Quanto tempo durou o romance de Dom Pedro com a Condessa de Barral?

Além do longo romance com a condessa de Barral, o imperador viveu outros casos de amor fora do casamento

A TV Globo estreou na última semana a inédita e tão esperada Nos Tempos do Imperador, novela cuja trama central é ambientada no segundo reinado do Brasil. Escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão, o folhetim vem tendo uma das melhores audiência e superando todas as reprises anteriores no horário das seis.

Uma continuação da novela Novo Mundo (2017), começou apresentando a vida íntima de D. Pedro II e sua família, considerando, o contexto histórico e social do Império brasileiro. A nova produção também marca a volta de Selton Mello às novelas, no papel do protagonista. Por outro lado, Letícia Sabatella interpreta a imperatriz Teresa Cristina, esposa do imperador.

Quanto tempo durou o romance de Dom Pedro com a Condessa de Barral?

Para completar, a trama traz a condessa de Barral (Mariana Ximenez) como amante do monarca, mostrando um dos grandes dramas da família imperial brasileira. Ela entra na vida de Dom Pedro II após ser escolhida para educar diretamente a princesa Isabel e a princesa Leopoldina, filhas do imperador.

Em matéria no Aventuras na História, a historiadora Mary del Priore, autora da obra 'Condessa Barral: A paixão do Imperador', revela que a encantadora mulher logo atraiu a atenção do filho de Dom Pedro I.

Aquela mulher tirou dele a timidez e os embaraços. Sua malícia era um convite. E ele, aceita, confiando nela. Admirava-a e lhe concedeu todos como intimidades. E tecia-se o romance. Uma convivência era frequente e íntima, disse o especialista em seu livro.

Quanto tempo durou o romance de Dom Pedro com a Condessa de Barral?

OUTRAS AMANTES

Como seu pai, Dom Pedro I, interpretado por Caio Castro em Novo Mundo, o monarca também tem uma vida amorosa intensa e cautelosa. Entretanto, seus outros casos extraconjugais provavelmente não serão mostrados na novela.

De acordo com Paulo Rezzutti, biógrafo da família imperial, teve vários outros amores. Em seu livro, ele apresenta cartas e documentos inéditos comprovando as traições à imperatriz Thereza Cristina. Na obra, o autor defende que o monarca viveu um romance tórrido com a Condessa de La Tour, de origem francesa. Em uma carta de 31 de março de 1884, destinada à amada, ele afirmou estar apaixonado por ela.

As correspondências entre o monarca e suas amantes eram bastante parecidas. Por exemplo, para Ana Maria, a Condessa de Villeneuve, o Dom Pedro II escreveu um mês depois que ele também se apaixonou por ela completamente.

Quantas loucuras feitos sobre a cama grande com os dois travesseiros. Amo-te cada vez mais, e não posso expressar suficientemente o que sinto por ti.

Outra curiosidade sobre as cartas que o monarca trocava com suas amantes é que ele pedia fotos e fios de cabelo das amadas. Safadinho, né?

Marquesa de Santos foi o título pelo qual ficou conhecida Domitila de Castro Canto e Melo. A marquesa teve a sua vida marcada por ter sido amante do imperador d. Pedro I durante sete anos, período no qual obteve títulos e riquezas. O caso amoroso do imperador com Domitila foi muito famoso na época e teve influência direta no cenário político do Brasil.

Durante o romance de Domitila com d. Pedro I, a imperatriz Leopoldina demonstrou sua insatisfação com ele. Anos depois do falecimento da imperatriz, d. Pedro I decidiu afastar-se da amante para que ele pudesse casar-se novamente. A marquesa também adquiriu um segundo casamento, em 1842, e passou os últimos anos de sua vida fazendo caridade.

Acesse também: Conheça a vida da neta da d. Pedro I, a princesa Isabel

Tópicos deste artigo

  • 1 - Primeiros anos
  • 2 - Romance com d. Pedro I
  • 3 - Últimos anos

Primeiros anos

Quanto tempo durou o romance de Dom Pedro com a Condessa de Barral?
Domitila de Castro Canto e Melo casou-se duas vezes e ficou marcada na história por ter sido amante de d. Pedro I por sete anos.[1]

Domitila de Castro Canto e Melo nasceu em São Paulo, em 27 de dezembro de 1797. Ela foi filha de uma família tradicional e influente dessa cidade. Seu pai, João de Castro do Canto e Melo, era um militar de carreira respeitável, e sua mãe chamava-se Escolástica Bonifácia de Oliveira e Toledo Ribas.

Ao todo, Domitila teve cinco irmãos: João, José, Francisco, Maria Benedita e Ana Cândida. Teve também uma outra irmã, Fortunata, mas ela não sobreviveu à infância. Domitila, assim como suas irmãs, teve uma educação tradicional, mas não se sabe detalhes a respeito dessa fase de sua vida.

  • Primeiro casamento

Aos 15 anos de idade, o pai de Domitila arranjou-lhe um casamento com um oficial do Corpo de Dragões de Vila Rica, o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça. A união aconteceu no dia 13 de janeiro de 1813, quando ela ainda tinha a mesma idade. Na ocasião, seu marido tinha 22 anos de idade.

Esse casamento era importante para a família de Domitila, pois Felício ocupava um cargo importante como militar e tinha chances de crescer na hierarquia. Além disso, ele tinha dinheiro e prestígio social. O casamento deles, no entanto, foi um desastre completo, pois Felício era alcoólatra, viciado em jogos e violento com sua esposa.

Após casar-se, Domitila mudou-se para Vila Rica, em Minas Gerais, com seu marido. Nesse casamento ela teve três filhos: Francisca Pinto Coelho de Mendonça e Castro, Felício Pinto Coelho de Mendonça e Castro, e João Pinto Coelho de Mendonça e Castro, esse último faleceu na infância.

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Os maus-tratos e as agressões constantes de seu marido fizeram com que Domitila abandonasse Vila Rica, retornando para a casa de seus pais, em São Paulo, com seus dois filhos. Isso aconteceu em 1816, e no ano seguinte, seu marido conseguiu uma transferência para Santos, onde pôde ficar perto de seus filhos.

Em 1818, ela foi convencida a retornar para seu marido sob a promessa de que ele melhoraria seu comportamento. Entretanto, Felício continuou viciado na bebida, seguiu gastando todo seu dinheiro em jogos, e as agressões rapidamente tornaram a acontecer. Como Domitila demonstrou querer o divórcio, Felício tentou matá-la, esfaqueando-a duas vezes: uma na coxa e outra na barriga. Ele também alegou que cometeu o ato porque desconfiava que estava sendo traído, o que não era verdade.

Domitila levou quase dois meses para curar-se de suas feridas, e então abandonou definitivamente seu marido, abrindo um processo de pedido de divórcio. Esse pedido era um tabu na época, mas ela contou com o apoio de sua família, e, cinco anos depois, em 1824, foi atendida, muito devido à interferência do imperador no caso.

Acesse também: Cinco curiosidades sobre a independência do Brasil

Romance com d. Pedro I

Quanto tempo durou o romance de Dom Pedro com a Condessa de Barral?
Ao longo de seu reinado, o imperador d. Pedro I deu títulos e riquezas para a marquesa de Santos,  sua amante.[1]

Quando Domitila conheceu Pedro de Alcântara, ele ainda não havia sido coroado imperador do Brasil. Nosso país ainda nem havia se tornado independente, mas o encontro dos dois deu-se a poucas semanas do grito do Ipiranga, quando d. Pedro proclamou a independência, em 7 de setembro de 1822.

Eles se conhecerem em São Paulo, em agosto de 1822, num contexto complicado: o futuro imperador do Brasil ia essa cidade colocar fim nos desentendimentos que existiam com o governo dela referentes à postura desobediente de seu regente para com as ordens enviadas de Lisboa. Nessa ocasião aconteceu o encontro entre os futuros amantes, com d. Pedro, conhecido por sua fama de mulherengo, interessando-se por Domitila.

Existe registro de um dos primeiros encontros entre d. Pedro e Domitila trazido pelo pesquisador Paulo Rezzutti. Esse registro, escrito pelo marido de uma prima de Domitila, fala dos flertes de d. Pedro e de suas tentativas de impressioná-la. Paulo Rezzutti também expõe que, durante a viagem na qual aconteceu o grito da independência, Domitila estava presente já como amante do imperador|1|.

Quando o caso amoroso de d. Pedro e Domitila iniciou-se, ele já era casado com d. Leopoldina (casaram-se em 1817) e tinha quatro filhos com ela. O enlace extraconjugal foi motivo de desgosto para Leopoldina pelo resto de sua vida. A imperatriz, de acordo com registros deixados, era apaixonada pelo imperador e foi colocada em segundo plano durante o envolvimento dele com Domitila.

Existem dezenas de cartas escritas por d. Pedro I para Domitila, com ele a chamando carinhosamente de Titília e exagerando nos detalhes íntimos, sempre as assinando como Demonão ou Fogo Foguinho. Nelas, o imperador também desenhava o próprio membro sexual e enviava seus pelos pubianos.

O relacionamento de Domitila com d. Pedro I gerou cinco filhos ilegítimos, e desses um nasceu morto e dois morreram na infância. As duas filhas que chegaram à idade adulta foram Isabel Maria de Alcântara Brasileira, conhecida como duquesa de Goiás, e Maria Isabel II de Alcântara Bourbon, conhecida como condessa de Iguaçu. Os títulos nobiliárquicos das duas foram concedidos por d. Pedro I.

Domitila mudou-se para o Rio de Janeiro em 1823, e seu caso com d. Pedro rendeu-lhe títulos e riquezas. Ela se tornou primeira-dama da imperatriz, algo encarado como uma grande humilhação por d. Leopoldina, uma vez que a amante de seu marido conquistava um ofício tão importante. Em 1825, Domitila recebeu o título de viscondessa de Santos, e no ano seguinte, tornou-se marquesa de Santos.

Além disso, sua família também se beneficiou de sua influência com o imperador. Ele dava grandes somas de dinheiro para suas filhas com a amante, além de ter dado títulos e cargos importantes para familiares da marquesa de Santos. Quando o pai de Domitila faleceu, em 1826, o imperador arcou com todas as despesas do funeral. Seu pai também foi presenteado com um título nobiliárquico, ele era o visconde de Castro.

Nem tudo foram flores no caso de Domitila com o imperador. O infortúnio da imperatriz e a sua morte prematura, em 1826, prejudicaram a imagem da marquesa de Santos. Ela era má vista na Corte e até teve propriedades suas apedrejadas. O próprio imperador entrou em descrédito por conta da forma como a imperatriz morreu, e isso fez com que ele procurasse uma segunda esposa.

Dessa forma, d. Pedro I casou-se com Amélia de Leuchtenburg, e, para salvaguardar seu novo matrimônio, o imperador pôs fim na relação com Dometila em 1829. Ela então retornou para São Paulo, adquirindo, anos depois, uma propriedade que ficou conhecida como Solar da Marquesa.

Acesse também: A vida de d. Pedro II, filho de Maria Leopoldina com d. Pedro I

Últimos anos

Depois do fim de seu caso com d. Pedro I, a marquesa instalou-se em São Paulo e, anos depois, teve um segundo casamento. Ela engatou um relacionamento com o militar Rafael Tobias de Aguiar em 1833, e casou-se com ele em 1842. Tobias de Aguiar era um homem de muitas riquezas e que assumiu cargos importantes na política de Sorocaba.

Desse casamento, Domitila teve seis filhos, dos quais quatro chegaram à idade adulta. Ao longo de sua vida, ela teve 14 filhos, com oito deles alcançando a idade adulta. Seus biógrafos contam que, na velhice, ela procurou usar parte de sua fortuna para ajudar quem necessitava e ficou muito conhecida por ajudar estudantes da Faculdade de Direito em São Paulo. Ela faleceu no dia 3 de novembro de 1867, aos 69 anos de idade.

Nota

|1| REZZUTTI, Paulo. Domitila: a verdadeira história da marquesa de Santos. São Paulo: Geração Editorial, 2012.

Crédito das imagens

[1] Commons

Por Daniel Neves
Professor de História

Quem foi Luísa amante de Dom Pedro?

Luísa Margarida de Barros Portugal (Santo Amaro da Purificação, 13 de abril de 1816 — Paris, 14 de janeiro de 1891), foi uma nobre brasileira, preceptora das princesas D. Isabel e D. Leopoldina do Brasil, é conhecida por ter sido amante do imperador D.

Quantos anos a Condessa de Barral era mais velha que Dom Pedro segundo?

Pedro II. O imperador do Brasil e a Condessa passaram 34 anos na vida um do outro.

De quem é o filho da Condessa?

Após a morte do marido na Europa, Luísa, a Condessa de Barral (Mariana Ximenes) está de volta ao Brasil, agora com o filho, Dominique (Guilherme Cabral). Mas a relação dela com o adolescente não é nada boa.

Quantos filhos Dom Pedro segundo teve com a Condessa de Barral?

Na vida real, Dom Pedro II e a Condessa de Barral não tiveram um filho.