal. Entre elas, alimentação, educação, moradia, saúde e transporte.
A desvalorização do salário mínimo vem ocorrendo ano a ano. Porém, desde 2019, o piso nacional passou a ser corrigido apenas pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), a fim de preservação do poder de compra do mínimo. A decisão, no entanto, não traz ganho real à remuneração dos profissionais. Com a correção sendo feita apenas pela inflação, o salário mínimo fica cada vez mais distante do valor necessário para a sobrevivência das famílias. Patrícia fala que as políticas sociais adotadas pelo governo - auxílio emergencial, vale gás, entre outros - amenizam a situação crítica que vivem muitas famílias de forma momentânea. "Uma política social boa torna o cidadão apto para exercer um trabalho digno e com remuneração suficiente participar consumir junto com toda a sociedade", diz. A pesquisadora lembra que para as famílias de baixa renda a maior parte da sua remuneração é direcionada à alimentação, que vem ficando cada vez mais cara no nosso país. No ano passado, os alimentos subiram 18% contra uma inflação de 4,5%, segundo André Braz, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do FGV-IBRE (Instituto Brasileiro de Economia). O economista lembra que já há uma defasagem de outros reajustes da remuneração base porque não olharam para o item de maior necessidade dessas famílias: os alimentos. Patrícia lamenta o momento atual e o fato de muitas famílias estarem passando fome e morando nas ruas por não conseguir manter o pagamento do aluguel. "Soube que a Praça da Sé [na região central da capital de São Paulo, considerada o marco zero do município] está lotada de pessoas morando por lá. A situação da cidade está muito triste", lamenta a economista. Para ela a situação mais crítica é a fome enfrentada pela população por causa da elevada inflação que vem atingindo os alimentos. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam alta de 34,3% no valor das carnes. Um dos motivos é o aumento das exportações da proteína animal por causa da valorização do dólar. Juliana Inhasz, professora de economia do Insper, também fala sobre o impacto do reajuste na vida de uma família que vive com o salário mínimo. Ela cita o exemplo de um trabalhador que ganhava R$ 1.100 em janeiro de 2021 e consumia todo esse rendimento, considerando que a maior parte da sua cesta de consumo vai para alimentação. Ao receber R$ 1.169 a partir de janeiro do ano que vem, ou seja, um aumento de 6,27%, ele terá um reajuste inferior à inflação projetada para o ano, que é de 7,46%. Com isso, numa cesta de bens que ele pagava R$ 1.100 no ano passado, no início de 2022 ele estará pagando R$ 1.182, ou seja, ele terá de diminuir o seu consumo para conseguir manter o orçamento da família. Veja dicas para economizar no supermercado em meio à pandemia Quanto uma família precisa para se sustentar no Brasil?O salário mínimo ideal para uma família brasileira deveria ser de R$ 6.527,67. Esse é o valor proposto pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) com base na análise de preços realizada no mês de junho.
Qual valor para se viver bem no Brasil?O salário mínimo ideal para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.388,55 em julho, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Qual o salário ideal para se viver bem no Brasil 2022?De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo em agosto de 2022 deveria ter sido de R$ 6.298,91. O valor calculado considera os custos para manter as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, como alimentação, educação, transporte e lazer.
Quanto uma família precisa para viver?Em 2020 e 2021, também não houve aumento real. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a remuneração mínima necessária para uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) seria de R$ 5.969,17 (dado de novembro 2021).
|